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Elisa Ferreira: “Supervisão só é possível se o cidadão tiver formação”

O Conselho Nacional de Supervisores Financeiros vai alargar a actuação do Plano Nacional de Formação Financeira. Carlos Costa quer apostar no “e-learning” e em vídeos virais no Youtube.

Miguel Baltazar/Negócios
03 de Abril de 2017 às 14:22
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Os supervisores do sector bancário, dos mercados financeiros e dos seguros querem intensificar a actuação do Plano Nacional de Formação Financeira. E Elisa Ferreira refere que a literacia financeira é essencial para o sucesso da supervisão. "A supervisão só é possível se o cidadão comum tiver um nível mínimo de formação" para lidar com aplicações financeiras e para gerir o recurso ao crédito.

A administradora do Banco de Portugal referiu, na reunião da Assembleia-Geral do Plano Nacional de Formação Financeira realizada esta segunda-feira, que se não houver informação disponível para os cidadãos melhorarem os níveis de formação financeira, "a função de supervisor fica difícil. Diria mesmo impossível". E compara o problema da iliteracia financeira a condutores que não conhecem as regras do código da estrada e não sabem dos riscos.

Também Filomena Oliveira, vice-presidente da CMVM, refere que a "missão é proteger os investidores e aforradores, principalmente os mais pequenos". Mas realça que "mais do que proteger, a missão da CMVM inicia-se na formação". E revela que há quem aceda "a valores mobiliários muitas vezes sem ter o conhecimento para a tomada de decisão" de investimento.

A responsável da CMVM sublinha ainda que os mercados financeiros estão mais complexos, mais rápidos e com menos intervenção humana, o que leva a que o supervisor tenha de fazer "um acompanhamento de maior proximidade".

PME, autarquias, escolas e "e-learning" são prioridades

Para incentivar a promoção da literacia financeira, o Conselho Nacional de Supervisores Financeiros (CNSF) arrancou em 2011 com o Plano Nacional de Formação Financeira. Este plano conta com acções de formação em escolas e também com protocolos com vários parceiros de forma a incentivar a formação financeira em Portugal. Elisa Ferreira sublinha que a nível internacional, os supervisores têm também dado mais prioridade à formação financeira. Até porque, considera, o sector financeiro acumula riscos.

Um dos próximos passos consiste em trabalhar também com autarquias, sendo que em Junho será um assinado um protocolo com a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, que permitirá a formação financeira de técnicos de autarquias e aproximar também o Plano Nacional de Formação Financeira aos públicos-alvo.

O presidente do CNSF e também governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, quer ainda incentivar o "e-learning" para alargar a actuação do Plano Nacional de Formação Financeira. E sugere que se utilize o Youtube para se ter "capacidade para sermos virais em matéria de literacia financeira". O objectivo é chegar a "novos grupos populacionais".

Outra das prioridades que o governador do Banco de Portugal estabelece no Plano Nacional de Formação Financeira é na área de micro, médias e pequenas empresas, destacando a importância da informação financeira junto dos empresários e gestores, já que considera que as suas "competências são indispensáveis para o crescimento económico".
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