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Invista na revolução energética

Os grandes abalos no sector da energia, como a crise nuclear de Fukushima, podem mudar os paradigmas do sector, mas os investidores mantêm as suas apostas.

28 de Junho de 2011 às 08:46
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O desastre nuclear de Fukushima, que se seguiu ao terramoto ao largo do Japão, produziu um rude golpe nos valores bolsistas mais ligados à energia nuclear. A Denison Mines, uma das sociedades exploradoras de urânio mais apaparicadas pelos analistas por quase não ter dívida, perdeu 40% desde a véspera do terramoto, em Março. Contudo, apesar da forte onda anti-nuclear que soprou a partir dos principais governos mundiais, as perdas das firmas cotadas que extraem urânio - além da Denison, a Uranerz Energy, a Uranium Energy, a Uranium Resources e a Ur-Energy - começaram a ser reduzidas.

A verdade é que a massa de investidores acredita que não se abandonará a energia nuclear, tal como não se deixou o petróleo depois do derrame da torre Deepwater Horizon, que estava arrendada à BP. Apenas se melhorou a supervisão.

A vozes governativas a favor do nuclear começam a surgir. Christopher Christie, governador do estado norte-americano de Nova Jérsia, abriu a porta para uma nova central nuclear para substituir a unidade de Oyster Creek, que fechará portas em 2019. "Não vou acelerar o processo, mas estou a dizer que deve ser considerada uma opção", afirmou.

O ministro francês da Indústria foi um dos principais críticos da decisão da chanceler alemã Angela Merkel de fechar todas as centrais nuclear na próxima década. "A Alemanhã será ainda mais dependente dos combustíveis fósseis e das importações e a sua electricidade será mais cara e poluente", disse Eric Besson. Hoje, 80% da electricidade em França nasce em centrais atómicas, graças, em grande parte, à francesa Areva, a maior fabricante de unidades nucleares.


Energia alternativa pouco rende

Embora as fontes alternativas de energia, normalmente mais limpas, possam ter mais futuro que os combustíveis fósseis, os investidores que têm vindo a apostar nessa área não conseguem manter os ganhos. Quem investiu há uma década no fundo BlackRock New Energy, que investe em companhias como a Iberdrola Renovables e a Vestas Wind Systems, perdeu cerca de 10% por ano. Quem preferiu o BlackRock World Energy, que opta por empresas como o BG Group e a Marathon Oil, ganhou cerca de 2,8% por ano. A diferença não se prende com uma capacidade de gestão superior: ambos são administrados há mais de oito anos pela dupla de gestores Robin Batchelor e Poppy Allonby, segundo a Morningstar.

O diferencial entre os fundos de energias alternativas e os fundos de energias tradicionais manteve-se nos últimos tempos. O melhor fundo no último ano foi o BlackRock World Energy, na sua versão com cobertura cambial, que ganhou 27,6%. O pior foi o Pictet Clean Energy, que perdeu mais de 8,5%.

"Os fios condutores de longo prazo para uma transição energética continuam particularmente fortes. Vários governos na Europa e na Ásia, como a Alemanha, a Itália, a Suíça e a China, estão mudar as políticas energéticas para reduzir a importância da energia nuclear", o que "só pode ser positivo para o desenvolvimento das políticas de energias renováveis", escreveram Luciano Diana e Xavier Chollet, gestores do fundo da Pictet, no relatório do final de Maio. Apesar de terem reduzido a exposição ao sector do vento nesse mês, a aposta na EDP Renováveis é a maior: o investimento nas acções da subsidiária da EDP absorve 5% da carteira do Pictet Clean Energy.



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