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IAPMEI: um parceiro das empresas portuguesas

O IAPMEI – Agência para a Competitividade e Inovação desenvolve estratégias de ajuda às pequenas e médias empresas (PME) nacionais. Só no último ano acompanhou mais de 18 mil projetos aprovados em execução, o que corresponde a 8 mil milhões de euros de investimento.

12 de Janeiro de 2022 às 11:56
Francisco Sá, presidente do IAPMEI
Francisco Sá, presidente do IAPMEI
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Com um conjunto de produtos e serviços, o IAPMEI é um dos principais parceiros das PME que constituem a larga maioria do tecido empresarial em Portugal – e também na Europa comunitária. Para saber o que a Agência tem feito para apoiar as PME nacionais neste período complicado e vai continuar a fazer para promover a competitividade, o crescimento, a inovação e o empreendedorismo destas mesmas empresas, falámos com presidente do IAPMEI, Francisco Sá.

 

Quais os dados de execução em termos de número de empresas e valores "entregues" nas medidas que acompanharam? 
Em 2021, o IAPMEI fez o acompanhamento de mais de 18 mil projetos aprovados em execução, o correspondente a 8 mil milhões de euros de investimento que, por sua vez, representam um potencial de cerca de 56 mil novos postos de trabalho e um aumento do nível de exportações de 11 mil milhões de euros.

Só nos sistemas de incentivos às empresas, a execução atingiu 320 milhões de euros à data de 30 de dezembro de 2021, o que corresponde a 3.573 pedidos de pagamento. O IAPMEI registava, nesta data, uma taxa de execução acumulada de 66,8% face ao incentivo aprovado, o melhor desempenho nos sistemas de incentivos às empresas, 9% acima do valor médio.

No programa APOIAR, que teve como objetivo auxiliar a situação de tesouraria das empresas, sob a forma de subsídio a fundo perdido, para apoio a PME dos setores particularmente afetados pelas medidas de mitigação da pandemia, foram pagos quase 400 milhões de euros, tendo sido feitos cerca de 89.500 pagamentos.

Já a Linha de Apoio à Tesouraria de micro e pequenas empresas fechou o ano com 865 candidaturas contratadas, correspondendo a um montante contratado de mais de 27 milhões de euros.

A medida de apoio para Compensação do Salário Mínimo Nacional, assegurada pelo IAPMEI e que se irá estender em 2022, impactou 67.357 empresas e representou um volume de pagamentos de mais de 30 milhões de euros.

A Linha Covid teve uma forte adesão? De que setores, essencialmente?
A Linha de Apoio à Tesouraria para PME registou uma elevada procura. Registámos quase 2000 candidaturas até ao final de 2021. Neste momento, existem mais de 1.200 candidaturas aprovadas, o que corresponde a um montante de crédito aprovado no valor de cerca de 36 milhões de euros.

O que é o Startup Boost e como tem sido aceite?
O Startup Boost Powered by Capacitar para Empreender é um projeto cofinanciado pelo COMPETE 2020 que pretende incentivar o empreendedorismo qualificado e criativo, através de dinâmicas ativas de networking, sensibilização e capacitação para as novas tendências de negócio à escala global. De forma ampla e não discriminatória, tem desenvolvido um conjunto de iniciativas integradas e disponibiliza instrumentos como conteúdos multimédia e e-books, centrados em temas emergentes no contexto dos desafios sociais e societais e no desenvolvimento de hard e de soft skills.

O programa arrancou em força em novembro de 2021, com o seminário de apresentação do "Diagnóstico sobre o Empreendedorismo em Portugal nas Áreas Tecnológicas de Forte Potencial" e tem tido uma forte adesão e envolvimento de diversos stakeholders, estando a afirmar-se de modo cada vez mais expressivo como marca no ecossistema empreendedor.

Em 2022, será dada continuidade aos encontros temáticos "Learn to Earn", focados em temas estimulantes e essenciais para a economia como "Criatividade e criação sistematizada de valor", "Inovação e tecnologias de informação", "Gestão e finanças para empreendedores", entre outros. Continuaremos a disponibilizar, em startupboost.pt, conteúdos focados nas soft skills e na capacidade de comunicação dos projetos empreendedores, assim como informação técnica focada nas tendências empresariais e na criação de novas empresas de base tecnológica. Estão ainda previstas ações de imersão em ambiente empresarial, um concurso no qual se pretende distinguir empreendedores que queiram criar a sua própria empresa, a semana do empreendedorismo 2022 e sessões de sensibilização sobre instrumentos e programas nacionais e europeus de apoio ao empreendedorismo, entre outras.

Ao estimular a aprendizagem e a criação de novas empresas, o Startup Boost pretende incentivar o empreendedorismo através de dinâmicas de networking, sensibilização e capacitação, que conduzam à geração de resultados positivos no ecossistema empreendedor nacional.

Que soluções têm as PME ao seu dispor por via do IAPMEI, nomeadamente em 2022?
Nos próximos anos, as empresas portuguesas têm uma oportunidade quase única, com os apoios disponibilizados pelo PRR – Plano de Recuperação e Resiliência e do Portugal 2030, para ultrapassar algumas das suas debilidades. O PRR é uma oportunidade para superar algumas das fragilidades que têm limitado a competitividade das empresas. São debilidades que já conhecemos e são, em grande medida, estruturais, o que releva ainda mais o quanto esta oportunidade é importante.

Por exemplo, a necessidade das empresas em aumentar a sua dimensão, através da colaboração, da capacidade de potenciar sinergias e da aposta em novos e inovadores produtos e serviços, que tragam novas áreas de desenvolvimento, é respondida no PRR pelas designadas Agendas Mobilizadoras para a Inovação empresarial, que já tem 64 projetos apurados para a 2ª fase, de um total de 143 candidatos. Estes 64 projetos envolvem mais de 1.700 entidades e representam um investimento superior a 9 mil milhões de euros.

Também a necessidade de descarbonizar a indústria, tornando-a mais sustentável e competitiva face às novas metas de redução de emissões, é um dos focos daqueles apoios. Já abriu entretanto o Aviso "Apoio à elaboração de roteiros de descarbonização da indústria e capacitação das empresas" (ver aqui), com a dotação de 10 milhões de euros, para apoiar atividades ou projetos que ajudem na mitigação das alterações climáticas, através de ações que contribuam para a descarbonização da economia. Estão disponíveis mais 705 milhões de euros para projetos de investimento nas empresas, visando a aquisição de tecnologias com menores emissões de gases de efeito de estufa, a eficiência energética ou a produção de energia com fontes renováveis, cujo concurso está prestes a ser aberto.

Da mesma forma, a necessidade de aumentar as qualificações digitais na força de trabalho e de intensificar a transição das empresas para modelos de negócio digitais tem previstos vários investimentos no PRR com uma dotação global de 650 M€.

Estes, e outros, desafios permitirão ao tecido económico português recuperar da crise, tornando-se mais resiliente e competitivo nos mercados, também eles, cada vez mais exigentes.

Nos próximos anos as empresas portuguesas têm uma oportunidade quase única, com os apoios disponibilizados pelo PRR, para ultrapassar algumas das suas debilidades Francisco Sá, presidente do IAPMEI

Como foi, no vosso entender, o último ano para as PME portuguesas?
Os últimos dois anos, no contexto da pandemia covid-19, criaram muitas dificuldades para as empresas, e em particular para as micro, pequenas e médias empresas, com repercussões na sua estrutura financeira, nos seus clientes e mercados, na sua capacidade produtiva e mesmo nos seus trabalhadores. Mas é importante salientar a forma como as empresas, empresários e todos os trabalhadores foram capazes de rapidamente, e sem qualquer margem para preparação prévia, se adaptar a novas formas de trabalho, adaptação dos processos de produção e a novos produtos, novas abordagens comerciais e de distribuição, foi absolutamente extraordinária.

O ano de 2021 permitiu alguma recuperação da atividade económica, permitindo a muitas empresas voltar à sua atividade normal, mas essa recuperação foi muito desigual nos vários setores e não teve ainda grande expressão, continuando abaixo dos níveis de atividade de 2019.

Encontramos ainda alguns sinais de incerteza e de imprevisibilidade, mas é fundamental focarmo-nos na recuperação da atividade e na reparação dos danos económicos e sociais sofridos ao longo deste período.

 

 

O que projetam para este ano para as PME nacionais e quais são os principais desafios que se lhes colocam em 2022? 
São vários os desafios que se colocam às empresas, especialmente no atual contexto, mas o mais urgente será o reforço da sua capacidade de resiliência e, como se disse acima, a criação de condições para uma rápida resposta aos desafios que, a cada momento, lhes são colocados, seja pelos mercados, pela tecnologia ou pela própria sociedade. Além destes, temos, como sabemos, os desafios emergentes das transições climática e do digital.

As metas de descarbonização das empresas, a necessidade de redução do consumo de plásticos de utilização única, a redução do desperdício e o tratamento de resíduos, o uso consciente e sustentável de água e dos solos potenciando a sua sustentabilidade, ou a adoção de ferramentas de monitorização da performance em relação a estas temáticas, por exemplo, vão obrigar as empresas a requalificar os seus ativos em função dos novos processos produtivos e novas matérias-primas.

Por outro lado, os custos da energia na produção e a alteração dos meios de transporte e energias que os suportam têm um impacto significativo na valorização do produto final, incomportável para a sobrevivência de muitas empresas, em vários setores.

O reforço da competitividade das PME depende também da aposta na transição digital. A adaptação das empresas a novas maneiras de produzir, de comunicar e de vender, com a robótica, a integração de sistemas produtivos, o incremento de vendas online e o desenvolvimento de modelos de negócios digitais, exige a implementação de sistemas de cibersegurança robustos.

Mas o maior de todos os desafios será, porquanto, a qualificação e requalificação dos trabalhadores, que terão de ser cada vez mais valorizados pelas suas capacidades analíticas e criativas.

Tendo em conta a vossa experiência, como pensam que estas se estão a preparar? 
As empresas já vinham a sentir a necessidade de mudança, especialmente a que está em linha com a circularidade e a sustentabilidade, áreas que se afiguram como prioritárias.

As dificuldades que o contexto da pandemia covid-19 trouxe para as empresas foram significativas, pelo que numa perspetiva de recuperação é necessário garantir a criação de condições nas empresas para investir nos desafios que já identificámos.

Equilibrar a sua estrutura financeira, voltar a olhar para os mercados onde atuam para perceber o que mudou, repensar os seus processos de forma a torná-los mais eficientes e ambientalmente mais sustentáveis e investir nos seus trabalhadores serão prioridades que terão de estar presentes na estratégia das empresas, em especial nos próximos anos.

Importa reter que a comunicação em rede se tornou imprescindível e as aplicações digitais tornaram-se essenciais, as empresas estão cada vez mais conscientes de que só estarão em vantagem competitiva se estiverem integradas nas redes estratégicas para o seu negócio, em vez de continuarem a agir de forma isolada. É importante, por essa razão, que as empresas estejam atentas e procurem saber como poderão beneficiar dos apoios do PRR.

A propósito do trabalho em rede e cooperação, o Aviso "Apoio à elaboração de roteiros de descarbonização da indústria e capacitação das empresas" (N.º 01/C11-i01/2021), lançado no início deste ano e com limite de apresentação de candidaturas a 31 de março, é destinado a associações empresariais e centros tecnológicos dos diferentes setores industriais com competências técnicas orientadas para a valorização da atividade industrial, visando apoiar a elaboração ou atualização relevante de um roteiro de neutralidade carbónica por cada setor de atividade industrial.

Foram já selecionadas 64 Agendas Mobilizadoras que terão acesso à fase seguinte para a apresentação de candidaturas a financiamento constituídas por propostas finais. Os domínios de intervenção destas agendas são diversos e vão desde os tradicionais setores do calçado, têxtil e de vestuário, materiais e tecnologias de produção, passando pela saúde, turismo e indústrias culturais e criativas e audiovisual, até aos que assumem hoje relevância estrutural para a economia portuguesa, como a ferrovia, transportes, mobilidade e logística, a energia – transversal, hidrogénio, lítio e inteligência artificial, microeletrónica e blockchain.

O maior de todos os desafios das PME nacionais será a qualificação e requalificação dos trabalhadores, que terão de ser cada vez mais valorizados pelas suas capacidades analíticas e criativas Francisco Sá, presidente do IAPMEI 

Quais os setores mais fortes e os que estão mais expostos?
Os diferentes setores enfrentam todos eles importantes desafios, seja pela via da circularidade e sustentabilidade, seja pela via da digitalização. A alteração dos hábitos de consumo que a pandemia veio acentuar, potenciando a utilização dos canais de venda online, o impacto nas cadeias de abastecimento, os desafios da circularidade, sustentabilidade ambiental e da digitalização, é uma realidade que, de um modo ou de outro, acaba por impactar todos os setores.

Nos setores de moldes e plásticos, exportadores por excelência, a superação destes desafios afigura-se determinante e crucial à sua permanência e crescimento no mercado. A regulamentação relacionada com o consumo de plásticos de utilização única, por exemplo, exigirá a muitas empresas do setor dos plásticos a adaptação a esta nova realidade, não só ao nível dos processos de fabrico, mas também do tratamento e reciclagem de resíduos.

Acredita que 2022 será um ano de aposta (novamente) na internacionalização das PME?
Sem dúvida que sim. A internacionalização é e será sempre determinante para as empresas portuguesas, tendo em conta a reduzida dimensão do mercado português. Com a perspetiva da retoma económica e as novas oportunidades de investimento, em novos mercados e novos modelos de negócios, as PME portuguesas terão todas as condições para continuar a sua estratégia de internacionalização.

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