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Mobilidade elétrica avança a bom ritmo

O crescimento acelerado do mercado de veículos elétricos em Portugal reflete não só a importância crescente dos desafios ambientais, mas também a determinação do país em liderar as frotas verdes.

18 de Abril de 2024 às 14:23

Na transição global para os veículos elétricos (VE), Portugal surge como o 13.º país mais bem preparado, segundo uma recente avaliação da Euromonitor Internacional. Esta posição sublinha o compromisso inabalável do país com a mobilidade sustentável, antecipando um futuro promissor na condução elétrica.

 

A avaliação da Euromonitor International leva em consideração vários critérios, incluindo a maturidade do mercado, infraestruturas, poder de compra do consumidor e custos de utilização. Portugal destaca-se particularmente na maturidade do mercado, com 72 pontos em 100, e nas infraestruturas, com 67 pontos. Este desempenho é resultado de políticas governamentais eficazes, dos incentivos fiscais para a compra de VE e dos investimentos substanciais em infraestruturas de carregamento.

 

Desafios e oportunidades

Apesar do posicionamento favorável, Ricardo Silva, diretor comercial da Ayvens, considera que Portugal enfrenta desafios importantes, como a escassez de postos de carregamento em certas áreas e o custo de aquisição de VE, que é ainda elevado. Por essa razão, o Governo e o setor privado estão a trabalhar para aumentar o número de postos de carregamento, criando incentivos que tornem os VE mais acessíveis.

 

Ainda assim, no caso de Portugal, a tendência de crescimento é acompanhada por uma necessidade de adaptação às novas condições económicas. "Com um olhar focado nos desafios e nas oportunidades, Portugal pode não só manter a sua posição de destaque, mas também liderar o caminho na adoção de uma mobilidade mais sustentável e inovadora", refere Ricardo Silva.

 

Um inquérito recente da Ayvens em que foram ouvidos gestores de frota e condutores revela que há aspetos a melhorar, nomeadamente no que diz respeito à experiência de contratação de um veículo eletrificado e à instalação de carregadores.

 

Crescimento exponencial de VE

De acordo com a Associação Automóvel de Portugal (ACAP), de janeiro a março de 2024, 51,5% dos veículos ligeiros de passageiros matriculados novos eram movidos a outros tipos de energia, nomeadamente elétricos e híbridos. Em particular, verificou-se que 16 % dos veículos ligeiros de passageiros novos eram elétricos. No mês de março, o peso dos elétricos foi de 16,4% do mercado.

 

Porém, a ascensão dos VE não seria possível sem uma infraestrutura de carregamento robusta para apoiar essa transição. Segundo a Mobi.E, atualmente existem cerca de 8.221 pontos de carregamento em todo o país.

 

Vítor Gomes, membro do Conselho Diretivo e Fundador da UVE – Associação de Utilizadores de Veículos Elétricos, admite que neste contexto de mobilidade verde, as frotas de comerciais com objetivos e percurso bem definidos foram as primeiras a adotar a mobilidade elétrica com evidentes ganhos fiscais e de operação. As empresas com frotas de veículos ligeiros de mercadorias são, claramente, o setor que se destaca na transição para veículos elétricos. "Esta tendência tem sido crescente nos últimos anos, não só devido ao aumento dos modelos disponíveis nesta categoria de veículos, mas também pela manutenção do incentivo de aquisição no valor de 6.000 euros (valor referente ao Incentivo pela Introdução no Consumo de Veículos de Emissões Nulas no ano de 2023, na aquisição de veículos 100% elétricos ligeiros de mercadorias, por parte de empresas) e dos benefícios fiscais em vigor desde 2015", esclarece Vítor Gomes.

 

Atualmente, os veículos ligeiros de mercadorias 100% elétricos representam 8,5% da quota de mercado em Portugal. Em relação às empresas que atribuem veículos ligeiros de passageiros aos seus funcionários, devido a preocupações ESG (Environmental, Social e Governance), beneficiando também do pacote de fiscalidade verde, os dados da UVE dão conta de uma adoção rápida à mobilidade elétrica ou eletrificada.

 

Veículos pesados a caminho

No caso dos veículos pesados, embora existam alguns modelos disponíveis, Vítor Gomes explica que não foram criados ainda apoios específicos para apoiar esta transição, pelo que este setor está numa fase embrionária em Portugal. Ainda assim, já se registam "alguns avanços nas marcas tradicionais da Europa", adianta o responsável. No ano de 2023, a quota de mercado de veículos pesados novos 100% elétricos representou 15%, totalizando quase 400 unidades. Em 2024, esta quota de mercado situa-se nos 4,4%, contudo, Vítor Gomes diz que é importante ter em conta a volatilidade das variações neste segmento resultante das grandes encomendas.

 

A ACAP reconhece que o setor automóvel em Portugal está definitivamente a trilhar um caminho rumo à sustentabilidade. Este percurso é evidenciado pelo aumento na adoção de veículos movidos a energias alternativas, significativos investimentos em inovação e tecnologia sustentável e pelo apoio de políticas de incentivo à mobilidade menos poluente. Helder Pedro, secretário-geral da ACAP, afirma que "este foi um desígnio da União Europeia, a que a indústria automóvel soube responder e, neste momento, é um caminho sem retorno".

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