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Ouro e prata cada vez mais preciosos e a caminho de novos recordes
De entre os metais preciosos, os grandes destaques pela positiva, em 2024, foram o ouro e a prata, ambos com subidas superiores a 20%. E para 2025 esperam-se novos ganhos.
O ouro foi uma das matérias-primas que mais terreno ganhou no ano passado, tal como em 2023. Na tabela periódica de 15 grandes "commodities" elaborada pela US Global Advisors, o metal amarelo teve o segundo melhor desempenho de 2024 - e a sua subida de 26,62% fez com que tivesse o seu melhor ano desde 2010.
Foi também um ano de sucessivos máximos históricos, o último dos quais a 31 de outubro, nos 1.790,15 dólares por onça. As previsões dos analistas apontavam para novos recordes este ano e o metal precioso já fez jus a esse otimismo, com novos máximos quase consecutivos, o último dos quais na sessão de 11 de fevereiro, nos 2.942,70 dólares.
O bom desempenho do ouro nos mercados deve-se, sobretudo, ao seu estatuto de valor-refúgio – sendo, por isso, mais procurado em momentos de indefinição, quando os investidores ficam mais avessos ao risco. Além disso, os bancos centrais continuaram a comprar este metal precioso, para diversificarem as suas reservas numa economia global incerta, e prevê-se que este ano o movimento prossiga, o que faz com que seja uma matéria-prima também com boas perspetivas para 2025.
As pressões inflacionistas também contribuíram para o bom momento deste metal em 2024, já que o ouro é, por excelência, um ativo muito procurado como cobertura contra a inflação. Por outro lado, o início do ciclo de cortes dos juros diretores por parte da Reserva Federal norte-americana fez descer as "yields" da dívida soberana, o que beneficiou o metal – já que, como não rende juros, fica menos atrativo quando as rendibilidades das obrigações sobem. Com a possibilidade de a Fed aumentar apenas uma ou duas vezes a taxa dos fundos federais este ano, os juros da dívida poderão subir, bem como o dólar, mas isso será mais do que compensado pela procura pelo metal como ativo de diversificação, salienta o UBS.
O preço do ouro teve saldo positivo em 21 dos 25 anos do atual século, sendo por isso a "commodity" com o desempenho mais sustentado e menos volátil. E 2025 começou bem para o metal amarelo, podendo vir a ser mais um ano de fortes ganhos – há mesmo quem anteveja que chegue em breve ao patamar dos 3.000 dólares por onça.
Ainda nos metais preciosos, a prata também se destacou com uma subida de dois dígitos em 2024, ao somar 21,7%. Além da sua aplicação na joalharia, a procura industrial por prata, alimentada pelo seu papel fundamental nos painéis solares e na eletrificação, poderá valer-lhe mais subidas este ano.
O UBS estima que os preços da prata possam estar nos 36 a 38 dólares por onça no final de 2025 devido ao seu duplo papel de metal precioso e industrial. Já a previsão mais otimista dos 30 analistas que participaram na sondagem da London Bullion Market Association (LBMA) – autoridade independente que regula a negociação internacional de ouro e prata no mercado de balcão ("over-the-counter") – coloca a prata nos 43,5 dólares este ano, ficando assim muito perto do máximo histórico de 49,95 dólares atingido a 17 de janeiro de 1980.