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Custo da nova dívida de Portugal agrava-se para 3,4% até maio

O custo da colocação de nova dívida subiu de 3,2% em abril para 3,4% em maio. Neste período, a dívida direta do Estado aumentou 1,4%, sobretudo devido a um crescimento mensal do saldo vivo de novas obrigações.

Miguel Baltazar
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O custo da emissão de nova dívida de Portugal está mais caro. Até maio, este valor chegou aos 3,4%, ficando 0,2 pontos percentuais acima dos 3,2% contabilizados até abril, de acordo com dados divulgados pela Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública - IGCP.

Este movimento contraria a tendência de alívio que tinha vindo a ser observada desde o início deste ano.

Apesar desta subida, a despesa com a colocação de novas obrigações fica ligeiramente abaixo dos 3,5% registados em em 2023. Paralelamente, no ano passado, o juro médio do "stock" da dívida fixou-se em 2%, um agravamento face aos 1,7% contemplados em 2022.

Esta tendência refletiu a mais rápida subida de juros de referência de sempre pelo Banco Central Europeu (BCE) – iniciada em 2022 e que continuou no ano passado –, que foi acompanhada por uma redução da presença da autoridade monetária no mercado da dívida.

Entretanto, o banco central decidiu – em linha com o que era esperado pelo mercado – reduzir as taxas de juro de referência em 25 pontos base. No entanto, esta decisão foi tomada em junho, dois meses depois do período a que dizem respeito os números referentes a abril.

Em sentido contrário, este efeito foi amortecido pela promoção de Portugal ao clube do rating A. Apesar da subida das "yields", o "spread" face à Alemanha – que é visto como um importante indicador de risco – tem-se mantido contido.

Saldo vivo das obrigações faz subir dívida

Até ao final de maio, o saldo da dívida direta do Estado cifrou-se em 290.847 milhões de euros, uma subida de 1,4% face ao mês anterior.

"Esta variação resultou, sobretudo, do aumento mensal do saldo vivo de obrigações do Tesouro, em 4.013 milhões, explicado pelas emissões realizadas no mês", explica a agência liderada por Miguel Martín, que não esquece também o aumento "do ‘stock’ de Bilhetes do Tesouro (BT), em 1.573 milhões de euros".

Por outro lado, o IGCP destaca a quebra do saldo de outros instrumentos financeiros em 1.467 milhões," em resultado de emissões no valor de 500 milhões de euros, conjugado com amortizações que ascenderam a 1.967 milhões, as quais incluem, essencialmente, a amortização de operações" de recompra de dívida. "Para a redução também contribuiu a descida do saldo vivo de Certificados do Tesouro (CT), em 97 milhões, e dos certificados de aforro, em quatro milhões", acrescenta o IGCP.

Além disso, durante este período, o IGCP registou uma quebra dos montantes recebidos, como contrapartidas de contas margem, necessárias para o investimento em derivados. Em concreto, a agência refere que esta diminuição de 49 milhões de euros. 

O "stock" de dívida diminuiu em 31 milhões, "refletindo o efeito decorrente das flutuações cambiais dos instrumentos de dívida denominados em moeda não euro, avaliados ao câmbio do último dia de maio", remata o IGCP.

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