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"Tarifas causam incerteza. É normal que os investidores procurem ativos de refúgio"

Os EUA vão impôr novas tarifas de 25% ao alumínio e aço a partir de 12 de março, naquele que foi mais um passo na guerra comercial de Trump. Nestes tempos de incerteza, os investidores procuram ativos de refúgio como o ouro que já esteve acima dos 2.900 dólares.

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"As tarifas causam sempre um recuo ao nível da globalização, por isso têm sempre um impacto negativo na economia", começa por sublinhar o analista do Banco Carregosa, Paulo Monteiro Rosa.

As medidas de Donald Trump desde que chegou à Casa Branca a 20 de janeiro têm agitado o tabuleiro comercial e quase ninguém fica de fora. Primeiro foram o Canadá e o México, depois a China, enquanto a União Europeia (UE) aguarda para ver. Entretanto, esta terça-feira, a presidente da Comissão Europeia anunciou que vai retaliar contra as tarifas sobre as importações de aço e alumínio impostas por Donald Trump, que vão entrar em vigor a 12 de março.

"As tarifas acabam por, no curto prazo, beneficiar as empresas norte-americanas do aço e do alumínio e penalizar as empresas europeias. Por exemplo, a Cleveland, a US Steel, a Alcoa registaram valorizações no dia de ontem, enquanto a ArcelorMittal, cotada na Holanda, na bolsa holandesa, e a Volstald, a austríaca, acabaram por ser penalizadas, ainda que muito ligeiramente", refere em entrevista ao programa do Negócios no canal NOW.

No entanto, a médio e longo prazo, as empresas norte-americanas de alguns setores podem ressentir-se, como "a indústria automóvel e a construção, que poderão ter custos mais elevados".

Nestes tempos de incerteza, refere o analista, os investidores acabam por procurar ativos de refúgio, o que ajuda a justificar os recentes recordes do ouro.

"As tarifas causam sempre apreensão, incerteza e, quando nós temos incerteza, quando nós temos uma guerra comercial, é normal que os investidores procurem ativos de refúgio. Neste momento, temos as taxas de juro ainda elevadas e não é por aí que o ouro tem valorizado, porque o ouro tende a ter um melhor desempenho perante taxas de juros baixas, mas esta incerteza tende a impulsionar o ouro. Nos últimos dias este valor de 2.900 dólares por onça é muito justificado por estas tarifas comerciais que causam incerteza nos investidores que procuram um ativo de refúgio, um porto seguro", considera.

Paulo Monteiro Rosa salienta ainda que, desde o início do ano, o principal metal industrial, o cobre, "já valorizou cerca de 20% e por detrás disto pode haver também já algum receio de subida de tarifas que penalizam sempre a economia como um todo".

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