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O esquema em pirâmide que valeu pena perpétua a dois chineses

O meio jurídico chinês acredita que o caso que condenou Ding Ning e Ding Dian a pena de prisão até ao fim da vida pode marcar um padrão em futuros julgamentos do género.

Reuters
12 de Setembro de 2017 às 09:29
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Fraude, contrabando de metais preciosos, posse ilegal de armas e travessia ilegal de fronteira. Estes foram os quatro crimes que valeram ao fundador da Ezubao, uma financeira chinesa, a condenação a pena de prisão perpétua.

Mas Ding Ning, de 35 anos, não está sozinho na condenação. Também a cumprir pena até ao fim da vida vai estar o antigo presidente Ding Dian. Tudo por causa de um esquema piramidal envolvendo projectos imobiliários "falsos".

Desde 2014 que, segundo o Financial Times, a empresa em que ambos tiveram influência se destacou pelas ofertas de crédito e de investimento, que prometiam retornos de até 15%. 

Ding Ning teria, sustentou a acusação, investido o dinheiro arrecadado em projectos imobiliários, além de o utilizar para pagar os juros prometidos aos restantes investidores. No ano passado, citado pela agência noticiosa chinesa Xinhua, o controller de risco da empresa garantia que 95% dos projectos eram "falsos".

O esquema piramidal, ou de Ponzi, chegou a angariar um total de 50 mil milhões de yuan (6,4 mil milhões de euros à cotação actual) antes da detenção de ambos os responsáveis no início de 2016.

Agora, além da pena de prisão perpétua, ambos têm de pagar multas que ascendem a 290 milhões de dólares (242,15 milhões de euros).

A sentença chegou esta terça-feira, 12 de Setembro, e abarcou ainda outras 24 pessoas ligadas ao caso, condenadas a penas de prisão entre três e 15 anos.

"Em toda a minha carreira, nunca tinha visto um caso de fraude com uma multa tão elevada," disse ao FT E Zhigang, advogado na Beijing Songying Law Firm, acrescentando que este caso pode vir a tornar-se um padrão para futuros julgamentos do género.
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