Em alturas economicamente mais conturbadas, mas não só, a formação executiva é sempre uma boa opção, já que disponibiliza aos profissionais um vasto conjunto de ferramentas que os ajudam a manter-se atualizados num mercado em rápida mudança.
Não existem dúvidas de que a aprendizagem ao longo da vida é imprescindível na formação de qualquer indivíduo e determinante para o seu sucesso profissional. É um facto que, para evoluir a nível emocional e intelectual, ao mesmo tempo que cresce profissionalmente, todo o executivo deverá apostar numa oportunidade de estar continuamente a aprender.
A atualização do mercado em cada área de negócio é célere e nem sempre possível de acompanhar a solo, e, por isso, a procura de conhecimento e de formação qualificada é importante, permitindo a cada profissional corresponder ao que é esperado na sua área de atuação.
Investir na formação contínua faz sentido tanto a nível profissional como a nível pessoal. Neste contexto, essa aprendizagem poderá ser desenvolvida de diversas formas, assumindo as escolas de negócios um papel fundamental em todo este processo. E tendo em conta que, no caso da formação executiva, a totalidade dos candidatos desenvolve atividade profissional, a boa relação entre escola e empresas é determinante.
Atualmente, existe uma oferta que foca o desenvolvimento de liderança, com os profissionais a aprenderem sobre estilos de liderança, estratégias de comunicação e técnicas de formação de equipas, entre outras temáticas. Na verdade, o objetivo é ajudar os formandos a tornarem-se líderes mais eficazes nas suas organizações, ao mesmo tempo que trabalham no aumento da sua credibilidade e reputação interna.
Como estão os números do emprego?
Mesmo tendo em conta a incerteza que marca o panorama económico nacional e europeu – com a subida da taxa de inflação durante o mês de agosto e o abrandamento no crescimento homólogo do PIB no segundo trimestre –, a verdade é que os empregadores nacionais do setor das TI revelam algum otimismo no que respeita às perspetivas de contratação. Mas esta tendência não é acompanhada pela generalidade dos empregadores nacionais.
Segundo dados de um estudo da Fundação José Neves, depois do crescimento de 25% do volume das ofertas de emprego no 1º trimestre de 2023 em comparação com o último trimestre de 2022, as ofertas de emprego no 2º trimestre de 2023 diminuíram 16%, invertendo assim uma tendência de crescimento registada no 4º trimestre de 2022.
Já em termos comparativos, face ao período homólogo de 2022, verificou-se uma forte redução de 47%, com o volume de ofertas de emprego do 2º trimestre de 2023 a ser cerca de metade do registado no 2º trimestre de 2022.
Diz ainda o mesmo estudo que o forte decréscimo do número de ofertas de emprego do 2º trimestre de 2023 face ao período homólogo do ano anterior também se traduziu na redução das ofertas de emprego para a maioria das profissões entre os dois períodos: 91% das profissões Brighter Future registaram uma redução do volume de ofertas comparativamente ao mês homólogo de 2022.
E apesar de estarem em minoria, houve um conjunto de profissões com um crescimento do volume das ofertas no 2º trimestre de 2023 face ao período homólogo de 2022, superior a 50%: médicos; diretores de sucursais de bancos, serviços financeiros e de seguros; diretores financeiros; analistas e programadores de software e aplicações.
Recrutamento de executivos
Já no caso do recrutamento exclusivo de executivos, a Page Executive Portugal apresentou, um estudo salarial sobre as principais funções de direção e as tendências de recrutamento destes quadros no que ao nosso país diz respeito.
Num ambiente profissional cada vez mais competitivo, incerto e globalizado, de mudança acelerada e fenómenos não controláveis, devemos olhar para o capital humano como polo verdadeiramente diferenciador. Mas a grande questão reside, não raras vezes, na melhor forma de reter este tipo de talento, mais sénior.
No seu estudo, a Page Executive Portugal fala em sofisticação das políticas remuneratórias (com cada vez mais variáveis – qualitativas e quantitativas), capacidade de reconhecimento – pessoal e profissional – ou possibilidade de progressão de carreira, como fatores determinantes para, mais facilmente, conseguir reter ou atrair os melhores profissionais C-level.
O mesmo estudo conclui ainda que a preocupação com a segurança do emprego acaba por ser uma variável transversal aos vários setores, sendo que, neste caso, os executivos valorizam não só a estabilidade salarial, mas também benefícios complementares ao salário, como é o caso de bónus de saída e bónus garantidos que minimizam o efeito da incerteza.
Entre os benefícios mais comuns, surgem ainda o automóvel (incluindo combustível, portagens, estacionamento, manutenção) bem assim como os seguros de vida, de saúde e tudo o que são regalias associadas à saúde e bem-estar. Os subsídios destinados à educação dos filhos, a formação, a habitação, as férias e a alimentação são igualmente variáveis a considerar. Flexibilidade, diversidade, inclusão e responsabilidade social corporativa, comummente designado "salário emocional", ganharam maior peso nos últimos anos entre os executivos.