Notícia
Bolsas caem pelo terceiro dia, libra dispara e cobre atinge máximo de mais de dois anos
Acompanhe aqui o dia nos mercados.
Europa cai pelo terceiro dia com estímulos ausentes e covid-19 a abalar
A cor vermelha inundou as cotações europeias esta quarta-feira, como tem sido aliás apanágio desde o início da semana. As negociações sem fim dos estímulos económicos nos Estados Unidos, o avanço agreste da pandemia em todo o território e algumas más notícias no campo dos resultados empresariais estão a abalar a confiança dos mercados.
O índice que agrega as 600 maiores cotadas europeias, o Stoxx600, caiu 1,29% para os 360,79 pontos, ficando em terreno negativo pela terceira sessão consecutiva. Madrid, Paris e Londres fecharam a perder mais de 1,5%.
O sentimento segue pressionado pela incerteza quanto ao pacote de estímulos que está há muito prometido para os Estados Unidos, e que voltou a falhar um prazo: a democrata Nancy Pelosi tinha afirmado que as discussões não se prolongariam para lá de terça-feira mas já veio estender o limite até ao fim da semana.
"A proliferação do vírus na Europa e a resposta dos governos é um peso claro nos mercados", aponta ainda um dos analistas da markets.com, citado pela Bloomberg. Há ainda os riscos das eleições nos Estados Unidos e as negociações quanto ao Brexit "muitas razões" para a europa tremer "durante mais uns tempos".
Entre as empresas, as mineiras Fresnillo e Centamin caíram, 4,35% e 19,20% respetivamente, depois de cortarem as metas para este ano. Numa nota mais positiva, a Ericsson conseguiu subir quase 10%, depois de publicados lucros acima das expectativas dos analistas.
Cobre em máximos de mais dois anos devido a greves no Chile
O cobre superou a barreira dos 7.000 dólares por tonelada pela primeira vez em cerca de dois anos, devido a disrupções na produção deste metal industrial no Chile e devido ao otimismo gerado em torno de um novo pacote de estímulos nos Estados Unidos.
A Lundin Mining suspendeu as operações na sua mina de Candelaria, devido a greves e protestos contra a empresa, que não conseguiu chegar a um acordo salarial com os trabalhadores.
Apesar de a produção estar ainda limitada a apenas uma fração do total das minas gigantes do Chile, graças à BHP e à Codelco, os riscos de perturbação de abastecimento no país sobem de tom.
Juros da Zona Euro em alta um dia após emissão conjunta recorde
Os juros da dívida dos países da Zona Euro subiram de forma geral, com os juros transalpinos a liderarem este ganho diário.
No entanto, foi a "yield" alemã a dez anos que atingiu máximos de uma semana, com uma subida de 1,7 pontos base para os -0,591%.
Um dia depois da União Europeia ter emitido a primeira dívida conjunta, com uma procura recorde, os juros de Portugal aumentam 2,2 pontos base para os 0,178% e os de Espanha subiram em igual proporção para os 0,201%.
Preços do petróleo em queda com aumento de inventários de gasolina
Os preços do petróleo registaram quedas nesta quarta-feira, num dia em que os inventários desta matéria-prima nos Estados Unidos caíram 1,001 milhão de barris na semana terminada a 16 de outubro, depois de uma queda de 3,818 milhões na semana anterior.
Mas o catalisador desta queda foi o aumento de 1.895 milhões de barris de gasolina na mesma semana.
Assim o preço do Brent cai 3,08% em Londres, para os 41,85 dólares por barril, e o WTI (West Texas International) desvaloriza 3,7% no mercado nova-iorquino para os 40,15 dólares por barril.
Libra sobe acima de 1% para máximos de mais de um mês
O euro e a libra estão a valorizar nos mercados cambiais contra o dólar.
Mas no caso da divisa britânica, a valorização acontece também face ao euro. Assim, a moeda do Reino Unido apreciar 1,22% contra o euro, após duas quedas seguidas face à moeda única, e avança 1,45% em relação ao dólar para transacionar em máximos de 8 de setembro relativamente à moeda norte-americana.
Esta valorização da libra acontece depois de uma notícia avançada pela Bloomberg dar conta de que a União Europeia e o Reino Unido deverão retomar negociações formais com o objetivo de fechar um acordo de parceria até meados de novembro, o que a confirmar-se evita o cenário de precipício decorrente de um não acordo.
Por seu turno, o euro aprecia 0,41% para 1,1870 dólares, a quarta subida seguida da divisa europeia que lhe permite estar a negociar em máximos de 15 de setembro contra a divisa dos Estados Unidos.
Wall Street mantém foco nos estímulos e abre no limbo
A bolsa nova-iorquina abriu sem direção definida, depois de o acordo de estímulos nos Estados Unidos ter falhado mais um prazo mas os negociadores terem temperado a desilusão com novas esperanças e um prazo breve.
O S&P500 avança 0,059% para os 3.445,15 pontos, o tecnológico Nasdaq soma 0,29% para os 11.549,11 pontos e o industrial Dow Jones cai 0,083% para os 28.285,35 pontos.
A porta-voz da Casa dos Representantes, Nancy Pelosi, veio reconfortar com a mensagem de que espera conseguir um acordo para o lançamento de novos estímulos económicos até ao fim desta semana.
Um objetivo que é traçado depois de democratas e republicanos não terem conseguido fechar as negociações até esta terça-feira, a data que Pelosi havia imposto anteriormente como limite.
A administração norte-americana põe a fasquia nos 1,88 biliões de dólares, enquanto a oposição democrata deseja que o pacote se estenda até aos 2,2 biliões de dólares.
No mundo empresarial, o Netflix cede 4,71% para os 500,65 dólares, num dia em que revelou um número de subscritores abaixo do esperado. A Tesla sobe 1,62% para os 428,87 dólares, enquanto os investidores aguardam os resultados dos primeiros nove meses do ano, que vão ser publicados ainda esta quarta-feira.
Europa passa para o vermelho com indústria e tecnologia a penalizar
Depois de um arranque de sessão positivo, as ações europeias cederam às perdas, penalizadas sobretudo pelas cotadas da indústria e tecnologia. Neste último caso, o setor está a ser arrastado pela notícia de que o departamento de Justiça dos Estados Unidos vai avançar com uma acusação sobre a dona da Google, por deter um monopólio ilegal nos motores de busca e publicidade relacionada.
Apesar da descida das bolsas no velho continente, os futuros das ações dos Estados Unidos seguem em alta, com os investidores confiantes de que será possível alcançar um acordo em Washington em torno dos novos estímulos orçamentais.
Isto depois de Nancy Pelosi ter dito ontem aos jornalistas que ainda espera um entendimento com os republicanos esta semana.
As declarações da democrata penalizaram o dólar, impulsionaram o ouro e animaram as ações.
Na Europa, porém, a tónica é agora negativa, com o índice de referência para a região, o Stoxx600, a cair 0,82% para 362,52 pontos.
O português PSI-20 desliza ligeiros 0,01% para 4.170,57 pontos.
Juros sobem na Zona Euro
As obrigações soberanas da generalidade dos países do euro estão em queda e, consequentemente, os juros em alta.
Em Portugal, a yield associada à dívida a dez anos avança 1,3 pontos base para 0,168%, enquanto em Espanha, no mesmo prazo, a subida é de 1,1 pontos base para 0,190%.
Em Itália, os juros sobem 1,4 pontos para 0,739% e na Alemanha escalam 2,7 pontos para -0,581%.
Queda do dólar beneficia ouro
Com o dólar em queda, o ouro está a valorizar pela terceira sessão consecutiva, depois de as declarações de Nancy Pelosi, na terça-feira, terem retirado atratividade à moeda dos Estados Unidos.
Pelosi disse aos jornalistas que esperava chegar a um acordo esta semana, após falar com o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin. Embora tenha sinalizado que as diferenças permanecem, os seus comentários penalizaram o dólar, ajudando o ouro.
Numa entrevista à Bloomberg TV, Pelosi disse que já há um projeto de lei a ser redigido e que estava satisfeita com a mais recente abordagem do governo Trump em relação à testagem e rastreamento do coronavírus.
"Sempre que há notícias positivas sobre os estímulos americanos, o dólar cai e isso acaba por ser positivo para o ouro", explicou Vivek Dhar, analista de commodities do Commonwealth Bank of Australia.
O ouro ganha 0,76% para 1.921,38 dólares.
Dólar cai pelo quarto dia para mínimos de um mês
O índice que mede a força do dólar dos Estados Unidos face às principais divisas mundiais está em queda pela quarta sessão consecutiva e no nível mais baixo em um mês, com o otimismo em torno dos novos estímulos no país a sustentar um maior apetite pelo risco.
"O otimismo clássico do acordo orçamental" está a aparecer nos mercados, juntamente com a subida das yields do Tesouro e das ações, disse à Bloomberg Vishnu Varathan, diretor de economia e estratégia do Mizuho Bank Ltd. em Singapura.
Em sentido contrário, o euro está a subir 0,29% para 1,1855 dólares, um máximo de 21 de setembro.
Petróleo cai com aumento das reservas
O petróleo está a negociar em queda nos mercados internacionais, pressionado pelos dados que mostram que as reservas dos Estados Unidos terão aumentado inesperadamente na semana passada.
Segundo o Instituto Americano do Petróleo, os inventários de crude aumentaram em quase 600 mil barris na semana passada, o que a confirmar-se pelos números do governo – que serão divulgados pela Administração de Informação de Energia esta quarta-feira – constituirá a segunda semana de subidas em três.
Este aumento, que sinaliza uma quebra da procura na maior economia do mundo, está a anular o otimismo relacionado com os progressos em Washington em direção a mais estímulos orçamentais e a pressionar os preços.
O West Texas Intermediate (WTI), negociado em Nova Iorque, desce 0,62% para 41,43 dólares, enquanto o Brent, transacionado em Londres, desliza 0,72% para 42,85 dólares.
A recuperação do petróleo enfrenta ainda a pressão do aumento de casos de covid-19 no mundo e da subida da oferta da Líbia, apesar de a China oferecer algum apoio à procura.
A OPEP + alertou que o mercado enfrenta perspetivas precárias, e a Rússia já garantiu que o grupo não tomará qualquer decisão sobre os cortes na produção antes de uma reunião ministerial marcada para 30 de novembro.
Bolsas sobem com esperança de acordo sobre estímulos
Os futuros das ações da Europa e dos Estados Unidos estão em alta esta quarta-feira, 21 de outubro, apontando para um início de sessão positivo no velho continente, depois de dois dias consecutivos de perdas.
A animar as ações estão os aparentes progressos nas negociações sobre os estímulos orçamentais em Washington, depois de a democrata Nancy Pelosi ter assegurado que continua otimista em relação à possibilidade de um acordo antes das eleições presidenciais de 3 de novembro.
Pelosi disse ter esperança de alcançar um entendimento com os republicanos ainda esta semana, um acordo que seria maior, melhor e retroativo.
A oferta do governo é agora de 1,88 biliões de dólares, segundo confirmou o chefe de gabinete da Casa Branca, Mark Meadows, à CNBC. O valor está aquém das pretensões dos democratas, que podem apoios de 2,2 biliões, juntamente com uma série de requisitos de como o dinheiro deve ser distribuído.
Nesta altura, os futuros do Euro Stoxx 50 avançam 0,3%, e os do S&P 500 sobem 0,7%.
Na sessão asiática, o dia foi de ganhos ligeiros para a generalidade dos principais índices, com exceção do chinês Shanghai Composite Index, que perdeu 0,4%.
Kospi subiu 0,4% e o Hang Seng de Hong Kong somou 0,7%.