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Europa em "risk-off" regressa às perdas
Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados durante esta terça-feira.
Europa em "risk-off" regressa às perdas
Os principais índices europeus encerraram a sessão de hoje no vermelho, num dia em que preferiram outros ativos que portam menos risco, como as obrigações. As perdas desta terça-feira estendem assim o complexo início de ano para os mercados acionistas, depois de um "rally" que durou até ao final de 2023. Os investidores devem agora virar-se para os números da inflação nos Estados Unidos que serão conhecidos no final desta semana e que poderão dar mais indicações sobre o caminho futuro dos bancos centrais.
O índice de referência europeu, Stoxx 600, desceu 0,19% para 477,26 pontos. Entre as maiores perdas esteve o setor mineiro, ao cair quase 1,5%, acompanhado pela banca e os serviços financeiros.
Entre os movimentos de mercado, a Grifols tombou 25,91%, depois de a "short-seller" Gotham City Research ter publicado um relatório em que crítica o reporte financeiro da empresa espanhola.
Em Londres, a Hays caiu 7,61%, após ter cortado o "guidance" de resultados de 2023, citando dezembro como um mês mais fraco do que o esperado.
O sentimento económico pela Europa permanece negativo, com as últimas leituras a mostrarem apenas crescimento moderado. Em causa está uma previsão do Banco Mundial que mostra que, nas economias avançadas - onde se inclui Portugal, Zona Euro e União Europeia –, o crescimento deverá abrandar para 1,2% este ano, face aos 1,5% em 2023.
"O mercado acionista pode ter um caminho mais 'soft' no primeiro trimestre, dado o cenário macroeconómico na Europa e à medida que os mercados se ajustam a uma posição de sobrecompra", afirmou à Bloomberg a estratega Susana Cruz da Liberum Capital.
"Esperamos um 'rally' a partir do segundo semestre com os bancos centrais a responderem a menor procura na economia. Por isso pensamos que o segundo trimestre vai ser uma boa altura para começar a acumular ações cíclicas como tecnológicas ou relacionadas com matérias-primas", completou.
Nas principais praças europeias, o alemão Dax 30 cedeu 0,17%, o francês CAC-40 perdeu 0,32%, o espanhol Ibex 35 caiu 1,46%, o italiano FTSE MIB desvaloriza 0,53%, o britânico FTSE 100 desliza 0,13% e o AEX, em Amesterdão, recuou 0,19%.
Juros agravam-se na Zona Euro em dia animado por leilões de dívida
Os juros das dívidas soberanas na Zona Euro agravaram-se esta terça-feira, num dia animado por vários leilões de dívida no mercado primário, tanto de instituições financeiras, como de empresas e países. A Bloomberg estima que sejam colocados 45,7 mil milhões de dólares no mercado.
Os investidores estão a aproveitar a subscrição de obrigações soberanas, que ainda estão a oferecer remunerações atrativas, antes que os bancos centrais comecem a optar por uma política monetária mais relaxada, apesar de os "traders" terem reduzido as expectativas de cortes dos juros diretores este ano.
Os juros da dívida portuguesa a dez anos somaram 3,4 pontos base para 2,795%. A "yield" das Bunds alemãs com maturidade a dez anos, referência para a região, subiu 5,1 pontos para 2,185%.
A rendibilidade da dívida espanhola avançou 4,2 pontos base para 3,154%, ao passo que os juros da dívida italiana somaram 2,9 pontos para 3,841% e os da dívida francesa avançaram 5,1 pontos para 2,715%.
Fora da Zona Euro, os juros da dívida britânica agravaram-se 1,1 pontos base para 3,778%.
Petróleo recupera do tombo de segunda-feira e valoriza mais de 1%
O petróleo está a recuperar da maior queda no espaço de um mês, com o West Texas Intermediate (WTI), negociado em Nova Iorque, a subir 1,26% para 70,91 dólares por barril e o Brent do Mar do Norte, referência para as importações europeias, a somar 1,16% para 77,00 dólares por barril.
Na segunda-feira, o Brent chegou a cair 3,4%, mas um recente corte na produção de um dos maiores campos de petróleo da Líbia contribuiu para uma subida. Ao mesmo tempo, a Arábia Saudita cortou os preços mais que o esperado, o que pode fazer aumentar a procura por crude junto das refinarias.
Apesar das flutuações dos últimos dias, os futuros de petróleo têm negociado de forma constante desde o início de dezembro. Um mercado físico relativamente fraco foi compensado pelos ataques a navios no Mar Vermelho e pelo encerramento de campos de petróleo na Líbia.
O mercado estará hoje atento aos dados dos "stocks" de crude nos EUA na semana terminada a 5 de janeiro, que será divulgado pela associação comercial American Petroleum Institute (API).
Dólar e ouro avançam. Mercado aguarda inflação nos EUA
O dólar está a negociar em alta, acompanhando uma subida das "yields" da dívida norte-americana, numa altura em que os investidores questionam se o "timing" que os mercados estão a incorporar para cortes das taxas de juro pela Fed são justificados.
A "nota verde" avança 0,07% para 0,9138 euros, enquanto o índice do dólar da Bloomberg - que mede a força da divisa norte-americana contra 10 divisas rivais - soma 0,18% para 102,388 pontos.
Apesar dos ganhos do dólar, o ouro continua a valorizar e sobe 0,27% para 2.033,57 dólares por onça.
"O mercado ainda está a tentar perceber qual a trajetória e quando poderão acontecer os primeiros cortes de juros pela Fed", referiu à Bloomberg o analista Kamal Sharma do Bank of America.
Os catalisadores desta semana serão os números da inflação no consumidor e os preços no produtor nos Estados Unidos que serão conhecidos esta semana e é para lá que se devem virar as atenções dos investidores.
Wall Street regressa ao vermelho. Juniper escala 22% com rumores de compra pela HP
Os principais índices em Wall Street abriram em terreno negativo, depois de esta segunda-feira terem encerrado com valorizações substanciais, sustentadas pelas tecnológicas.
Os investidores estão a avaliar a possibilidade de os primeiros cortes de taxas de juro pela Reserva Federal não aconteçam tão cedo quanto esperado, antes de serem conhecidos dados da inflação nos Estados Unidos ainda esta semana.
O Dow Jones cai 0,63% nos 37.445,62 pontos. Já o S&P 500 perde 0,58%, para os 4.736,07 pontos, e o tecnológico Nasdaq Composite desvaloriza 0,58% até aos 14.758,08 pontos.
A Nvidia cede 0,054%, depois de ontem ter terminado a sessão em máximos históricos, após ter anunciado que lançou três novos "chips" gráficos, visando impulsionar a adoção de "PCs de IA".
"Estes chips incluem componentes extras, permitindo que jogadores, designers e outros utilizadores desfrutem de melhor desempenho de IA nos seus dispositivos pessoais, sem depender de serviços remotos online", explicam os analistas do Banco BiG numa nota.
Ainda entre os principais movimentos de mercado está a Juniper Networks que escala 22,01%, depois de o Wall Street Journal ter noticiado que a HP estava em conversações para adquirir a empresa num acordo avaliado em 13 mil milhões de dólares.
Os dados sobre a inflação no consumidor e os preços no produtor, conhecidos na quinta e sexta-feira, vão ser cruciais para prever a trajetória de política monetária da Reserva Federal.
"Acreditamos que a inflação subjacente ainda sugere a necessidade de uma política monetária restritiva", escreveram analistas do UBS numa nota vista pela Reuters.
"Com a taxa de inflação a aproximar-se da meta de 2% da Fed, o nosso cenário base considera um 'soft landing' em que o crescimento económico desacelera a um nível abaixo da tendência e a Fed corta os juros diretores em 100 pontos base, a começar em maio", estimam.
Os investidores estão ainda a avaliar os comentários do presidente da Fed de Atlanta, Raphael Bostic, que afirmou que ainda é necessário manter a política monetária em terreno restritivo. Já a governadora da Fed, Michelle Bowman, deixou de lado a sua postura mais "hawkish" e sinalizou que iria apoiar uma descida das taxas de juro caso a inflação continue a abrandar.
Taxa Euribor sobe a três meses e desce a seis e a 12 meses
A taxa Euribor subiu hoje a três meses e desceu a seis e a 12 meses face a segunda-feira, permanecendo abaixo de 4% nos três prazos.
Com as alterações de hoje, a Euribor a três meses, que avançou para 3,928%, ficou acima da taxa a seis meses (3,891%) e da taxa a 12 meses (3,601%).
A taxa Euribor a 12 meses, atualmente a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável e que esteve acima de 4% entre 16 de junho e 28 de novembro, baixou hoje para 3,601%, menos 0,015 pontos do que na segunda-feira, depois de ter subido em 29 de setembro para 4,228%, um novo máximo desde novembro de 2008.
Segundo dados do BdP referentes a outubro de 2023, a Euribor a 12 meses representava 37,8% do 'stock' de empréstimos para habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que a Euribor a seis e a três meses representava 35,9% e 23,6%, respetivamente.
No prazo de seis meses, a taxa Euribor, que esteve acima de 4% entre 14 de setembro e 01 de dezembro, também caiu hoje, para 3,891%, menos 0,038 pontos que na sessão anterior e contra o máximo desde novembro de 2008, de 4,143%, registado em 18 de outubro.
Em sentido contrário, a Euribor a três meses avançou hoje face à sessão anterior, ao ser fixada em 3,928%, mais 0,003 pontos e depois de ter subido em 19 de outubro para 4,002%, um novo máximo desde novembro de 2008.
A média da Euribor em dezembro desceu 0,037 pontos para 3,935% a três meses (contra 3,972% em novembro), 0,138 pontos para 3,927% a seis meses (contra 4,065%) e 0,343 pontos para 3,679% a 12 meses (contra 4,022%).
As Euribor começaram a subir mais significativamente a partir de 04 de fevereiro de 2022, depois de o BCE ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras devido ao aumento da inflação na zona euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022.
Na mais recente reunião de política monetária, em 14 de dezembro, o BCE manteve as taxas de juro de referência pela segunda vez (consecutiva) desde 21 de julho de 2022.
A próxima reunião de política monetária do BCE, que será a primeira deste ano, realiza-se em 25 de janeiro.
As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021.
As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.
*Lusa
Europa no vermelho após alívio à boleia de tecnológicas e retalho
Contudo, as palavras de Michelle Bowman, membro da Fed, alertam que a inflação pode recuar para a meta de 2% com as taxas de juro novos níveis atuais, sinalizando que poderá ser ainda cedo para cortar os juros.
"O novo ano já está a testar o 'rally' de 2023", afirmou Evelyne Gomez-Liechti, analista no Mizuho International, em declarações à Bloomberg.
Juros agravam-se na Zona Euro
Os juros das dívidas soberanas na Zona Euro estão a agravar-se esta terça-feira, numa altura em que os investidores aguardam por mais dados que providenciem pistas mais concretas sobre quando deverão os bancos centrais, sobretudo o Banco Central Europeu (BCE), começar a cortar os juros.
Os investidores acreditam que o BCE vai descer os juros diretores em 143 pontos base este ano, mostrando-se ligeiramente menos otimistas, uma vez que na segunda-feira antecipavam um corte de 149 pontos.
A "yield" da dívida pública portuguesa com maturidade a dez anos sobe 4,5 pontos base para 2,806% e a das Bunds alemãs com o mesmo prazo, referência para a região, aumenta 5 ponto para 2,183%.
A rendibilidade da dívida italiana cresce 5,9 pontos base para 3,871%, a da dívida francesa agrava-se 5,5 pontos para 2,720% e a da dívida espanhola sobe também 5,5 pontos para 3,166%.
Fora da Zona Euro, os juros da dívida britânica somam 4,6 pontos base para 3,813%.
O Eurostat divulga hoje a taxa de desemprego em novembro do ano passado, assim como os números da produção e do volume de negócios nos serviços em outubro de 2023, o que permitir media o pulso à economia europeia.
Ouro sobe com dólar ligeiramente mais fraco
O ouro está a valorizar, recuperando das quedas ontem registadas. O metal precioso está a beneficiar de um dólar ligeiramente mais fraco, numa altura em que os investidores reavaliam quando irá a Reserva Federal (Fed) dos Estados Unidos começar a descer as taxas de juro.
Isto porque, sendo cotado na nota verde, a matéria-prima torna-se mais atrativa para quem negoceia com outras moedas.
O ouro soma 0,31% para 2.034,33 dólares por onça. Noutros metais, o paládio cede 0,6% para 993,25 dólares e a platina sobe 0,19% para 949,29 dólares.
O mercado vê agora uma hipótese de 57% de um corte dos juros ocorrer em março, percentagem que compara com 67% no final da semana passada, de acordo com a Bloomberg.
No mercado cambial, a divisa norte-americana negoceia praticamente inalterado face ao euro.
A moeda única europeia perde 0,01% para 1,0949 dólares.
A nota verde está também a desvalorizar face ao iene japonês (-0,19%) e a ganhar perante o franco suíço (0,13%), que são também vistos como ativos-refúgio.
Os investidores aguardam agora pela leitura da inflação de dezembro, que será divulgada na quinta-feira. Este indicador poderá ditar os próximos passos, tanto para o dólar, como para o ouro.
"A inflação será um ponto-chave e uma leitura mais suave deverá levar a um recuo das 'yields' e do dólar", afirmou, Christopher Wong, analista na Oversea-Chinese Banking Corp, em declarações à Bloomberg.
Petróleo valoriza após maior queda desde início de dezembro
Os preços do petróleo estão a subir, estando a corrigir ligeiramente da queda registada na segunda-feira - a maior desde início de dezembro -, devido aos sinais de que o mercado de crude está a perder fulgor. Um receio que se adensou após a Arábia Saudita ter descido os preços para o mercado asiático.
A Saudi Aramco baixou o preço oficial de venda do crude "Arab Light" para a Ásia em dois dólares, colocando-o no valor mais baixo desde o final de 2021. Uma decisão que justificou com a redução persistente da procura por parte deste mercado.
O West Texas Intermediate (WTI), negociado em Nova Iorque, sobe 0,2% para 70,91 dólares por barril e o Brent do Mar do Norte, referência para as importações europeias, soma 0,33% para 76,37 dólares por barril.
Os investidores estão agora a reavaliar os receios quanto à procura e a crescente oferta face às tensões no Médio Oriente, que, caso se alastrem, podem gerar interrupções no fornecimenot do "ouro negro".
A associação comercial American Petroleum Institute (API) revela hoje os dados dos "stocks" de crude nos EUA na semana terminada a 5 de janeiro, um dado que será observado pelos investidores.
Europa aponta para o verde. Japão lidera ganhos na Ásia
As bolsas europeias apontam para um arranque em terreno positivo, prolongando os ganhos registados ontem, à boleia do desempenho das tecnológicas e das retalhistas.
Os futuros sobre o Euro Stoxx 50 sobem 0,3%, num dia em que os investidores aguardam pela divulgação de mais dados na região da moeda única europeia. Depois de ontem ter sido conhecido que a confiança dos consumidores aumentou em dezembro, é dia de saber como se situou a taxa de desemprego em novembro do ano passado.
Na Ásia, a sessão terminou maioritariamente no verde, com os índices japoneses a comandarem os ganhos. Para o sentimento na região contribuíram sinais de que Pequim estará preparado para aliviar mais a política monetária, reduzindo as reservas que os bancos têm de ter.
No Japão, o Nikkei somou 1,16% para níveis que não eram vistos desde março de 1990, e o Topix cresceu 0,82%. As ações nipónicas beneficiaram do desempenho do setor tecnológico.