Notícia
Juros de Portugal abaixo dos 3% pela primeira vez desde Setembro
No espaço de dois meses os juros da dívida a 10 anos baixaram um ponto percentual. No arranque de Junho desceram dos 3%, quando no primeiro dia de Abril tinham superado os 4%.
Os juros que os investidores exigem para comprar dívida portuguesa no mercado secundário estão de novo a aliviar na sessão desta quinta-feira, 1 de Junho, sendo que nos títulos com uma maturidade de 10 anos a "yield" já está nos 3%.
De acordo com as taxas genéricas da Bloomberg, os juros das obrigações do Tesouro estão a aliviar 6 pontos base para 2,999%, o que corresponde ao nível mais reduzido desde Setembro do ano passado.
A descida das "yields" das obrigações do Tesouro surge num dia de relativa acalmia na dívida de outros países europeus, com as obrigações de Espanha e Alemanha estáveis ou mesmo em ligeira alta nalgumas maturidades.
Deste modo, o risco da dívida portuguesa está também a fixar novos mínimos, neste caso de Março de 2016. O diferencial entre os juros que os investidores exigem para comprar dívida portuguesa em detrimento da alemã, nos títulos com maturidade a 10 anos, está esta quinta-feira nos 264 pontos base.
O alívio nos juros da dívida portuguesa tem sido uma constante nas últimas semanas, sendo que ganhou força na quarta-feira, dia em que o Eurostat anunciou uma descida da taxa de inflação na Zona Euro para mínimos do ano, o que diminui as hipóteses de o Banco Central Europeu (BCE) equacionar uma redução dos estímulos à economia.
"Os dados sobre os preços dificilmente agradarão ao BCE, pois mostram que, mais uma vez, a projecção de inflação para 2017 é muito alta. Acima de tudo, porém, a queda da inflação core de 1,2% para 0,9% é um resultado doloroso", afirma o Commerzbank, numa nota a que o Negócios teve acesso, acrescentando que os dados sugerem que o BCE "provavelmente não aumentará as taxas de juro no futuro próximo".
Em relação especificamente a Portugal, continuam a ser revelados dados económicos animadores (PIB a crescer ao ritmo mais alto em dez anos e desemprego em mínimo de oito anos) e crescem, por outro lado, as pressões para que as agências de rating revejam a avaliação atribuída a Portugal, especialmente depois de a Comissão Europeia ter proposto a saída do Procedimentos dos Défices Excessivos (PDE).
Mesmo reconhecendo que "a recuperação da economia portuguesa é impressionante", Jean-Michel Six, economista-chefe da agência de notação financeira americana Standard & Poor’s, considerou, em entrevista ao Diário de Notícias, que "ainda é preciso perceber se esta recuperação [económica] é sustentável".
Já a Moody's considerou que a evolução da situação orçamental e a recente decisão de Bruxelas de pedir a saída do PDE terão "impacto positivo" na confiança dos investidores e no "perfil de crédito" do país.
Dos 4% aos 3% em dois meses
Depois de um pico de stress na dívida portuguesa no início do ano, quando os juros negociaram bastante tempo acima dos 4%, a tendência recente tem sido de queda continuada do risco que os investidores estão a atribuir a Portugal.
Em meados de Março a "yield" da dívida portuguesa a 10 anos estava nos 4,3% e no primeiro dia de Abril tinha aliviado ligeiramente para 4%. Dois meses depois a "yield" dos títulos a 10 anos já está abaixo dos 3%, pelo que a queda neste espaço de tempo foi superior a 1 ponto percentual.
Para atingir agora o valor mais baixo desde Agosto do ano passado, os juros de Portugal terão que chegar à fasquia dos 2,6%.
(notícia actualizada às 15:25 com mais informação)
De acordo com as taxas genéricas da Bloomberg, os juros das obrigações do Tesouro estão a aliviar 6 pontos base para 2,999%, o que corresponde ao nível mais reduzido desde Setembro do ano passado.
A descida das "yields" das obrigações do Tesouro surge num dia de relativa acalmia na dívida de outros países europeus, com as obrigações de Espanha e Alemanha estáveis ou mesmo em ligeira alta nalgumas maturidades.
Deste modo, o risco da dívida portuguesa está também a fixar novos mínimos, neste caso de Março de 2016. O diferencial entre os juros que os investidores exigem para comprar dívida portuguesa em detrimento da alemã, nos títulos com maturidade a 10 anos, está esta quinta-feira nos 264 pontos base.
O alívio nos juros da dívida portuguesa tem sido uma constante nas últimas semanas, sendo que ganhou força na quarta-feira, dia em que o Eurostat anunciou uma descida da taxa de inflação na Zona Euro para mínimos do ano, o que diminui as hipóteses de o Banco Central Europeu (BCE) equacionar uma redução dos estímulos à economia.
Em relação especificamente a Portugal, continuam a ser revelados dados económicos animadores (PIB a crescer ao ritmo mais alto em dez anos e desemprego em mínimo de oito anos) e crescem, por outro lado, as pressões para que as agências de rating revejam a avaliação atribuída a Portugal, especialmente depois de a Comissão Europeia ter proposto a saída do Procedimentos dos Défices Excessivos (PDE).
Mesmo reconhecendo que "a recuperação da economia portuguesa é impressionante", Jean-Michel Six, economista-chefe da agência de notação financeira americana Standard & Poor’s, considerou, em entrevista ao Diário de Notícias, que "ainda é preciso perceber se esta recuperação [económica] é sustentável".
Já a Moody's considerou que a evolução da situação orçamental e a recente decisão de Bruxelas de pedir a saída do PDE terão "impacto positivo" na confiança dos investidores e no "perfil de crédito" do país.
Dos 4% aos 3% em dois meses
Depois de um pico de stress na dívida portuguesa no início do ano, quando os juros negociaram bastante tempo acima dos 4%, a tendência recente tem sido de queda continuada do risco que os investidores estão a atribuir a Portugal.
Em meados de Março a "yield" da dívida portuguesa a 10 anos estava nos 4,3% e no primeiro dia de Abril tinha aliviado ligeiramente para 4%. Dois meses depois a "yield" dos títulos a 10 anos já está abaixo dos 3%, pelo que a queda neste espaço de tempo foi superior a 1 ponto percentual.
Para atingir agora o valor mais baixo desde Agosto do ano passado, os juros de Portugal terão que chegar à fasquia dos 2,6%.
(notícia actualizada às 15:25 com mais informação)