As empresas em Portugal e os portugueses estão cada vez mais sensibilizados para o tema da sustentabilidade. No caso das empresas, são adotadas estratégias que reduzem o impacto ambiental, os executivos frequentam programas que ajudam a conciliar a sustentabilidade e os negócios e são feitas parcerias com diferentes iniciativas, associações e organizações que prestam um precioso auxílio na jornada de transição para um futuro mais sustentável. Esta estratégia não é aleatória. Pelo contrário. É que os líderes das empresas, tenham uma maior ou menor consciência ambiental, sabem perfeitamente que a sociedade está atenta às marcas e ao que os negócios fazem pelo planeta (que tem de ser protegido), além de, entre outros exemplos, terem uma regulação da sua atividade cada vez mais apertada.
Isso mesmo está explicado na 3.ª edição do estudo "Conhecer os desafios ajuda a encontrar o caminho?", uma antevisão de tendências para Portugal e para os portugueses em 2022. Nesta análise recente da EY é referido que os temas ESG (Environmental, Social and Governance) integrarão definitivamente este ano o core da estratégia, cultura e propósito das empresas que pretendam liderar os seus setores de atividade.
"O ESG será estrutural na estratégia, propósito e cultura dos líderes. Os grandes vencedores do futuro serão aqueles que conseguirem crescer e diferenciar o seu negócio em linha com os princípios fundamentais de ESG", afirma no documento Miguel Cardoso Pinto, partner, Advanced Manufacturing and Mobility Leader, EY-Parthenon, Ernst & Young, S.A.
Claro que, apesar da crescente vontade de as empresas portuguesas estarem alinhadas com as melhores práticas industriais de outros países no que diz respeito às questões ambientais, nem sempre é possível atingir este objetivo. Como explica nas páginas deste trabalho Paula Policarpo, presidente e cofundadora da DariAcordar/Zero Desperdício, existe uma perceção no tecido empresarial nacional de que "estes temas são críticos para a sua sobrevivência, competitividade e crescimento futuro". "Porém, ainda há uma enorme incapacidade de os implementar na prática nos negócios, de os incorporar nos processos produtivos de início ao fim da cadeia de valor e da sua adoção como elemento e conceito estratégico da sua atividade empresarial."
Não obstante, e aqui não há dúvida, os portugueses olham atualmente com mais atenção para este tema da sustentabilidade. "As pessoas estão cada vez mais conscientes para a importância da sustentabilidade e para o papel que ela desempenha no futuro do nosso planeta", assegura Luís Cardoso, presidente do ISEG Executive Education, e acrescenta: "No que se refere às empresas, acreditamos que a formação nesta área continuará a ser central, chegando a cada vez mais perfis dentro das organizações, para que a passagem do plano estratégico para a operacionalização seja eficaz."
Aumento do número de veículos elétricos: um bom exemplo
Luísa Carvalho, Marketing and Communication Manager da i-charging, concorda que, de uma forma geral, os portugueses estão "cada vez mais sensibilizados com o tema da sustentabilidade". "As pessoas estão cada vez mais conscientes de que vão ter de fazer mudanças nos seus comportamentos. Antigamente, o tema era muito associado à reciclagem e pouco mais, mas atualmente existe uma preocupação geral", afiança a responsável da empresa especialista em soluções de carregamento de veículos elétricos. Exemplo disso –prossegue Luísa Carvalho – é o aumento da procura por veículos totalmente elétricos, não só em Portugal, como em todo o mundo. "A mobilidade elétrica foi escolhida como a forma de mobilidade mais ecológica do futuro, com o objetivo de redução de CO2", explica.
Segundo a Marketing and Communication Manager da i-charging, existem metas em todo o mundo para o aumento do número de veículos elétricos em circulação e consequencial redução dos veículos de combustão. "A maior parte dos fabricantes de automóveis estão a produzir veículos elétricos, por forma que daqui por uns anos, dependendo dos países, as vendas de veículos sejam apenas dos elétricos. Caminhamos para uma maior sensibilização e uma atitude renovada da sociedade perante todos os problemas que têm surgido nestes últimos anos."