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Portugal adia reembolso de 925 milhões em dívida

Portugal trocou esta quarta-feira 925 milhões de euros em obrigações do Tesouro por maturidades mais longas. O reembolso é "empurrado" para 2038, 2042 e 2052.

Miguel Baltazar
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A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) trocou, esta quarta-feira, 925 milhões de euros em obrigações do Tesouro (OT) que venciam em 2026 e 2027 por títulos que vencem mais tarde, adiando estes reembolsos para prazos mais longos.

O IGCP comprou no mercado de obrigações do Tesouro duas linhas: 350 milhões de euros em OT com prazo a abril de 2027 - uma linha que tinha sido emitida com um juro de 4,125% -, e 575 milhões de euros em OT com maturidade a julho de 2026, com um cupão de 2,875%.

Em contrapartida, a agência liderada por Miguel Martín colocou à venda três linhas de obrigações. Foram colocados 500 milhões em títulos com maturidade a junho de 2038 com um cupão de 3,5%, 170 milhões de euros na segunda linha com prazo a abril de 2042 com um juro 1,15%, e uma terceira linha de 255 milhões com maturidade a abril de 2052 e cupão de 1%.

Esta foi a primeira troca de dívida este ano. Com esta operação, o Tesouro consegue diminuir o custo de financiamento e aliviar a pressão sobre os reembolsos da dívida. 

No último leilão de troca, realizado a 10 de outubro de 2023, Portugal conseguiu adiar o reembolso de 641 milhões de euros de dívida que vencia em 2024, 2025 e 2027 por por títulos com maturidade em 2027 e 2030. Mas não foi a única do ano: em 202 3o IGCP a recorreu mais vezes ao mercado para trocas e recompras de dívida do que para emitir novos títulos, motivado pela enchente de dinheiro que entrou nos cofres do Estado por via dos certificados.

Em maio, junho e outubro de 2023 realizou operações de troca, que resultaram no adiamento do reembolso de um total de 2,4 mil milhões de euros. Além disso, o IGCP recomprou aos investidores, em quatro ocasiões diferentes, títulos que estavam vivos, incluindo 51 milhões de dólares que tinham sido emitidos com um cupão de 5,125% e que expiravam a 15 de outubro de 2024. Este montante fazia parte de uma emissão de 4,5 mil milhões de dólares, naquela que foi então a primeira transação em dólares desde 2010, e já depois de completado o plano da troika.

A par deste montante, foram retirados do mercados mais 2,6 mil milhões de euros. O presidente do IGCP, Miguel Martín, disse no início do mês no Parlamento esperar que este ano seja de regresso à normalidade com o alívio da procura por certificados.

Esta terça-feira, o IGCP reviu em baixa o montante a emitir em OT para este ano, em mil milhões de euros, para um total de 15 mil milhões, de acordo com a atualização trimestral do programa de financiamento da República. O montante estimado de emissão de OT tem vindo a variar ao longo do ano, tendo aumentado ligeiramente para depois descer, já que no final do ano passado o IGCP apontava para que fossem colocados 13,9 mil milhões de euros em dívida a longo prazo.

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