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CTT tentam "roubar" poupanças aos bancos

Os CTT aceleraram a procura pelas poupanças dos portugueses. Prova disso é que, nas últimas semanas, enviaram cartas às famílias a reforçar a atractividade dos produtos de poupança que comercializam.

Miguel Baltazar/Negócios
06 de Maio de 2018 às 14:00
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"Porquê ter poupanças a render 0% quando pode aplicar a 1,38% com total segurança?". É assim que começa a carta que os CTT enviaram para as casas dos portugueses, nas últimas semanas, numa clara alusão à remuneração de quase 0% que os bancos nacionais oferecem actualmente nos depósitos a prazo.


A dona dos correios tem estado activa na tentativa de captação das poupanças dos portugueses. Para isso, tem reforçado a atractividade dos Certificados do Tesouro Poupança Crescimento (CTPC), "uma aplicação a sete anos, segura e sem encargos, com capital garantido e com uma alta rentabilidade".


Estes produtos têm uma taxa de juro de 0,75% no primeiro e segundo anos, que sobe para 1,05% no terceiro ano, 1,35% no quarto ano, 1,65% no quinto ano, 1,95% no sexto ano e 2,25% no sétimo e último ano. Ou seja, em média, no período de vida dos CTPC a remuneração média é de 1,38%. A partir do segundo ano, esta taxa de remuneração pode ser acrescida de um prémio correspondente a 40% da taxa de crescimento do PIB.


Uma rentabilidade atractiva sobretudo se comparada com aquela que é oferecida actualmente pelos bancos nos tradicionais depósitos a prazo. De acordo com os dados mais recentes do Banco de Portugal, as novas aplicações em depósitos a prazo, em Fevereiro, obtiveram uma remuneração média de 0,19%, a mais baixa de sempre, e que já tinha sido atingida em Dezembro.


"Usar o dinheiro como calço da perna do sofá até pode dar jeito, mas não é nada rentável", diz ainda a carta dos CTT. "Os CTPC oferecem ainda flexibilidade e liquidez através do pagamento anual de juros e da possibilidade de resgate total ou parcial um ano após a data da subscrição. Visite uma Loja CTT, abra a sua conta aforro e faça mais com as suas poupanças", conclui.


Segundo os dados do Banco de Portugal, foram aplicados 117 milhões de euros nos CTPC, em Março. Foi o valor mais elevado captado por estes novos títulos que, em Novembro, substituíram os Certificados do Tesouro Poupança Mais (CTPM) que tinham uma taxa bruta média anual de 2,25%. No acumulado do ano, captaram 326 milhões de euros. Os produtos anteriores conseguiam aplicações mais elevadas, fruto da maior rentabilidade oferecida.


Na apresentação dos resultados do primeiro trimestre, os CTT reconhecem uma "retracção na procura". E, para fazer face a isso, o primeiro trimestre "ficou marcado pela realização de uma campanha de comunicação multicanal com o ‘slogan’ ‘Faça mais pelas suas poupanças’, destinada a promover a oferta de produtos de dívida pública".


"Esta acção insere-se num plano alargado de acções com vista a acelerar a recuperação dos colocações de dívida pública, plano que se espera venha a ganhar tracção nos próximos trimestres de 2018", adianta o relatório publicado no site da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

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