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Os cursos que o mercado procura

No final do ensino secundário, as dúvidas não se prendem apenas com o curso a seguir, mas também com o futuro que essa escolha pode alavancar. Perguntámos a três empresas de recursos humanos quais as áreas mais procuradas, a curto e médio prazo, no mercado de trabalho.

12 de Julho de 2022 às 15:17
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É unânime a opinião que a pandemia trouxe alterações económicas e estruturais profundas, com consequente adaptação das empresas. 2022 é o ano da retoma progressiva do mercado no geral e, para Miguel d’Almeida, Operations Manager - Specialized Recruitment Kelly Portugal, "as áreas mais procuradas são as Financeiras, Contabilidade, Gestão, Recursos Humanos, Engenharia Eletrotécnica e Mecânica e as Tecnologias de Informação". Estas últimas são a "área com maior taxa de empregabilidade em Portugal, em que a procura é bastante superior ao capital humano disponível no mercado".

 

Constança Perry, consultora da Michael Page Information Technology, evidencia a "enorme procura no campo da Engenharia Informática, Informática de Gestão, ou cursos similares (...), tendo em conta a quantidade de projetos que envolve este tipo de qualificados, assim como os novos modelos de trabalho - remoto e/ou híbrido", uma tendência que veio para ficar.

Se tudo indica que "áreas como a Cibersegurança, Business Intelligence e Gestão de Dados, Marketing digital, E-commerce, continuarão a ser promissoras e com grande potencial de crescimento e absorção por parte das organizações", na opinião de Sofia Valentim, Expert Manager Banking & Insurance, Finance & HR da Randstad Portugal, "a saúde e a educação continuarão a ser pilares, e o pós-pandemia revelou uma procura elevada. Os domínios da sustentabilidade, diversidade & inclusão e gestão social das organizações são igualmente áreas emergentes, e nas quais o mercado revela uma carência de profissionais qualificados."

Aumento de contratações de recém-licenciados

Sobre o cenário da entrada dos recém-licenciados no mercado de trabalho, Sofia Valentim explica que "as empresas têm apostado no rejuvenescimento das suas equipas e na integração de perfis juniores nas suas estruturas".

 

Miguel d’Almeida partilha desta opinião, frisando que estamos "num ano em que a taxa de turnover aumentou bastante, consequência de uma forte competitividade do mercado, face a uma escassez grande de talento em algumas áreas". "Deste modo, são muitas as empresas que cada vez apostam mais na contratação de recém-licenciados, em paralelo ao recrutamento dito mais sénior, de forma a equilibrar ao máximo as suas equipas e garantir a estabilidade das suas estruturas a longo prazo."

 

Também Constança Perry confirma o aumento significativo de jovens recrutados, considerando que "este tipo de contratação traz tanto vantagens para as organizações como para os jovens recém-licenciados". Um novo talento iniciante adapta-se com maior celeridade à cultura, valores e organização como um todo e constitui uma mais-valia ao pôr em prática os conhecimentos aprendidos por via académica e, em simultâneo, ao procurar soluções inovadoras e originais na empresa. Para os jovens, esta é uma oportunidade de evoluir, aprender e serem bem-sucedidos na entrada no mercado de trabalho.

 

Todavia, aos recém-licenciados é pedido que se diferenciem e posicionem, denota Sofia Valentim. "Que tragam mais do que a licenciatura e formação académica quando se candidatam a um primeiro emprego. Que tragam a sua experiência e interesses para cima da mesa: desportos de equipa, alta competição, música, participação em projetos académicos, programas de voluntariado, experiências profissionais. Todo este tipo de atividades permite o desenvolvimento de soft skills que são o que faz, verdadeiramente, a diferença, na hora de escolher entre um candidato e outro."



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