Segundo o e-Commerce Report 2018, elaborado pelos CTT, em 2017 o comércio eletrónico em Portugal totalizou 4,1 mil milhões de euros, o que representa um crescimento de 12,5%. Este cenário está alinhado com a tendência de crescimento dos últimos anos, ainda que a um ritmo mais lento do que nos restantes países do Sul da Europa (17,7%).
O comércio eletrónico é um elemento fundamental na estratégia internacional de qualquer empresa e a sua relevância tende a aumentar. O comércio eletrónico deverá atingir em 2021 um valor de aproximadamente 4,8 biliões de dólares. É um mercado e uma porta para o comércio internacional que não podem ser marginalizados pelas empresas portuguesas.
A dimensão da oportunidade do e-commerce deve ser uma prioridade para as empresas que se querem afirmar internacionalmente, especialmente as PME. São múltiplas as vantagens, mas podem ser resumidas em dois pontos essenciais. A primeira é a redução de custos operacionais, sem barreiras de tempo ou distância, e a segunda o acesso a um mercado global com a possibilidade de chegar a novas oportunidades de negócio e novos clientes, criando uma relação de maior proximidade.
Apesar da evolução positiva, de acordo com o Estudo da Economia Digital em Portugal publicado pela ACEPI, cerca de 60% das empresas portuguesas não têm qualquer presença online, enquanto 76% da população portuguesa utiliza a Internet e 38% já fizeram compras online.
"Como qualquer estratégia de internacionalização, também o e-commerce deve sempre ser avaliado e planeado pela empresa. O e-commerce abre um mundo de oportunidades às nossas PME, mas acarreta também desafios, nomeadamente a multiplicidade de concorrentes", diz João Dias, administrador executivo da aicep Portugal Global. Segundo ele, a experiência diz que as vendas física/presencial e digital/e-commerce são complementares e não exclusivas.
Perante este cenário, João Dias refere que "existe muita margem de crescimento para o e-commerce em Portugal". A aicep tem desenvolvido o Programa Exportar Online para estimular as empresas portuguesas a aproveitar esta oportunidade. "Já em países como Espanha, França, Alemanha e Reino Unido, principais destinos das exportações nacionais, estes dados são muito superiores, o que indica um enorme potencial de crescimento internacional via e-commerce para as empresas portuguesas", sublinha o administrador executivo.
Por norma, o desenvolvimento de uma loja online B2C num marketplace requer um menor investimento, tanto ao nível da tecnologia como ao nível dos recursos humanos necessários para gerir essa mesma loja.
A aicep desenvolveu parcerias com marketplaces, tais como Alibaba, JD.com e Amazon, com o objetivo de facilitar a entrada das empresas portuguesas, abrindo portas a novas oportunidades de negócio. Contudo, para algumas empresas, especialmente as que têm marca reconhecida, pode fazer mais sentido a criação de loja própria.
Tomar decisões
O objetivo desta formação dedicada a exportar online é preparar as empresas para a tomada de decisão e desenvolver as competências de análise e construção de uma estratégia de vendas online de sucesso e integrada com a estratégia de exportação. Inserido na Academia Internacionalizar, o curso de e-learning será um canal didático e interativo com vídeos, chats, webconferences em datas específicas, e uma por cada módulo, testes, trabalhos e avaliação, havendo o acompanhamento de um tutor para orientar as tarefas e aprendizagem e responder a todas as dúvidas.
A duração total da formação é de 10 semanas. Os conteúdos estão permanentemente acessíveis, os horários de utilização do sistema são 24 horas, todos os dias, o que permite um ritmo de aprendizagem ajustado às necessidades de cada participante.
João Dias confirma o interesse que esta iniciativa registou junto dos decisores nacionais. "A adesão foi fantástica! Estamos já com uma lista de espera para próximas edições."
Um dos motivos pelos quais o comércio eletrónico não está tão desenvolvido junto das empresas portuguesas é porque há um conjunto de questões tecnológicas, marketing, logística, pagamentos, questões legais, que devem ser tidas em conta. Depois há ainda a fiscalidade associada ao e-commerce. Esta é uma questão frequentemente levantada junto da aicep pelas empresas, especialmente quando se trata de marketplaces que operam em vários países. "As empresas devem analisar se compensa vender no marketplace com envios de Portugal (onde funcionam os limiares do IVA, mas pode haver custos acrescidos na logística) ou optar pelos serviços de logística do próprio marketplace, quando existem, como é o caso da Amazon (caso em que deve registar-se para efeitos de IVA no país onde tem a sua mercadoria armazenada para venda futura)", explica o nosso interlocutor da aicep.
Quem deve fazer o curso
As principais questões que uma empresa enfrenta na sua estratégia digital são tratadas neste programa, que conta com módulos mais técnicos, assim como análise de casos práticos, e um fórum de partilha de experiências e conhecimento.
O curso é dirigido a todos os empresários, gerentes e empreendedores que pretendam aprofundar conhecimentos e desenvolver capacidades de análise e de decisão sobre estratégia de comércio eletrónico internacional das suas empresas.
Os conteúdos estão permanentemente acessíveis, os horários de utilização do sistema são 24 horas, todos os dias, o que permite definir o ritmo de aprendizagem.
Cinco competências que vai adquirir
O curso de e-learning dedicado a exportar online prepara quem o fizer para a tomada de decisão e desenvolve as competências de análise e construção de uma estratégia de vendas online de sucesso e integrada com a estratégia de exportação da empresa, incluindo:
1. Análise de custos e benefícios;
2. Avaliação dos principais marketplaces B2B e B2C, tais como Alibaba e Amazon, respetivamente, e outros marketplaces horizontais e verticais;
3. Desenvolvimento de estratégias de captação de clientes e identificação de ferramentas de suporte;
4. Desenvolvimento de estratégias omnicanal;
5. Avaliação das questões regulamentares e legais.
Matérias lecionadas
O programa do curso constitui um guia prático para aqueles que pretendam marcar ou reforçar a sua presença na Internet como forma de venda dos seus produtos e serviços nos mercados nacional e internacional. Será possível aprender a converter um canal online numa fonte de receitas na demonstração de resultados da empresa, integrando-o na estratégia de exportação/importação.
Módulo 0: Formação na Plataforma de E-Learning. Introdução às Atividades do Curso de E-Commerce
Módulo 1: O E-Commerce no Processo de Internacionalização da Empresa
Módulo 2: Os Marketplaces como Ferramenta de Venda Internacional
Módulo 3: Tecnologia Aplicável ao E-Commerce Internacional
Módulo 4: O Plano de Marketing Digital
Módulo 5: Meios de Pagamento Online e Sistemas de Atendimento ao Cliente
Módulo 6: Modelos Logísticos. Aspetos Regulatórios do E-Commerce
Módulo 7: Planos de Apoio ao Financiamento e Incentivos Públicos. Casos Práticos.