Notícia
Moody’s corta Petrobras para "lixo"
A agência de notação financeira colocou na categoria de investimento especulativo a dívida sénior da petrolífera brasileira, admitindo poder vir a cortar ainda mais a sua classificação.
A Moody’s cortou o rating da Petrobras em dois níveis, para Ba2, ou seja, para o segundo nível de "lixo".
A justificar esta decisão estão os receios em torno das investigações de corrupção na petrolífera brasileira [Operação Lava Jato] e as pressões em matéria de liquidez que poderão resultar em atrasos na apresentação dos relatórios financeiros auditados, refere o relatório da agência.
A agência refere ainda que poderá vir a cortar ainda mais a classificação da Petrobras, a quem os mercados de financiamento têm estado fechados devido à investigação. A empresa, recorda a Bloomberg, tem cerca de 52 mil milhões de dólares em obrigações.
As acções da Petrobras têm vindo a ser fortemente penalizadas em bolsa desde Novembro passado, quando a polícia deteve mais de 20 pessoas no âmbito da investigação que visa determinar até que ponto é que alguns executivos e políticos ligados à petrolífera exigiram pagamentos a construtoras em troca da atribuição de contratos.
Segundo as acusações, vários fornecedores da Petrobras terão pago subornos a executivos e a políticos da coligação governamental liderada pelo Partido Trabalhista da presidente Dilma Roussef, de forma a conseguirem contratos no valor de milhares de milhões de dólares. O PT tem, no entanto, refutado todas as acusações.
No passado dua 4 de Fevereiro, a presidente executiva da Petrobras, Graça Foster, bem como cinco administradores da empresa, apresentaram a sua demissão. Foi a terceira vez que Graça Foster pediu para sair, alegando motivos emocionais, e desta vez Dilma aceitou.
Dois dias depois, a 6 de Fevereiro, Aldemir Bendine, presidente Banco do Brasil, foi indicado por Dilma Rousseff para assumir a liderança da petrolífera.