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Energias Renováveis 2018
Notícia

Uma voz activa no sector

Associação participa em questões de política energética e é ouvida em consultas públicas sobre legislação e planos na sua área de actividade.

07 de Março de 2018 às 17:25
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A Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN) é uma associação sem fins lucrativos criada em 1988 com o objectivo de defender os promotores de centrais eléctricas que usam fontes renováveis, e que, progressivamente, tem alargado a sua actuação para se ajustar aos novos desafios da sociedade, nomeadamente, o combate às alterações climáticas e à promoção da produção descentralizada.

 

 

António Sá da Costa, presidente da APREN, recorda que a associação surgiu aquando da abertura, em 1988, ao sector privado da produção de electricidade que desde 1976 estava concentrada na EDP e resultou da oportunidade e necessidade de defender um sector agora enquadrado numa nova realidade fora do âmbito de uma empresa estatal.

 

 

Indagado sobre quais as vantagens de ser associado da APREN, António Sá da Costa responde que a associação "tem-se transformado num fórum de discussão e análise das políticas energéticas e na sua interacção no combate às alterações climáticas", logo, permite ter uma "voz activa no sector e participar nesse debate". Além de questões de política energética, e a participação activa em consultas públicas sobre legislação e planos na sua área de actividade, "os associados da APREN podem aceder a um vasto leque de informação e de debate alargado a vários parceiros sobre questões técnicas e a fiscalidade do sector", acrescenta.

 

 

O balanço de 30 anos de actividade da APREN é positivo e o elevado número de associados e as conquistas conseguidas demonstram-no. "Há 30 anos, começámos do zero com um pequeno grupo de entusiastas que detinham ou anteviam como desafiador e promissor o desenvolvimento do sector das pequenas centrais hídricas em Portugal continental. Hoje, os nossos mais de 50 associados ordinários representam todas as tecnologias de produção de electricidade renovável, desde a eólica, à solar, à biomassa, à mini-hídrica, à grande hídrica, à geotermia, que perfazem mais de 93% da potência renovável instalada no nosso país", realça e prossegue, lembrando a importância da associação para a economia portuguesa e para a protecção do meio ambiente.

 

 

"Somos os representantes de um sector que se revelou crucial para o desenvolvimento sustentável de Portugal. Conseguimos que os custos da electricidade para o consumidor sejam mais baixos do que seriam se não existíssemos, além de criar emprego e de evitar a emissão de gases com efeito de estufa. Diminuímos ainda, significativamente, a dependência energética do país do exterior, isto é, das fontes fósseis, ajudando a equilibrar a nossa balança de pagamentos", destaca.

 

 

Projectos

 

 

A APREN está envolvida em projectos para dinamizar a implementação das energias renováveis em Portugal. Pedidos dois exemplos, António Sá da Costa começa por falar do projecto europeu designado EnergizAIR (http://energizair.apren.pt/), desenvolvido por algumas associações europeias de electricidade renovável e que "permite saber para cada país aderente a produção de electricidade gerada por região através das centrais eólicas e também que percentagem do consumo de uma família tipo poderia ter sido gerado pela sua instalação solar fotovoltaica; ou a percentagem de água quente que poderia ser gerada para essa mesma família caso tivesse instalado painéis solares de aquecimento de água sanitária". Esta informação é mostrada semanalmente no noticiário das 8 horas da manhã da RTP1.

 

 

Outro projecto em que a associação está envolvida é a campanha de divulgação do mapa de Portugal "com todas as centrais renováveis, numa parceria com o INEGI". Além da versão em papel, está disponível em http://e2p.inegi.up.pt/, bem como um conjunto de informação que a APREN distribuiu das suas acções junto de escolas e universidades "como a análise de cada ano relativamente à electricidade de origem renovável nos diferentes aspectos em que se sente a sua influência".


2040 no horizonte

António Sá da Costa explica que o desafio a longo prazo da APREN passa por "conseguir cumprir a meta que a nova directiva das renováveis define para Portugal que se estima seja um pouco mais de 80% de electricidade renovável em 2030". "Como o objectivo nacional para 2020 é de 60%, o nosso outro horizonte será 2040, quando julgamos ser possível termos em Portugal 100% de electricidade renovável, isto é, a produção de origem renovável exceder o consumo".

Estes desafios para o futuro, garante, são "perfeitamente alcançáveis" sem a necessidade de que apareçam tecnologias fora do que tem sido a evolução do sector nem do que se espera nos próximos anos. Mas, como diz o povo, "o caminho faz-se dando um passo de cada vez", por isso, avisa, tem de se ir dando os passos de uma forma firme e com uma estratégia para a energia bem definida em todas as suas vertentes.

Com uma maior penetração de electricidade renovável vai ter-se "menores custos para os consumidores e uma maior previsibilidade dos mesmos". "Prova disto é o que se constata olhando para um passado recente: 2016 foi um ano em que a produção renovável foi de 64% e o preço médio da electricidade no mercado grossista foi de 40€/MWh; em 2017, as renováveis só produziram 47% do consumo e o preço disparou para 54€/MWh", explica.

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