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Bolsas europeias sobem para máximos de três meses e petróleo supera 77 dólares

A decisão anunciada por Donald Trump de rasgar o acordo nuclear com o Irão teve impacto em vários activos. O petróleo subiu para máximos de quatro anos, o que contagiou as cotadas do sector energético.  

Reuters
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Os mercados em números

PSI-20 ganhou 0,20% para 5.550,39 pontos

Stoxx600 valorizou 0,62% para 392,43 pontos

S&P 500 desvaloriza 0,24% para os 2.678,39 pontos

Juros da dívida portuguesa a dez anos descem 2 pontos base para 1,71%

Euro recua 0,06% para 1,1858 dólares

Petróleo avança 2,77% para 76,92 dólares em Londres

 

Acções europeias atingem máximos de mais de três meses

As bolsas europeias encerraram em alta esta quarta-feira, 9 de Maio, numa sessão marcada pela forte subida dos preços do petróleo.

 

Com a alta da matéria-prima – que atingiu o valor mais elevado desde Novembro de 2014 – foram as cotadas da energia que mais animaram as praças do Velho Continente. O índice de referência para a Europa, o Stoxx600, valorizou 0,62% para 392,43 pontos, o valor mais alto desde 2 de Fevereiro.

 

Também nos Estados Unidos, os principais índices seguem em terreno positivo, apesar do aumento da tensão decorrente da saída do país do acordo nuclear com Teerão. O índice S&P500 sobe 0,24% para 2.678,39 pontos.

 

Em Lisboa, o PSI-20 completou a quarta sessão consecutiva de ganhos, com o PSI-20 a valorizar 0,20% para 5.550,39 pontos, animado sobretudo pela Galp Energia e pelo BCP. A petrolífera somou 0,92% para 16,44 euros e o BCP avançou 1,64% para 29,67 cêntimos. 

 

Dólar interrompe série de ganhos e lira turca recupera 

A moeda norte-americana está hoje a fazer uma pausa na tendência de alta, com o índice do dólar a ceder 0,1% depois de ter fixado máximos do ano durante a manhã. Já o euro limitou as perdas, recuperando do mínimo desde 25 de Dezembro que fixou na parte inicial do dia. No fecho dos mercados europeus segue a descer 0,06% para 1,1858 dólares.

 

A moeda europeia tem sido penalizada por dados que apontam para um abrandamento da economia europeia, que devem levar o BCE a adiar o corte no programa de estímulos. O dólar beneficia com o aumento das tensões geopolíticas em resultado da decisão dos Estados Unidos sobre o acordo nuclear com o Irão. 

 

A sessão desta quarta-feira está a ser marcada pelo desempenho negativo das moedas de várias mercados emergentes, que têm sido penalizadas pela alta do dólar e do petróleo. A rupia indonésia e o real do Brasil atingiram um mínimo de dois anos e a lira turca fixou o valor mais baixo de sempre. A moeda turca recuperou e negoceia agora em alta, após o presidente Recep Tayyip Erdogan ter convocado uma reunião de emergência com os principais responsáveis pela política económica e monetária. 

 

Juros de Portugal caem após leilão 

Os juros da dívida pública portuguesa inverteram para terreno negativo, depois do IGCP ter realizado um duplo leilão de obrigações de longo prazo, que fica mercado pelos custos de financiamento mais reduzidos de sempre.

  

A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) emitiu esta quarta-feira, 9 de Maio, 483 milhões de euros numa emissão de dívida a 10 anos, tendo conseguido uma taxa de 1,67%. Na emissão a cinco anos, o IGCP emitiu 724 milhões de euros, com uma taxa de 0,529%, que também é a mais baixa de sempre.

 

No mercado secundário, a yield das obrigações do Tesouro a 10 anos cede 2 pontos base para 1,71%, invertendo da tendência de alta do arranque do dia. Numa sessão em que os juros italianos sobem ligeiramente (1,88% no prazo a 10 anos), a "yield" das bunds com a mesma maturidade segue estável nos 0,56%, pelo que o spread da dívida portuguesa está a encolher para 115 pontos base. 

Euribor a 3 meses sobe

A taxa Euribor a três meses, que está em valores negativos desde 21 de Abril de 2015, subiu 1 ponto base para -0,327%. A taxa a seis meses manteve-se pela nona sessão consecutiva, em -0,269%. A nove meses, a Euribor também se manteve em -0,219% pela sexta sessão consecutiva.

 

Petróleo renova máximos de quatro anos 

A cotação da matéria-prima esteve toda a sessão a reagir em alta acentuada à decisão dos Estados Unidos sobre o acordo nuclear do Irão, uma vez que as sanções que Donald Trump anunciou deverão colocar fora do mercado grande parte da produção petrolífera do país do Médio Oriente, que é o terceiro maior produtor da OPEP.

 

O WTI em Nova Iorque valoriza 2,66% para 70,90 dólares e o Brent, que negoceia em Londres, avança 2,77% para 76,92 dólares, tendo renovado máximos de quatro anos acima dos 77 dólares por barril.

 

"Enquanto o impacto de uma acção unilateral dos EUA não seja tão severa como as sanções multilaterais durante o período de 2012-2015, isso significa que oferta adicional de petróleo vai sair do mercado e as tensões geopolíticas vão aumentar. Ambos os factores são positivos para os preços do petróleo", explica Harry Tchilinguirian. 

O responsável por matérias-primas do BNP Paribas refere ainda que "as condições económicas e financeiras permanecem favoráveis para as matérias-primas", um facto positivo ao qual se junta a quebra das reservas de petróleo da OCDE, num momento em que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) mantêm os cortes de produção. 

 

Ouro em queda ligeira

Apesar do aumento da tensão geopolítica devido ao rasgar do acordo com o Irão por parte dos Estados Unidos, o ouro está hoje a perder terreno. O metal precioso desce 0,1% para 1.315,51 dólares.

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