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Paládio superou o ouro, platina cabe na nossa sala e prata já não é a irmã feia

O paládio já esteve a valer, momentaneamente, mais do que o ouro, na sessão de quarta-feira. E a prata, devido ao seu baixo preço, está atractiva para quem queira investir em metais preciosos. 

Dario Pignatelli/Bloomberg
06 de Dezembro de 2018 às 23:01
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Longe vão os tempos em que o ouro negociava perto dos 2.000 dólares por onça e vivia uma década verdadeiramente dourada. No final de 2012 marcava o 12.º ano consecutivo de saldo anual positivo. 2011 tinha sido o ano de um novo máximo histórico do metal amarelo, quando se fixou nos 1.921,15 dólares por onça a 6 de Setembro, depois de ter atingido sucessivos recordes até parar por este patamar.

 

Mas as valorizações anuais terminaram, fazendo uma pausa em 2013, 2014 e 2015. Apesar de em 2016 e 2017 ter voltado a terreno positivo no cômputo anual, as quedas nos anos precedentes, que o fizeram cair para menos de 1.000 dólares por onça, foram demasiado pronunciadas e o metal ainda não conseguiu voltar aos tempos áureos.

 

Actualmente, o ouro negoceia em torno dos 1.235 dólares por onça. Pelo caminho, um outro metal precioso foi-se aproximando e na quarta-feira, 16 anos depois, voltou a valer mais do que o ouro. Trata-se do paládio, que transaccionou (no mercado spot, para entrega imediata) momentaneamente num máximo histórico de 1.263,56 dólares por onça, ao passo que o ouro negociava nos 1.237,25 dólares por onça.

 

Desde 2002 que isto não acontecia, mas a forte valorização do paládio levou-o, a passos largos, para junto do ouro - face ao qual tinha já atingido a paridade em inícios deste ano. Em menos de quatro meses (valia 832 dólares por onça em meados de Agosto), o preço do paládio disparou assim 51,8%.

 

E porquê? Uma das razões prende-se com o facto de o ouro não estar a conseguir capitalizar o seu estatuto de valor-refúgio, com os investidores a desviarem mais as suas aplicações para a dívida norte-americana e para moedas consideradas mais seguras (como o dólar, o iene e o franco suíço) em tempos de incerteza nos mercados.

 

Por seu lado, o défice de oferta do paládio tem ajudado a sustentar este metal (usado sobretudo nos catalisadores automóveis para redução das emissões poluentes), numa altura em que a procura se mantém robusta, aponta a Reuters.

 

E, dentro dos metais preciosos, a irmã do paládio está também a evidenciar-se nas subidas: trata-se da platina - que é igualmente usada pelo sector automóvel nos catalisadores, mas com maior incidência nos veículos a gasóleo.

 

A platina, como sublinha o The Outsider Club numa análise a estes metais, é muito mais rara do que o ouro e a prata. "Tão rara que, de facto, toda a platina alguma vez minerada caberia na nossa sala de jantar". E o paládio é ainda mais raro. "Ao contrário do ouro, grande parte do valor destes metais deriva das suas aplicações industriais", acrescenta a mesma fonte.

 

Mas a prata, conhecida como a irmã feia do ouro - talvez por não ser tão esteticamente atractiva, dizem os analistas do The Outsider Club -, é uma alternativa muito mais barata para quem queira uma exposição nos metais preciosos, "podendo ser um melhor investimento de longo prazo do que o ouro". Ou seja, de feia tem pouco neste momento.

 

De acordo com os mesmos analistas, ao longo da história já foram prospeccionados em torno de 1,41 milhões de toneladas de prata, ao passo que apenas foram "minadas" 161.000 toneladas de ouro - o suficiente para encher duas piscinas olímpicas.

 

Assim, feitas as contas, o paládio é agora o metal precioso mais valioso do mundo. Mas a prata, a negociar actualmente em torno dos 14,65 dólares por onça, pode ser uma aposta a ter em conta para os investidores que queiram entrar no comboio das compras.

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