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S&P sobe perspectiva de França e reafirma "rating"

A agência Standard & Poor’s reiterou o "rating" da República França em AA mas decidiu subir a perspectiva sobre a dívida de longo prazo gaulesa de "negativa" para "estável".

Bloomberg
21 de Outubro de 2016 às 19:51
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O Governo francês recebeu esta sexta-feira, 21 de Outubro, uma boa notícia. Apesar de manter inalterado o "rating" de França em "AA" (terceiro nível mais elevado), a agência Standard & Poor’s (S&P) elevou a perspectiva sobre a dívida pública de longo prazo gaulesa de "negativa" para "estável".

 

Para a agência de "rating" norte-americana esta alteração fica a dever-se às reformas laboral e fiscal levadas a cabo pelo Executivo gaulês nos últimos dois anos. Trata-se de um pacote de medidas que ficou conhecido como "lei Macron", numa alusão ao ministro da Economia, Emmanuel Macron, o principal responsável por um conjunto de reformas para tornar mais liberal a economia de França.

 

A S&P elogia o Governo de François Hollande considerando que estas reformas permitirão estimular a criação de emprego, reforçar a competitividade do país e ainda dar saúde às finanças públicas. Esta é uma boa notícia para Hollande, que enfrenta já no próximo ano eleições presidenciais, isto numa altura em que as sondagens continuam a colocar os socialistas atrás da Frente Nacional de Marine Le Pen.

 

Após altos e baixos – mais momentos baixos do que altos - neste primeiro mandato enquanto presidente francês, registando níveis inéditos de impopularidade na história presidencial gaulesa, este é um trunfo para o Executivo de Hollande que se viu "obrigado" por Bruxelas a adoptar medidas de ajustamento orçamental depois de Paris ter revisto em alta o défice orçamental e do défice estrutural para 2015. Uma das medidas mais polémicas prendia-se com a flexibilização do mercado laboral, até então um dos mais rígidos na União Europeia. 

Estas reformas foram aprovadas à revelia do Parlamento francês, com o Governo a ultrapassar pela direita os deputados que na sua maioria votaram contra a lei Macron. Foi a segunda vez em muitos anos que foi invocada uma prerrogativa prevista pela Constituição gaulesa que permite a aprovação por decreto, expediente utilizado pelo primeiro-ministro, Manuel Valls.

 

Através de um comunicado citado pela agência, o ministro francês das Finanças, Michel Sapin, acolheu com agrado a decisão da S&P salientando que "as reformas introduzidas estão a dar frutos uma vez que todas as agências de ‘rating’ estão agora confiantes nas perspectivas para França".

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