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Ouro reluz mas não para todas as carteiras

Os receios com a crise na Europa e a inflação deverão continuar a guiar o ouro para novos recordes. A entregar ganhos aos investidores há 11 anos, o ouro já superou a fasquia dos 1.600 dólares. Os especialistas acreditam que os investidores devem continuar a privilegiar o metal como um refúgio, numa lógica de diversificação.

29 de Julho de 2011 às 08:42
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O ouro foi eleito como o activo de refúgio pelos investidores mundiais nos últimos anos. Com o agravamento da crise da dívida e as maiores economias mundiais a lidarem com o excessivo endividamento, o metal precioso deverá continuar a dar brilho às poupanças. A expectativa dos especialistas é que os investidores continuem a buscar protecção no ouro. Mas alertam: não coloque todas as poupanças no metal.

A valorizar-se pelo 11º ano consecutivo, o metal amarelo soma já mais de 12% este ano. Ainda na semana passada, antes da cimeira europeia de quinta-feira, o metal fixou um novo máximo histórico, acima dos 1.610 dólares por onça no mercado londrino.

Os especialistas acreditam que o valor da matéria-prima poderá ir mais além. Ronald-Peter Stöferle, analista do Erste Bank AG/Austria, acredita que o ouro pode mesmo tocar nos dois mil dólares por onça nos próximos 12 meses e atingir os 2.300 dólares no fim do ciclo.

"Enquanto a incerteza permanecer nos mercados financeiros, os investidores poderão continuar a olhar para o ouro como um activo de refúgio", destaca Evy Hambro, CIO ("chief investment officer") das acções de recursos naturais da BlackRock. O mesmo responsável salienta que os investidores estão a olhar para o metal como uma protecção contra a inflação e a fraqueza do dólar. Também potenciais compras de ouro pelos bancos centrais poderão suportar as cotações.
Desde que rebentou a crise financeira, o ouro tem sido encarado pelos investidores mundiais como um activo de refúgio. Os receios em torno da crise da dívida soberana vieram reforçar o apetite pela matéria-prima.

Perante este cenário, em que a volatilidade vai continuar a marcar a negociação, os especialistas recomendam que se mantenha a exposição a este metal numa lógica de diversificação. "O ouro é dinheiro e está a negociar em linha com aquilo que é percepcionado como moedas-refúgio", explicou Owen Dwyer, analista de mercados emergentes da Pioneer Investments.

Também Paula Bujia, gestora do fundo Schroder Alternative Solutions Gold & Precious Metals, defende que os "investidores que queremproteger a sua riqueza devem considerar o ouro, na medida em que é a única moeda sem passivo ou riscos políticos e não pode ser imprimida".

Para o banco BiG, o metal precioso "denota estabilidade em períodos de instabilidade geopolítica, incerteza económica, recessões e depressões". Deste modo, "quando utilizado correctamente, este activo pode ser uma componente fundamental e eficaz numa carteira de investimento que se pretenda diversificada". Para o banco "on-line", cerca de 10% é a fatia do investimento que deve ser destinada ao metal numa carteira balanceada.

Já Owen Dwyer destaca que, historicamente, cinco a 10% é o recomendável para a exposição ao ouro. Porém, "no ambiente actual, com tanta incerteza e os activos alternativos antes considerados como refúgio, como as taxas de juro das obrigações dos tesouros alemão e americano tão baixas, poderíamos argumentar que 30 a 40% não seria irracional".

A subida real das taxas de juro, perante uma recuperação mais rápida do que o esperado da economia americana, representa o principal risco. No entanto, os especialistas consideram, por agora, pouco provável este cenário.

O investimento físico em barras ou em moedas, que assistiram a uma corrida por parte dos investidores nos últimos meses, ou em acções do sector de produção e exploração de ouro, são as formas recomendadas pelos especialistas neste momento. Pressionadas pela queda das acções, as companhias do sector não acompanharam a escalada dos preços da matéria-prima em 2011. Contudo, a expectativa é que comecem a superar o desempenho do metal.



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