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Faça uma limpeza de Verão às suas finanças

Antes de fazer as malas tem de analisar dez aspectos da sua vida financeira. Não vá de férias sem fazer o teste ao seu património. Se o fizer, verá que conseguirá passar uns dias de descanso sem pensar nas suas finanças.

22 de Junho de 2011 às 08:50
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A maioria dos veraneantes não quer saber das suas finanças. "As férias são para descansar", pensam. É verdade: não faz sentido fazer uma pausa da vida profissional que não inclua também um intervalo para deixar de pensar no dinheiro. Contudo, antes de começar as férias deve passar o seu património a pente fino. É preciso afinar o orçamento para ir gozar sem pensar nele. Eis dez passos que deve tomar antes de calçar os chinelos e vestir o fato-de-banho.



1. Rever objectivos financeiros

Quando algo drástico acontece na sua vida, é provável que isso tenha impacto nas metas para as suas finanças. Se receber uma herança avultada, por exemplo, é certo que as suas necessidades financeiras de curto e de médio prazo ficam imediatamente satisfeitas. Se ficou desempregado, não faz sentido continuar a poupar a partir do subsídio de desemprego para uma férias de Inverno nos Alpes. Se teve um segundo filho, terá de recalcular a poupança mensal para os estudos universitários da família.

Reúna a família numa sessão de estabelecimento dos objectivos financeiros. Enumere as metas mais importantes: garantir uma aposentação, financiar a educação dos menores, pagar as férias deste e do próximo ano, adquirir um automóvel dentro de três a cinco anos, mudar de casa com o crescimento da família, amortizar a dívida do cartão de crédito... Depois, calcule quanto terá de poupar e gastar para concretizar todas as etapas que definir. Só assim conseguirá uma vida financeira estável.





2. Rebalancear a carteira de investimentos

Se, no início do ano, decidiu que o portefólio correcto para si é um que está perfeitamente dividido entre fundos de acções e fundos de obrigações, hoje o peso do mercado accionista deverá ser superior a 50%. Isto aconteceu porque as acções valorizaram mais do que as obrigações, logo elevando o valor dos fundos de acções em relação aos fundos de obrigações.

Se nada fizer, ficará com uma carteira desajustada aos seus desejos e às suas expectativas. Por isso, é conveniente que, periodicamente, reequilibre o portefólio. Neste caso seria necessário alienar parte dos fundos de acções e reforçar nos fundos de obrigações.

Esta estratégia de rebalanceamento periódico garante outra coisa que muitos dizem que se deve fazer mas que poucos realmente o fazem: comprar barato e vender caro. Ao vender parte da exposição aos mercados accionistas está a garantir um encaixe de mais-valias que será usado para a compra de fundos de obrigações a um preço relativamente mais baixo.





3. Definir o orçamento do segundo semestre

A gestão do curto prazo é tão importante como a de longo prazo. Algumas pessoas que não fazem essa administração acabam por recorrer às poupanças de longo prazo quando falta o dinheiro para o dia-a-dia. Agora que começa o segundo semestre do ano, enumere todas as necessidades financeiras que prevê para os próximos seis meses. É uma boa altura para rever em baixa o seu orçamento, aproveitando para cortar em algumas despesas. Se ainda não foi atingido directamente pela crise financeira que Portugal atravessa, pode ser que não fique isento durante muito tempo. Seja esperto e antecipe-se a problemas monetários que poderão surgir no futuro.





4. Feche posições arriscadas

Não deixe na sua conta investimentos arriscados que precisão da sua atenção diária quando for de férias. Todos os instrumentos derivados que não servem o propósito de cobertura financeira devem ser alienados. Isso inclui futuros, opções e "warrants", entre outros.
A razão é só uma: a volatilidade. As flutuações dos derivados são bem mais acentuadas que os activos que lhes servem de referência. É, por isso, natural que bastem alguns dias (ou, em alguns casos, minutos) sem a atenção merecida para perder todo o seu investimentos.





5. Procurar novas soluções para as suas finanças

Esta pode não se a melhor altura para mudar a casa ao seu crédito à habitação (os bancos estão bastante agarrados ao dinheiro), mas os produtos bancários não se limitam aos empréstimos. Aliás, as necessidades de capital dos bancos nacionais abre uma oportunidade única na constituição de depósitos a prazo. Se o seu banco não lhe paga generosos juros, não evite fazer a mudança. No início de Junho, bastavam três mil euros para firmar um depósito a um ano no ActivoBank com uma taxa de juro bruta de 4,5%. O Banco Big oferecia 4,25% mas exigia um montante de dez mil euros. Com a inflação em torno dos 4%, estes são das poucas aplicações que aproximam o rendimento ao aumento de preços.

Há outras áreas financeiras em que pode explorar por novas oportunidades. A concorrência nos cartões de crédito está a fazer baixar algumas anuidades. Em alguns casos, não é cobrada. Nos investimentos, a crise financeira abriu a cortina aos gestores de activos que conseguem fazer mais pelo seu dinheiro. Compare os seus produtos com os da concorrência. E porque não investir através dos Correios? Os certificados do tesouro continuam a garantir uma rendibilidade anual bruta de 7,1% durante uma década.





6. Renegociar seguros da família

É importante que, periodicamente, analise a cobertura dos seus seguros. Muitos poderão ficar desactualizados face a uma nova realidade e poderá ainda encontrar melhores soluções noutras companhias. Será que não consegue fazer o seguro automóvel obrigatório por menos dinheiro numa das mais recentes companhias de seguro de baixo custo? Não fará sentido mudar o seguro multirriscos para outra companhia, mesmo que isso signifique uma ligeira penalização no "spread" do seu crédito à habitação?





7. Aumentar o fundo de emergência

Viver sem um fundo de emergência é um risco. Um fundo de emergência é um pé-de-meia aplicado em instrumentos de baixo risco de rápido acesso (depósitos a prazo, fundos de tesouraria, certificados de aforro) que está sempre disponível para acudir uma necessidade monetária. Basicamente, salva os riscos não cobertos pelos seguros: uma avaria no carro, uma despesa médica imprevista e uma situação de desemprego imprevisto são só alguns exemplos.
A regra de bom senso diz que o fundo de emergência teve ter dinheiro suficiente para pagar três a seis meses de despesas correntes essenciais, como a prestação da casa ou a renda, a alimentação, a água, a energia e as telecomunicações. Porém, quando o cenário é mais incerto (como agora), faz sentido aumentar a poupança para os seis meses de gastos ou mais, especialmente se o agregado familiar inclui vários filhos. Faça as suas contas e confirme que tem dinheiro suficiente para os imprevistos.





8. Amortizar créditos

Há quase cinco anos que as taxas de juro de mercado - que servem de referência à maioria dos créditos à habitação - flutuam num intervalo historicamente baixo. No último ano, as Euribores subiram vagarosamente do fundo e ameaçam continuar a avançar. Os endividados devem recear e preparar-se para um forte embate nos seus orçamentos. Uma das formas de precaver isso é amortizando parcial e antecipadamente a dívida.

Uma família que tenha um empréstimo a 30 anos de 150 mil euros indexado à Euribor a seis meses mais um "spread" de 1% está agora a pagar pouco mais de 600 euros por mês. Se a Euribor a seis meses duplicar, a prestação saltará para mais de 750 euros, um aumento de quase um quarto do gasto mensal. Para evitar esse abalo orçamental, a família, se tiver disponibilidade financeira, pode amortizar cerca de 30 mil euros. Assim, se a Euribor duplicar, a sua prestação ficará praticamente ao mesmo nível de hoje.





9. Limpar os "dossiers" financeiros

Não precisa de ter uma ligação emocional às facturas da água, da electricidade, do gás e das telecomunicações. Guarde apenas as últimas até as cobranças por estimativa terem sido consolidadas. Além disso, consegue simplificar bastante os "dossiers" em casa se aderir às facturas electrónicas.

Depois de confirmar que está tudo correcto nos extractos bancário, livre-se também deles. Toda a informação bancária importante (prestações do crédito à habitação, seguros, mais-valias, etc.) são enviadas anualmente num documento à parte que deve guardar para o IRS. A mesma história para os recibos mensais de vencimentos, já que a entidade empregadora dá-lhe um resumo anual. Se não aderiu à contabilidade organizada do IRS, só precisa de manter os documentos (facturas, recibos, comprovativos, etc.) durante cinco anos. É durante esse período que ainda pode ser chamado pelas Finanças para uma auditoria.

Os únicos documentos que deve guardar durante várias décadas são os que comprovam as contribuições para a Segurança Social: só assim garantirá a sua pensão de reforma. Mesmo assim, pode solicitar à entidade um histórico oficial de toda a sua carreira contributiva que substituta os vários documentos comprovativos.





10. Mudar as senhas para os sítios financeiros

Provavelmente não é a primeira vez que lhe recomendam que mude frequentemente os seus códigos de acesso aos sítios na internet dos seus bancos. É uma das medidas de segurança publicitadas pelas instituições financeiras. A essa deve adicionar outra: as senhas devem ser diferentes entre as várias entidades financeiras de que é cliente e, inclusive, devem ser díspares das usadas noutros serviços de internet, como a da conta de correio electrónico.

Se tiver dificuldade em recordar algumas senhas, esconda-as num local que só você conheça ou tenha acesso (como um cofre). Nunca ande com os códigos na carteira nem os deixe à vista de outros.

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