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Exército dos investidores a retalho ainda não usou o cheque dos estímulos para disparar

Contra as expectativas iniciais das casas de investimento, este grupo de investidores amadores ainda não recorreu aos cheques do plano orçamental de Biden para comprar ações e criptomoedas, como aconteceu com os apoios anteriores.

Reuters
26 de Março de 2021 às 11:13
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O exército de investidores amadores nos Estados Unidos, que se tem organizado nas redes sociais para combinar o próximo investimento, ainda não deu uso aos cheques de 1.400 dólares, referentes ao "American Rescue Plan", com a força que seria expectável.

A expectativa inicial apontava para que estes milhões de investidores a retalho estariam a esfregar as mãos com a chegada do cheque referente ao pacote orçamental de 1,9 biliões de dólares desenhado pela administração de Joe Biden, presidente do país. Contudo, ainda não se registou nenhum "boom" nem nas chamadas "penny stocks" - as cotadas que valem menos de 10 dólares por ação -, nem nas criptomoedas, dois dos ativos favoritos deste conjunto de investidores.

Os volumes de negociação das chamadas "options" de ações - um conjunto de opções de investimento que não apenas comprar e vender uma ação - têm caído e os "downloads" da aplicação Robinhood, uma corretora online, estão a cair a pique, estando esta aplicação fora do top-100 na Apple Store. 

Mas é provável que este conjunto de investidores esteja apenas no modo "esperar para ver", apesar de as quedas recentemente verificadas sugerirem que os ataques especulativos que foram registados no início do ano, como foi o caso da GameStop, estão a perder força.
  

"Acho que o interesse do retalho em negociar tem muitos altos e baixos", diz Don Calcagni, analista da Mercer Advisors, à Bloomberg, garantindo que "quando se vê algo como a GameStop, ou quando se vê que a bitcoin está a subir muito, o interesse aumenta. E depois, quando esse exagero acaba, vê-se o interesse do retalho a recuar". 

Desde o pico do passado dia 15 de março, um conjunto das cotadas favoritas dos investidores a retalho agrupado pelo Goldman Sachs caiu cerca de 7%, mais do que a descida de 2% registada no índice Russell 3000, que agrupa as pequenas e médias empresas cotadas em bolsa nos Estados Unidos.

Vários ETF's - derivados que são negociados como ações e que, por norma, agrupam uma série de cotadas - que eram seguidos de perto por estes investidores, têm estado igualmente a desvalorizar. É o caso do Alternative Harvest ETF, que investe em empresas de canábis, que caiu 32% desde o último pico, há umas semanas.


O dinheiro usado para comprar ações aumentou de forma acentuada quando o cheque dos últimos estímulos orçamentais chegou à conta dos norte-americanos. Em março do ano passado, quando o primeiro cheque deste género foi distribuído, o dinheiro investido em ações através das plataformas de retalho subiu 838 milhões de dólares acima da média. Em dezembro, quando caiu o segundo de três cheques, esse montante cresceu 381 milhões face à média, de acordo com uma nota do Vanda Research, citada pelo Financial Times. 

Segundo esse estudo, cerca de 3 mil milhões de dólares do programa de 1,9 biliões de dólares de Joe Biden serão utilizados para comprar ações nos próximos dias, pelo que é de esperar uma nova corrida a várias empresas que estão na mira deste grupo de investidores.

O mercado das criptomoedas, que tem estado em alta no início deste ano e é um dos habitats favoritos deste grupo de investidores a retalho, está também a perder tração nas últimas semanas depois de ter renovado máximos históricos de forma consecutiva. 

A bitcoin, a maior das criptomoedas, caiu mais de 8% desde o seu pico, enquanto que a ethereum caiu cerca de 13%, assim como o volume de transação de ambas as moedas digitais.
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