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Cinco alternativas para o seu dinheiro nas férias
Os cartões de plástico podem ser a opção certa nas viagens na Zona Euro, mas, se precisa de outras divisas, pondere as opções de levar notas, comprar cheques de viagem ou subscrever um cartão bancário pré-pago.
17 de Junho de 2011 às 08:50
A maioria não pensa duas vezes: quando prepara as suas merecidas férias confia plenamente nos seus cartões bancários para obter dinheiro e realizar pagamentos. Se o seu destino de férias é na Zona Euro, não há qualquer problema. Porém, se a sua direcção levá-lo para fora da área da moeda única, prepare-se, porque as suas férias podem ficar até 10% mais caras. Saiba quais são as melhores alternativas para evitar surpresas no seu descanso anual.
1. Precisa de euros? Use o cartão de débito
Cerca de 85% das utilizações de cartões bancários fora de portas, o que inclui levantamentos e pagamentos de compras, são realizadas na Zona Euro, revela Paulo Raposo, responsável da MasterCard em Portugal. Se o seu destino está abrangido nesta área, não se preocupe com o uso do seu pedaço de plástico: os bancos não lhe podem cobrar pela utilização do cartão de débito devido às regras comunitárias, que obrigam que os custos sejam os mesmos em qualquer parte da Zona Euro.
Apesar da facilidade, quando se sai da área monetária comum é preciso ter cuidado. As comissões avolumam-se: normalmente há uma comissão fixa, outra variável, um custo de processamento e a comissão de conversão cambial, sobre os quais incide ainda o Imposto do Selo. Em alguns bancos, o custo de usar o cartão de débito fora da Zona Euro é sempre superior a 6% do valor usado.
1. Precisa de euros? Use o cartão de débito
Cerca de 85% das utilizações de cartões bancários fora de portas, o que inclui levantamentos e pagamentos de compras, são realizadas na Zona Euro, revela Paulo Raposo, responsável da MasterCard em Portugal. Se o seu destino está abrangido nesta área, não se preocupe com o uso do seu pedaço de plástico: os bancos não lhe podem cobrar pela utilização do cartão de débito devido às regras comunitárias, que obrigam que os custos sejam os mesmos em qualquer parte da Zona Euro.
2. Nunca use o cartão de crédito para levantamentos
Paulo Raposo, da MasterCard, diz que a o princípio básico das finanças é aplicável também nos cartões: "uma pessoa que não precise de crédito não deve recorrer a ele." Por isso, devem ser evitado os adiantamentos de numerário a crédito, vulgarmente conhecido por "cash advance". Se levantar a crédito 1000 euros na Zona Euro, o custo imediato dessa operação oscila entre 36 e 43 euros. Se efectuar o "cash advance" fora da Zona Euro, a despesa pode ultrapassar os 69 euros.
O cartão de crédito tem as suas vantagens. Se optar sempre pela amortização total das dívidas, beneficia de um período de crédito gratuito, o que pode dar jeito para desfrutar plenamente da vida de veraneante. Mesmo que não precise do período de crédito gratuito, pode aproveitá-lo para colocar o seu orçamento de férias durante esse tempo a ganhar juros num generoso depósito a prazo, aconselha Paulo Raposo.
3. Encha a carteira de notas antes de viajar
Se o seu passeio ultrapassa as fronteiras dos 17 países da Zona Euro, então os custos de usar os seus cartões de pagamento tornam-se proibitivos. Em alguns casos, um levantamento a débito pode representar uma comissão até 10% do montante sacado num caixa automático. As compras em divisas que não sejam o euro podem custar mais 2,5% a 3%. Pode parecer pouco, mas à medida que o número de operações aumenta, os custos financeiros de usar os cartões de débito e de crédito escalam.
Para evitar estas comissões sobre as operações em moedas estrangeiras, opte por levar um bom pé-de-meia composto por divisas estrangeiras. A maioria das notas pode ser adquirida no seu banco do dia-a-dia, embora deva executar a operação recorrendo ao saldo da sua conta à ordem porque fica bem mais barato. Em média, o custo da operação bancária de compra de notas estrangeiras é de 4,50 euros, independentemente do valor da compra. Em alternativa, pode efectuar a aquisição de divisas estrangeiras numa agência de câmbios antes da viagem ou no seu destino, trocando os seus euros.
Ao contrário dos bancos, que cobram sempre comissões, a maioria das agências de câmbios diz isentar os seus clientes destes custos. Na verdade, a taxa de câmbio aplicada já inclui a margem da instituição, por isso faça as contas antes de decidir qual a opção mais barata.
4. Não quer carregar notas? Leve cheques
Se o seu destino é urbano, os cheques de viagem traduzem-se numa forma fácil, segura e, em muitos casos, barata de transportar divisas para o estrangeiro. Regra geral, a emissão custa 1% do montante, embora a maioria dos bancos facture uma comissão mínima a partir de 7,50 euros. Além de euros e dólares norte-americanos, pode obter cheques de viagem em dólares canadianos e australianos, libras esterlinas, ienes japoneses e yuans chineses.
A segurança dos cheques de viagem reside na possibilidade de reembolso em caso de perda ou de roubo. Assim que os levanta no seu banco, assina na face dos cheques. Quando os usa, volta a assinar nas costas do cheque, necessitando de mostrar um documento identificativo com fotografia. Quando andar com os cheques no bolso, aponte os números de série num local seguro e separado dos cheques. Necessitará deles em caso de furto ou de perda.
Em alguns países, como os Estados Unidos da América, os cheques de viagem de emitentes internacionais, como a American Express e a Visa, são amplamente aceites em estabelecimentos comerciais, embora cada vez menos devido à massificação dos cartões bancários.
Para não pagar comissões quando os trocar por dinheiro vivo num banco, vá a uma representação do emitente do cheque. A American Express, a maior entidade neste negócio, tem vários escritório espalhados pelo mundo. Pode pesquisar pelos seus escritórios que aceitam os seus cheques de viagem na internet em aetclocator.com.
5. Tenha um cartão de débito temporário noutra divisa
Um dos problemas de usar o cartão de débito fora da Zona Euro é que tem de pagar comissões ao seu banco sempre que fizer uma compra ou um levantamento. Contudo, é possível evitar muitas despesas adquirindo um cartão de débito carregado com um saldo noutra divisa.
O conceito de cartão bancário pré-pago ainda está a nascer em Portugal, por isso dificilmente encontrará instrumentos deste tipo que lhe facilite a vida fora da Zona Euro. No entanto é possível adquirir esses cartões no estrangeiro, em especial nos aeroportos. Além de euros e dólares norte-americanos, os Cash Passport, emitidos pela Travelex, podem ser adquiridos em dólares do Canadá, de Hong-Kong, da Nova Zelândia e de Singapura, ienes, libras esterlinas e rands sul-africanos. A Travelex é uma das maiores agências de câmbios do mundo.
Câmbios não são iguais para todos os bancos
Na mesma altura, as taxas de câmbio efectivas podem diferir em 6% entre duas instituições financeiras.
Se quiser comprar notas estrangeiros, o seu banco poderá não ser o local mais barato. No final de Maio, quando a taxa de câmbio do dólar indicada pelo Banco de Portugal atribuía um valor de 700,67 euros a um maço de 1000 dólares norte-americanos, a compra dessas notas custava até 741,84 euros aos balcões de seis bancos e três agências de câmbios. O Millennium BCP era o único que, depois de aplicar todas as comissões e impostos, cobrava menos do que o referenciado pelo Banco de Portugal, embora a diferença fosse pouca.
Entre os bancos e as agências cambiais, a diferença entre a instituição mais barata e mais cara, a CotaCâmbios, era de quase 6%. Isso explica-se não só pelas comissões e impostos (que vão até 5,30 euros no caso do Santander Totta) mas também pelas dispersas taxas de câmbio. Embora os mercados internacionais de divisas sejam referência para todas elas, enquanto algumas entidades actualizam as taxas várias vezes por dia, algumas apenas o fazem uma vez. Em moedas mais exóticas, a margem cobrada pelas instituições financeiras é superior, o que pode originar maiores diferenças.
Regras de segurança para usar o seu cartão no estrangeiro Os princípios básicos que se devem aplicar na utilização prudente dos cartões de pagamento em Portugal são extensíveis ao estrangeiro. É, no entanto, preciso uma atenção redobrada. 1. Não perca o seu cartão de vista "É a regra mais sagrada", avisa Paulo Raposo, director da MasterCard em Portugal. "É 'démodé' entregar o cartão. Com os terminais [de pagamento] móveis, não há razão para perder o cartão de vista", avisa. Quando o cartão desaparece atrás de um balcão de um estabelecimento comercial é mais fácil ser alvo de clonagem. 2. Use o código em vez da assinatura O código PIN é mais um nível de segurança que o seu cartão bancário lhe concede, diz Paulo Raposo. Por isso, em vez de carregar duas vezes no botão verde, opte sempre por inserir o código nas suas compras no estrangeiro. No entanto, isso não significa que não precisa de assinar nas costas do seu cartão: é obrigatório que o faça para vencer uma eventual disputa. 3. Controle os recibos de compras "Guarde uma cópia de todos os recibos de compras e compare com o seu extracto quando regressar", aconselha Sérgio Botelho, director da Visa Europe. Só assim terá alguma prova das operações que efectuou na sua viagem ao estrangeiro. Se lhe for possível, deve ainda "confirmar com frequência as transacções pendentes" através da consulta, via internet, da conta-cartão no sítio do seu banco, adverte Paulo Raposo, da MasterCard. 4. Comunique imediatamente a perda ou o roubo Apenas o reporte rápido da perda ou do roubo do cartão pode impedir que se realiza qualquer transacção posterior ao acontecimento, alerta Sérgio Botelho, da Visa. Primeiro deve tentar contactar o seu banco e, em segundo recurso, a companhia do cartão. Pode ser útil "tirar uma fotocópia do cartão e passaporte" (guardado-a em local distinto) e "informar o seu banco emissor de que vai usar o seu cartão de pagamento no estrangeiro", conta Sérgio Botelho. |