Coesão territorial, inovação e internacionalização da economia regional. Estes são os três maiores desafios que se colocam à região Centro. A coesão territorial é fundamental porque deste modo as pessoas têm as mesmas oportunidades e acesso aos mesmos bens e serviços, independentemente da zona geográfica em que vivam.
Nesta área, a região Centro tem conseguido diminuir assimetrias e desenvolver fenómenos de proximidade e de integração dos territórios através de programas específicos para os recursos e os territórios de baixa densidade.
A região Centro forma em média cerca de 30% dos licenciados de Portugal e concentra o maior número de alunos do país inscritos nas áreas da ciência e da tecnologia. O desafio é reter na região os recursos altamente qualificados, seja nas empresas já existentes, seja através da atracção de novas empresasuma vez que a região tem os elementos essenciais de um sistema regional de inovação.
Relativamente à internacionalização, é crucial para testar e reforçar a competitividade das instituições e empresas do Centro num mundo sem fronteiras e para atrair maior riqueza à região. As empresas do Centro têm já elevadas taxas de exportação e muitas estão em vários mercados internacionais de forma assertiva. Do mesmo modo, tem-se investido na captação de investimento directo estrangeiro.
Principais sectores de actividade
A região Centro caracteriza-se por deter um conjunto equilibrado de sistemas urbano-industriais que nunca deixou de apresentar um importante tecido industrial. São estes sectores, em que a região apresenta vantagens comparativas ou especialização produtiva, que geram mais riqueza. Indústrias ligadas aos materiais de construção, aos produtos metálicos, aos bens alimentares, aos plásticos, à madeira, cortiça e mobiliário ou à mecânica e electrónica são sectores que apresentam um peso interessante na economia regional, evidenciam capacidade de atrair investimento estrangeiro e estão associadas a "clusters" como o do automóvel e das máquinas e ferramentas, da floresta e do habitat e dos materiais.
No Centro estão ainda a emergir outras actividades com potencial, como as tecnologias de informação, comunicação e electrónica e as actividades económicas associadas às ciências da vida. Por outro lado, a região tem apresentado uma interessante e sustentada evolução da procura turística, em função do seu património diversificado e da sua abertura ao mundo.
Estes sectores representam mais de um terço do emprego e do Valor Acrescentado Bruto (VAB) gerado pelas empresas da região.
O comércio e os serviços empresariais – apesar de absorverem a maior fatia de empresas existentes na região – viram a sua importância diminuir quando analisada a riqueza que geram, a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) ou o pessoal ao serviço.
Pontos fortes e fracos
Numa análise aos pontos fortes, fraquezas, oportunidades e ameaças da economia da região, as vantagens a destacar são o território e a sua posição geográfica, marcado por uma rede equilibrada de cidades com excelentes indicadores de qualidade de vida; a existência de portos comerciais – Aveiro e Figueira da Foz –, rede rodoviária e ligações ferroviárias aos centros urbanos nacionais, a Espanha e à Europa.
A existência de recursos humanos qualificados é um sinal de uma estrutura produtiva diversificada em que coexistem áreas tradicionais (cerâmica, pasta de papel…) com actividades económicas recentes assentes em tecnologia (metalomecânica, moldes…) ou intensivas em conhecimento (tecnologias de informação, biotecnologia…) não foram esquecidas.
A vocação exportadora, a produção de energia eólica e de biomassa e a importância colocada na cooperação transfronteiriça e transnacional, na saúde e no envelhecimento activo e saudável são questões que criam condições para atrair investimento privado.
As principais fragilidades da região Centro residem na persistência de fortes assimetrias territoriais; nos reduzidos níveis de produtividade da mão-de-obra regional; no envelhecimento da população; num tecido produtivo constituído maioritariamente por unidades de reduzida dimensão (96% das empresas da região Centro possuem menos de dez trabalhadores) e com baixos índices tecnológicos.
Empresas gazela e PME Excelência
O tecido empresarial regional é maioritariamente constituído por micro e pequenas empresas. Em 2015, em média tinham 2,7 pessoas ao serviço e as PME representavam 99,9% das empresas. Esta é uma característica do sector empresarial do país. As empresas portuguesas são, fundamentalmente, de dimensão reduzida, mas são elas que mais se reinventam e que procuram inovar.
Cada vez mais se assiste na região Centro ao aparecimento de empresas de nova geração, centradas em tecnologia e inovação, com actividades económicas geradoras de valor acrescentado com base nos novos factores de competitividade.
São disso exemplo as empresas gazela, empresas jovens e com elevados ritmos de crescimento sustentados ao logo do tempo.
Em 2016, foram 87 as empresas gazela identificadas no Centro, crescendo de forma muito significativa (cerca de 53%) face ao ano anterior.
Além das empresas gazela, no ano de 2016 o IAPMEI atribuiu o título de PME Excelência a 495 empresas localizadas no Centro de Portugal. Na região Centro encontram-se 27,7% das PME Excelência nacionais (1.786 empresas).
28.199
100
dos 308 municípios portugueses estão na região Centro, que tem 972 freguesias.
2,3
milhões de indivíduos residiam, em 2015, na região Centro. Representam 22% da população portuguesa.
80
habitantes por km2 na região Centro.
1
milhão de indivíduos empregados na região.
96
mil indivíduos desempregados, correspondendo à taxa de desemprego de 8,4%.
34
mil milhões de euros era o PIB da região Centro em 2015, representando 19% do total nacional.
11,1
mil milhões de euros, que representam 22,1% do total nacional das exportações em 2016.