Notícia
MNE ucraniano: "Mariupol é bem pior que Bucha". Biden quer Putin julgado por crimes de guerra. Petróleo dispara
Acompanhe aqui os principais desenvolvimentos da guerra na Ucrânia e o impacto nos mercados.
Europa e EUA alinhados para reforçar sanções
Quinta ronda de sanções contra o regime do Kremlin sairá "com urgência", garantiu Josep Borrell. França pede medidas contra o "carvão e petróleo" vindos da Rússia. Alemanha avisa que é impossível prescindir do gás russo "no curto prazo".
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França e Alemanha expulsam diplomatas russos
A Alemanha anunciou que irá expulsar 40 elementos da diplomacia russa no país na sequência das notícias do massacre na cidade ucraniana de Bucha.
Também a França indicou que irá dar ordem de saída do país a diplomatas do Kremlin.
Segundo a agência AFP, o Eliseu vai expulsar 35 elementos do corpo diplomático russo.
MNE ucraniano diz que Mariupol "é muito pior" do que Bucha
O ministro ucraniano dos Negócios Estrangeiros disse esta segunda-feira que o massacre em Bucha é "apenas a ponte do icebergue" dos crimes de guerra cometidos pelas forças russas na Ucrânia.
"Posso vos dizer sem exageros, mas com grande pesar, que a situação em Mariupol é bem pior", disse Dmytro Kuleba numa conferência de imprensa conjunta com a homóloga britânica, Liz Truss.
Kuleba apelou "a uma nova onda de duras sanções" do Reino Unidos e dos seus aliados para travar a guerra, uma posição apoiada por Truss.
O governante ucraniano disse ainda que qualquer país do G7 e da UE que "ainda tenha dúvidas" e continue a realizar trocas comerciais com a Rússia - nomeadamente a compra de petróleo e gás natural - deveria visitar as valas comuns na Ucrânia.
A cidade de Mariupol, no sul do país, tem sido das mais fustigadas desde o início da invasão, tendo sido praticamente arrasada com sucessivos bombardeamentos.
Eurogrupo apoia reforço das sanções após "imagens horríveis dos ataques" russos
O presidente do Eurogrupo, Paschal Donohoe, disse hoje que os ministros das Finanças da zona euro apoiam o reforço das sanções financeiras da União Europeia (UE) à Rússia na sequência das "imagens horríveis dos ataques" russos em Bucha.
"A reunião de hoje ficou marcada pelas imagens horríveis dos ataques cometidos pelo exército russo contra civis na Ucrânia. Estamos todos chocados e estamos prontos a intensificar as sanções e o apoio ao povo da Ucrânia", declarou Paschal Donohoe, falando em conferência após uma reunião do Eurogrupo, no Luxemburgo.
Frisando ser "muito importante manter a unidade que tem caracterizado a resposta" da União Europeia (UE), Paschal Donohoe anunciou um debate na terça-feira, já ao nível dos ministros das Finanças dos 27, no Ecofin, sobre "outras ações" a adotar.
A ser estudado pela UE está, então, o reforço das sanções financeiras aplicadas pela UE contra o regime russo, como o alargamento do congelamento de bens a mais oligarcas russos ligados ao Presidente, Vladimir Putin.
Também presente na ocasião, o comissário europeu da Economia, Paolo Gentiloni, declarou ser "clara a necessidade de reforçar a unidade europeia e de aumentar a resposta" aos ataques russos, nomeadamente através de mais medidas restritivas.
Bolsas europeias sobem com impulso chinês às tecnológicas
As bolsas europeias fecharam hoje em alta, animadas pelo facto de o regulador chinês do mercado de capitais ter referido este fim de semana que vai mudar as leis de confidencialidade que impedem as empresas chinesas listadas no exterior de fornecer informações financeiras confidenciais a reguladores estrangeiros – o que ajudará na sua disputa com os EUA, especialmente no que diz respeito às tecnológicas.
Esta notícia alimentou o apetite pelo risco a nível mundial, o que sustentou as bolsas. Isto enquanto os investidores não perdem de vista a perspetiva de sanções adicionais contra a Rússia, nomeadamente por parte da União Europeia.
O Stoxx 600 fechou a somar 0,84%, para 462,19 pontos, depois de ter chegado a estar a cair.
O índice de referência esteve a ser impulsionado sobretudo pelas tecnológicas – à conta da decisão da China – e também pelos setores automóvel e retalhista.
De entre os 20 setores representados no Stoxx600, apenas quatro fecharam em baixa: banca, petróleo & gás, recursos de base e seguros.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão Dax somou 0,59%, o francês CAC-40 valorizou 0,70%, o italiano FTSEMIB avançou 0,05%, o britânico FTSE 100 subiu 0,28% e o espanhol IBEX 35 pulou 0,20%. Em Amesterdão, o AEX registou um acréscimo de 1,35%.
Alemanha vai nacionalizar unidade da Gazprom para garantir gás
A Gazprom Germania GmbH - proprietária da fornecedora de energia Wingas GmbH e de uma empresa de armazenamento de gás - ficará sob a tutela do regulador de energia alemão até 30 de setembro, indicou aos jornalistas o ministro da Economia alemão, Robert Habeck.
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Putin deve ser julgado por crimes de guerra, diz Biden
O presidente dos EUA, Joe Biden, voltou esta segunda-feira a classificar o seu homólogo russo, Vladimir Putin, como um "criminoso de guerra".
Biden defendeu que Putin deveria ser julgado por crimes de guerra na sequência do massacre na cidade ucraniana de Bucha, perto de Kiev.
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Juros aliviam na Europa
Apesar de as bolsas estarem a recuperar, os investidores estão também a privilegiar ativos mais seguros, como é o caso das obrigações soberanas – e a maior aposta na dívida faz descer os juros, cenário que hoje se verifica de novo na Europa.
Os juros da dívida portuguesa a 10 anos seguem a ceder 2 pontos base para 1,353%, ao passo que em Espanha, na mesma maturidade, recuam 1 ponto base para 1,458%.
As "yields" das Bunds alemãs a 10 anos, referência para a Europa, seguem a mesma tendência, a aliviar 3,5 pontos base para 0,515%.
Petróleo sobe mais de 3%
Os preços do "ouro negro" seguem a negociar em alta, depois de a União Europeia ter dito que está a trabalhar em novas sanções contra a Rússia.
Em Londres, o Brent do Mar do Norte, que é a referência para as importações europeias, segue a somar 3,13% para 107,66 dólares por barril.
Já o West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, ganha 3,49% para 102,73 dólares por barril.
A ajudar está também o facto de a Arábia Saudita ter subido para valores recorde o preço aplicado aos compradores asiáticos.
Ouro regista ganhos ligeiros. Euro em queda
O ouro segue a negociar estável, depois de ter caído na passada sexta-feira com a divulgação dos números do emprego nos EUA, e dois dias antes de ser publicada a ata da reunião da Reserva Federal norte-americana (Fed) que há algumas semanas determinou a primeira subida das taxas juro desde 2018.
O metal amarelo está a somar 0,36% para 1.932 dólares a onça. Paládio, platina e prata seguem esta tendência positiva. Esta segunda-feira, os investidores estão a ser impulsionados a procurar este ativo refúgio por excelência, à medida que alguns Estados-membros da União Europeia pressionam Bruxelas para que sejam adotadas mais sanções contra o Kremlin, na sequência do massacre de Bucha.
O ouro fechou a semana passada com perdas, depois de os investidores terem aumentado o apetite pelo risco, após a divulgação dos números do emprego nos EUA que deram conta da criação de quase meio milhão de postos de trabalho em março assim como uma taxa de desemprego aquém do esperado.
A estabilização do ouro acontece dois dias antes de ser publicada a ata da Fed que poderá dar pistas sobre o caminho a seguir pelo banco central nos próximos tempos. Este domingo, a presidente da Fed de São Francisco, Mary Daly, antecipou que se houver diminuição do número de empregos nos EUA, este fenómeno pode fortalecer a decisão do banco central de subir meio ponto percentual já em maio.
Segundo uma nota de "research" do Commerzbank, citada pela Bloomberg, o metal amarelo esteve a ser negociado entre os 1.900 e 1.950 dólares durante o mês de março, após a saída dos investidores mais especulativos.
Apesar de tudo, os investidores mais dedicados aos ETF ligados ao ouro, continuam a aplicar o seu dinheiro neste ativo. No primeiro trimestre deste ano, as participações em ETF ligados ao ouro aumentaram em 245 toneladas, "revertendo rapidamente as saídas de investidores durante o ano passado", acrescenta a nota.
No mercado cambial, o índice do dólar da Bloomberg – que compara a "nota verde" com 16 divisas rivais – está a somar 0,27% para 98,97 pontos, enquanto o euro perde 0,56% face ao dólar. Na Rússia, cada dólar está a valer 84,02 rublos, mantendo-se assim próximo dos níveis pré-guerra (80 rublos).
Bruxelas vai enviar equipa de investigadores à Ucrânia
A União Europeia vai enviar um grupo de investigadores à Ucrânia para investigar crimes de guerra. Através do Twitter, a presidente da Comissão Europeia indicou que a delegação já está pronta e que vai trabalhar em coordenão com o procurador-geral ucraniano, com apoio da Europel e do Eurojust.
O tweet surge depois de uma conversa entre Ursula von der Leyen e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, sobre "as mortes atrozes de civis em Bucha e no resto da Ucrânia".
I spoke with President @ZelenskyyUa about the atrocious murder of civilians in Bucha and elsewhere in Ukraine.
— Ursula von der Leyen (@vonderleyen) April 4, 2022
The EU is ready to send Joint Investigation Teams to document war crimes in coordination with the Ukrainian Prosecutor General.@Europol and @Eurojust will support.
Wall Street abre com tendência mista. Twitter dispara mais de 22%
Os principais índices norte-americanos começaram a sessão divididos entre perdas e ganhos. O industrial Dow Jones está a ceder 0,35% para 34.697,72 pontos, enquanto o tecnológico Nasdaq avança 0,34% para 14.309,57 pontos. Já o S&P 500 está na linha de água, a avançar 0,07% para 4.542,29 pontos.
No setor tecnológico o Twitter está em destaque, a valorizar 22,3% para 46,647 dólares. A rede social criada por Jack Dorsey chegou a disparar 26% antes da abertura do mercado, em reação ao facto de Elon Musk ter adquirido uma participação de 9,2% no Twitter, num montante que à cotação de fecho de sexta-feira ronda os 2,89 mil milhões de dólares. O documento, enviado pelo Twitter à SEC refere que o dono da Tesla é agora titular de 73.486.938 ações da rede social.
Além do Twitter, há ainda outra empresa com ligações a Musk que está em destaque. A Tesla está a ceder 0,26%, depois de anunciar que entregou 310 mil veículos no primeiro trimestre - um recorde para a fabricante, mas que ainda assim está abaixo das estimativas de Wall Street.
Ainda no mundo dos automóveis, a empresa de aluguer de veículos Hertz está a apreciar 2,51% para 21,65 dólares, depois de a empresa anunciar que vai comprar até 65 mil carros elétricos à Polestar, ao longo dos próximos cinco anos. A Hertz chegou a ganhar 2,3% antes da abertura do mercado.
Kiev vendeu 1.282 NFT sobre a guerra
O criptomuseu ucraniano "Meta History: Museum of War", inaugurado no início deste mês, vendeu 1.282 NFT no primeiro dia de vendas, segundo os dados disponibilizados pelo Ministério da Transformação Digital Ucraniano, citados pela página Criptonews, tendo arrecadado 653 mil dólares (190 unidades de ethereum).
Segundo a página do museu virtual, o objectivo é "conseguir fundos para reconstruir os museus, teatros e outros edifícios culturais destruídos pelos invasores russos".
O Ministério da Transformação Digital deu ainda conta que Kiev vai lançar um "leilão mundial que vai incluir as primeiras quatro obras de artistas ucranianos e as obras de arte dos vencedores da competição internacional PROSPECT100", uma destacada competição internacional de design, que reúne anualmente cerca de 100 novos talentos de todo o mundo. Apenas os utilizadores que detenham uma wallet do criptomuseu podem participar deste leilão.
Desde que a invasão russa começou, que o mercado cripto tem sido solidário para com a Ucrânia, tendo sido realizadas só no primeiro dia de guerra mais de 2.800 transações ethereum para Kiev, de acordo com os dados da rede blockchain.
Para retribuir a onda de solidariedade, a página oficial da Ucrânia chegou a anunciar um "airdrop token", o lançamento de um ativo virtual para todos aqueles que contribuíram para com instituições estaduais e organizações não governamentais ucranianas, uma iniciativa que acabou por não acontecer.
Ministros dos Negócios Estrangeiros da Liga Árabe vão encontrar-se com homólogos russo e ucraniano
O secretário-geral da Liga Árabe, Ahmed Aboul Gheit, e os ministros dos Negócios Estrangeiros da Jordânia, Egito, Algéria, Iraque e Sudão estão a planear encontros com representantes da Rússia e da Ucrânia, com o objetivo de explorar uma solução diplomática para a guerra na Europa.
De acordo com a Bloomberg, o grupo viajará para Moscovo para reunir com o ministros dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov e, mais tarde, visitar a Polónia para encontrar o MNE da Ucrânia, Dmytro Kuleba.
No final de fevereiro, poucos dias após o início da invasão à Ucrânia, a Liga Árabe já tinha pedido que as partes envolvidas conseguissem chegar a "um acordo sem recorrer à força militar".
Os países da Liga Árabe compram tradicionalmente grandes quantidades de cereais à Rússia e a Ucrânia - os dois países representam mais de 25% das exportações globais de trigo.
Kremlin "nega categoricamente" acusações sobre ataques a civis em Bucha
O porta-voz do Kremlin "nega categoricamente" as acusações que estão a ser feitas sobre os ataques a civis em Bucha, na Ucrânia.
Dmitry Peskov, o porta-voz do Kremlin, negou as acusações, mas não terá acrescentado mais informação sobre o tema, nota a Bloomberg.
E, na mesma ocasião, Peskov pediu aos líderes globais para não fazerem afirmações sobre o caso antes de estar concluída uma investigação.
Vários líderes europeus vieram a público acusar a Rússia de estar a levar a cabo crimes de guerra. Já esta manhã foi a vez de Emmanuel Macron, o Presidente francês, dizer que as imagens de Bucha representam crimes de guerra. "Quem está por trás destes crimes terá de responder por eles. Não haverá paz sem justiça."
Presidente ucraniano em visita a Bucha
Volodymyr Zelensky, o Presidente da Ucrânia, está a visitar esta segunda-feira a cidade de Bucha, a cerca de 25 quilómetros a noroeste de Kiev, a capital ucraniana.
De acordo com a BBC, Zelensky terá passado pela estrada onde as forças militares russas terão feito uma emboscada a civis. E, mais uma vez, Zelensky sublinhou que a destruição em Bucha é um exemplo de crimes de guerra e do genocídio que está a acontecer na Ucrânia.
À BBC, o Presidente ucraniano garantiu que o país está disponível para negociar a paz com a Rússia. "A Ucrânia deve ter paz. Estamos na Europa no século XXI. Vamos continuar os esforços diplomáticos e militares".
Autoridades ucranianas denunciam "massacre deliberado" em Bucha
União Europeia quer responsabilizar Rússia pelas atrocidades na Ucrânia
A União Europeia condenou a Rússia pelas atrocidades que estão a ser vividas em várias cidades da Ucrânia. O bloco dos 27 indicou que vai trabalhar "com cariz de urgência" em sanções adicionais contra Moscovo.
"As autoridades russas estão a ser responsáveis por estas atrocidades, cometidas quando têm controlo efetivo da área", indicou a União Europeia, num comunicado conjunto esta segunda-feira.
Nas mesmas declarações, Bruxelas garante que pretende auxiliar a Ucrânia na recolha e preservação de provas de que a Rússia está a cometer crimes de guerra.
"Os nossos músicos estão a usar equipamento militar", diz Zelensky em discurso nos Grammy
O Presidente ucraniano discursou na entrega de prémios da indústria musical, os Grammy. Num vídeo transmitido na cerimónia, que decorreu na madrugada deste domingo, em Las Vegas, nos Estados Unidos, apelou a que os músicos "preencham o silêncio com música".
"Sabem o que é o oposto de música? O silêncio de cidades arruinadas e de pessoas mortas", disse Zelensky, em declarações que antecederam um momento musical que contou com a presença de músicos ucranianos e de uma leitura de um poema do ucraniano Lyuba Yakimchuck.
"Preencham o silêncio com a vossa música. Façam-no hoje, contem a nossa história. Ajudem-nos de qualquer forma que conseguirem. Tudo, menos silêncio", apelou.
"Os nossos músicos estão a usar equipamento militar em vez de smokings, cantam aos feridos, nos hospitais, mesmo àqueles que não os podem ouvir, mas a música irá prevalecer", disse.
Algumas bolsas europeias invertem para o "vermelho". PSI lidera ganhos na Europa
A Europa está a negociar de forma mista neste ponto da sessão. Se as principais praças europeias até começaram o dia com ganhos, alguns índices inverteram a estão agora a negociar no "vermelho".
O Stoxx 600, que agrupa as maiores cotadas europeias, esteve a oscilar entre perdas e ganhos. Nesta altura está na "linha de água", a avançar 0,07%.
Os setores que estão em terreno positivo registam ganhos ligeiros, abaixo de 0,1% no caso das telecom, imobiliário ou do retalho, por exemplo. A subida mais significativa pertence ao setor das utilities, que soma 0,67%, e aos media, com ganhos de 0,43%.
Do lado das quedas, nota para a desvalorização de 0,57% dos setores da banca e automóvel e da depreciação de 0,56% do setor industrial.
No Stoxx 600, a Delivery Hero liderava os ganhos, a somar 12,89% para 47,2 euros. A empresa reviu o outlook e antecipa que a companhia chegue a lucros no próximo ano. Esta recuperação chega depois de as ações tombarem 59% no primeiro trimestre do ano. Também a Bayer está em alta no Stoxx 600, a valorizar 2,51%, depois de anunciar resultados positivos no ensaio clínio de um medicamento para a trombose.
O PSI está a valorizar 0,89%, enquanto o inglês FTSE está a somar 0,15% e Amesterdão 0,44%. Já o espanhol IBEX está a recuar 0,25%, o alemão DAX 0,3% e o francês CAC40 0,26%. Nota ainda para a desvalorização de 0,6% de Milão.
Espanha e Itália escapam à tendência de alívio dos juros
Os juros a dez anos estão a aliviar esta manhã, à exceção de Itália e Espanha, onde está a ser verificada uma subida.
Os juros das bunds alemãs, vistas como a referência na Zona Euro, estão a aliviar 1,7 pontos base nas obrigações com maturidade a dez anos, para uma taxa de 0,534%. Os juros alemães estão, assim, a cair depois da subida registada no final de março.
Em Portugal, os juros a dez anos alivia 0,4 pontos base para uma taxa de 1,369%. Desde dia 10 de março que os juros da dívida portuguesa estão a registar taxas acima de 1%.
Em Itália e Espanha, onde as yields estão a subir esta manhã, registam-se subidas diferentes. Os juros da dívida italiana a dez anos estão a agravar 1 ponto base, para uma taxa de 2,098%. Desde 24 de março que a yield italiana está acima de 2%.
Já em Espanha, os juros com maturidade a dez anos estão a subir 0,5 pontos base para 1,473%.
Petróleo com ganhos superiores a 1%. Brent acima dos 105 dólares por barril
O petróleo está a recuperar esta manhã, depois de ter chegado a desvalorizar na sessão, perante as notícias de confinamentos vindas da China, devido à pandemia de covid-19.
No final da semana passada, o "ouro negro" desvalorizou, muito devido ao anúncio de que os Estados Unidos vão recorrer às reservas estratégicas, o que fará chegar ao mercado mais petróleo. Também os países membros da Agência Internacional de Energia anunciaram que vão libertar crude dos stocks de emergência, com o principal objetivo de tentar travar a subida de preços do petróleo. Feitas as contas, o Brent tombou mais de 13% nas contas semanais.
Já esta manhã, o West Texas Intermediate (WTI) está a valorizar 1,17%, com o barril a cotar nos 100,43 dólares.
Em Londres, o Brent do Mar do Norte, que serve de referência ao mercado português, está a avançar 1,24% para 105,68 dólares por barril.
Euro a perder terreno para o dólar. Libra valoriza
O euro está a recuar ligeiramente face ao dólar, enquanto a libra esterlina está a valorizar. A moeda única deprecia 0,05% perante a "nota verde" para 1,1037 dólares.
Com esta desvalorização ligeira, o euro está a caminhar para a terceira sessão consecutiva a vermelho face ao dólar. De acordo com Rodrigo Catril, estratega senior de FX no National Australia Bank, "o mercado está provavelmente a tentar avaliar as mensagens mistas que estão a vir dos responsáveis do Banco Central Europeu após os dados sobre a inflação recorde", indicou à Bloomberg.
Já a libra esterlina está a valorizar 0,12% perante o dólar norte-americano para 1,3130 dólares, num dia em que são esperadas declarações do governador do Banco de Inglaterra, Andrew Bailey, que participa numa conferência esta segunda-feira. Assim, os investidores vão estar atentos a pistas sobre a política monetária no país.
O dólar norte-americano está na "linha de água", a recuar 0,03% perante um cabaz composto por divisas rivais. Nas sessões anteriores o dólar registou ganhos expressivos de 0,53% e 0,33%, na quinta e sexta-feira, respetivamente.
Nota ainda para o rublo, que está a valorizar tanto perante o euro como face ao dólar. O rublo soma 1,79% perante o dólar, depois de na sessão de 1 de abril ter tombado 4,95%. A moeda russa está a valorizar 1,89% perante o euro, depois do tombo de 4,5% na passada sexta-feira, quando a Rússia começou a exigir aos países "hostis" que pagassem por gás natural russo recorrendo a esta moeda.
Ouro a recuperar da queda da sessão anterior
O ouro está a valorizar 0,11%, depois de na sessão anterior ter registado uma queda de 0,61%. Assim, neste ponto da manhã, o ouro está a negociar nos 1.927,75 dólares por onça.
O ouro tem conseguido manter-se a rondar esta fasquia, com o preço a ser amparado pela incerteza em torno da guerra e também pelo aumento da inflação. Este metal precioso é habitualmente mais procurado em momentos de maior incerteza, como é o caso da guerra na Ucrânia.
Além do ouro, também a prata e a platina estão a valorizar. A prata aprecia 0,78% para 24,82 dólares por onça, enquanto a platina valoriza 0,54% para 994,93 dólares por onça.
Futuros apontam para arranque em alta na Europa
Os futuros das bolsas europeias apontam para um início de semana a verde nas principais bolsas da Europa, com a possibilidade das conversações entre Kiev e Moscovo serem retomadas esta segunda-feira. Nesta altura, os futuros do Stoxx 50 estão a somar 0,44%.
Na Ásia, a sessão decorreu com ganhos, especialmente expressivos no caso das tecnológicas chinesas. O índice Hang Seng, em Hong Kong, registou ganhos de 1,77% e, olhando especificamente para o Hang Seng Tech Index, foram registados ganhos de 5,1%, a maior subida em quase duas semanas.
A subida das ações das tecnológicas chinesas deve-se aos ânimos mais calmos em torno da possível retirada de cotadas com origem neste país dos índices norte-americanos. Já a bolsa de Xangai esteve encerrada para o feriado nacional.
No Japão, nota para a subida de 0,26% do índice Nikkei e de 0,48% do Topix. Na Coreia do Sul, o Kospi avançou 0,58%.
Potências globais condenam imagens vindas de Bucha. Rússia nega acusações de “crimes de guerra”
As imagens que estão a ser divulgadas de Bucha, onde já terão morrido centenas de civis às mãos dos militares russos, estão a ser condenadas pela comunidade internacional. Potências como o Japão já vieram a público condenar a morte de civis ucranianos, com o primeiro-ministro Fumio Kishida a frisar que se trata de "uma violação do direito internacional". De acordo com a Bloomberg, este governante terá dito à imprensa que estão a decorrer trabalhos para analisar a situação para perceber o que pode ser feito.
Dos Estados Unidos também chegam comentários às imagens de Bucha, na Ucrânia. No Twitter, o secretário de Estados norte-americano, Antony Blinken, escreveu que o país "condena fortemente as aparentes atrocidades das forças do Kremlin em Bucha e em toda a Ucrânia." "Estamos a tentar apurar responsabilidades recorrendo a todas as ferramentas disponíveis, documentação e a partilhar informação para responsabilizar os responsáveis".
We strongly condemn apparent atrocities by Kremlin forces in Bucha and across Ukraine. We are pursuing accountability using every tool available, documenting and sharing information to hold accountable those responsible.
— Secretary Antony Blinken (@SecBlinken) April 4, 2022
Do lado de Moscovo, chegam declarações que negam as acusações de crimes de guerra. "É claro que há muitas imagens falsas e encenadas", indicou Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, citado pela Bloomberg. A Rússia tem até aqui vindo a negar o envolvimento de militares russos nas mortes dos civis em Bucha. O ministro da Defesa russo já foi mais longe e afirmou que as acusações feitas são "provocações".