Notícia
Moody's melhora avaliação da dívida do Brasil de "negativa" para "estável"
A agência de notação de risco Moody's melhorou a perspectiva para o risco soberano da dívida do Brasil, de "negativa" para "estável", mas mantém que a avaliação sobre o país ainda continua a indicar risco de crédito elevado.
Segundo a Moody's, o fim da acentuada contracção do Produto Interno Bruto (PIB), em conjunção com a queda de juros e convergência da inflação para a meta estabelecida pelo Governo em 4,5% para o ano em curso configuraram um cenário mais positivo para a economia brasileira, que permitiu a revisão da avaliação.
Na avaliação divulgada hoje, a Moody's destacou que o Brasil já está a mostrar "sinais de recuperação, uma descida da inflação e uma perspectiva orçamental mais clara".
A agência de notação estimou que o Produto Interno Bruto deve crescer este ano entre 0,5% e 1%, e subir para 1,5% no próximo ano.
A Moody's disse acreditar que depois de 2018 as riquezas produzidas no país devem aumentar anualmente em torno de 2% e 3%.
Sobre o cenário político do Brasil, muito conturbado nos últimos anos com o processo de destituição da ex-Presidente Dilma Rousseff e as investigações de corrupção envolvendo diversos políticos do país, a agência de risco destacou que o quadro "está a melhorar".
A Moody's observou como um sinal positivo dado pelo país na direcção da estabilidade foi a aprovação de uma lei no Congresso brasileiro que limitou o crescimento dos gastos públicos nos próximos 20 anos às taxas da inflação.
Citando um outro elemento positivo sobre o Brasil, a Moody's destacou que houve uma redução "significativa" do risco de passivos associados às actividades de entidades relacionadas com o Governo, como por exemplo da petrolífera estatal Petrobras.
A Moody's frisou ainda que a dívida brasileira possui estrutura suficientemente capaz de mitigar os riscos.
Em resposta a esta avaliação, o Governo brasileiro emitiu uma nota afirmando que "a reavaliação pela Moody's é um reconhecimento importante dos recentes esforços na recuperação fiscal e destaca os benefícios a serem alcançados com a efetivação das reformas".
Segundo um comunicado divulgado pelo Ministério das Finanças, o Brasil reafirma o "seu compromisso com a recuperação económica, marcada pelo esforço na aprovação de reformas estruturais, com o objetivo de garantir a sustentabilidade das contas públicas, além de contribuir para a melhoria do ambiente de negócios e aumento da produtividade".