Notícia
Juros da dívida portuguesa a 10 anos abaixo de 2,5%
A "yield" dos títulos da dívida portuguesa a 10 anos regressa abaixo dos 2,5%, depois dos independentistas não terem conseguido a maioria dos votos nas eleições regionais da Catalunha e da Fitch ter mantido o "rating" de Portugal.
Os juros da dívida portuguesa estão a recuar em todos os prazos, em linha com o comportamento das obrigações soberanas dos países periféricos, em reacção aos resultados das eleições regionais na Catalunha.
A "yield" dos títulos de dívida a 10 anos recua 6 pontos base para 2,49%, quebrando em baixa a barreira dos 2,5% pela primeira vez desde 21 de Setembro. Nas maturidades mais curtas a tendência também é de queda, com a "yield" das obrigações a cinco anos a descer 4 pontos base para 1,2%.
Nos restantes países periféricos do euro, a tendência é igualmente de queda dos juros, em reacção aos resultados das eleições na Catalunha. A "yield" das obrigações espanholas a 10 anos desce 7 pontos base para 1,96% e em Itália os títulos de dívida com a mesma maturidade negoceiam com uma "yield" de 1,76%, menos 3 pontos base do que na última sessão.
Os independentistas venceram as eleições regionais na Catalunha e conquistaram a maioria dos mandatos. Contudo, não conseguiram a maioria dos votos, pois mais de metade do eleitorado catalão votou em partidos unionistas e, ou, federalistas. Perde assim força a possibilidade de um referendo à independência da região, o que está a ser bem recebido pelos mercados. Além da descida das "yields", a bolsa espanhola está em alta (o IBEX sobe mais de 0,5%), contrariando a tendência negativa das principais praças europeias.
A afectar a dívida portuguesa está também o relatório divulgado na sexta-feira pela Fitch. A agência de notação financeira manteve o "rating" de Portugal em "BB+" (primeiro nível de lixo), justificando a decisão com o gradual reequilíbrio da economia, suportado por reformas estruturais em áreas como os mercados de trabalho e de produtos.
A agência estima um défice abaixo dos 3% do PIB este ano e não espera uma grande alteração na direcção das medidas económicas e orçamentais após as eleições, qualquer que seja o resultado a 4 de Outubro.