As carteiras de investimento geridas por mulheres conseguem obter melhores rendibilidades que as geridas pelos homens, confirmam três estudos realizados por especialistas norte-americanos, citados pela «newsletter» semanal do Activo-Bank7.

E, dentro do sexo feminino, as solteiras conseguem melhores desempenhos que as casadas, conclui o estudo «Boys will be Boys: gender, over-confidence and com-mon stock investment», elaborado por Brad Barber e Ter-rence Odean, docentes na Universidade de Califórnia-Davis.

Os dois especialistas analisaram as carteiras de investimento de 35 mil famílias norte-americanas, entre Fevereiro de 1991 e Janeiro de 1997, concluindo que as carteiras de investimento geridas por mulheres solteiras conseguem rendibilidades ao ano 1,44% acima das geridas por homens com o mesmo estado civil.

Por seu lado, as das mulheres casadas registam um desempenho 0,94% superior às geridas pelo sexo masculino.

Diferença está no excesso de confiança dos homens

Barber e Terrence atribuem esta diferença ao excesso de confiança e ao nível de conhecimentos sobre o mercado, que os homens atribuem a si próprios, de acordo com o ActivoBank7.

O maior nível de confiança mostrado em relação às mulheres leva-os, na maioria dos casos, a efectuarem um volume maior de operações, o que resulta numa maior rotação das suas carteiras. Pelas famílias analisadas, os responsáveis pelo estudo concluem que «quem mais negoceia obtém, de longe, a pior performance».

O número de elementos do sexo masculino que se considera a si próprio um especialista do mercado de capitais ascende a 62,50%, enquanto, das mulheres contactadas, apenas 47,8% se consideram conhecedoras. As mulheres são «bastante mais modestas a este respeito», refere o ActivoBank7.

Mulheres são mais avessas ao risco

Também os investigadores Matthias Gysler, do Federal Institute of Technology, Jamie Brown Kruse, da Texas Tech Univer-sity e Renate Schu-bert, da Swiss Federal Institute of Technology, deduzem no estudo «Ambiguity and gender differences in financial decision making: An experimental examination of competence and confidence effects» que os homens têm um nível de confiança muito superior ao das mulheres e que elas são mais avessas ao risco do que eles (a comparação é feita para o mesmo nível de conhecimentos do mercado).

Elas gerem melhor os fundos de investimento domésticos. As mulheres conseguem obter, nos fundos da mesma categoria, rendibilidades superiores às dos homens em cerca de 2 pontos percentuais, conclui o estudo «Mutual fund managers: does gender matter?», elaborado por Richard T. Bliss e Mark E. Potter, do Babson College.

Os especialistas referem que, no caso dos fundos de investimento, não existem grandes diferenças no que toca à aversão ao risco e ao grau de rotação de carteiras. As mulheres a obtêm melhores rendibilidades nos fundos domésticos e os homens nos internacionais.