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Construtora chinesa Country Garden suspende cotação na Bolsa de Hong Kong

A promotora imobiliária não conseguiu apresentar atempadamente os resultados de 2023.

Country Garden espera “solução holística” para o endividamento.
Aly Song/Reuters
02 de Abril de 2024 às 13:33
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A construtora chinesa Country Garden suspendeu esta terça-feira a sua cotação na Bolsa de Valores de Hong Kong, algo que já tinha sido antecipado pela empresa na semana passada, quando anunciou que não conseguiria apresentar atempadamente os seus resultados de 2023.

O maior promotor da China entre 2017 e 2022 convocou uma reunião do Conselho de Administração na passada quinta-feira e esperava-se que apresentasse a sua declaração de rendimentos anual, com os analistas a preverem que apresentaria um prejuízo equivalente a cerca de 6,21 mil milhões de dólares (5,78 mil milhões de euros).

A empresa explicou que as contas atuais "ainda não foram acordadas" com o seu auditor PriceWaterhouseCoopers (PwC).

As regras da Bolsa de Valores de Hong Kong fixam o dia 31 de março como data limite para a apresentação dos resultados anuais e dão ao operador o poder de pedir a suspensão da cotação das empresas que não os divulguem atempadamente, embora a Country Garden tenha dito que o congelamento da negociação das suas ações "não teria um impacto material nas suas operações".

Desde 2008, quando a empresa foi cotada pela primeira vez na Bolsa de Valores de Hong Kong, o preço das ações da Country Garden atingiu um pico de 2,35 dólares por ação em janeiro de 2018, enquanto o seu preço atual caiu para 0,06 dólares por ação.

No final de fevereiro, um credor da Country Garden apresentou um pedido de liquidação à justiça de Hong Kong, dando início a um processo cuja primeira audiência está marcada para 17 de maio, embora o promotor tenha garantido que o montante devido ao requerente (cerca de 204 milhões de dólares) é "uma proporção muito pequena" do seu passivo 'offshore' e não afetará as suas operações ou negociações de reestruturação.

Um mês antes, o tribunal de Hong Kong tinha ordenado a liquidação de outro dos grandes nomes da crise imobiliária chinesa, a Evergrande, a favor dos seus credores estrangeiros, uma decisão que abriu um longo e incerto processo para saber se será reconhecida na China continental, onde se encontra a maior parte dos seus ativos.

A situação financeira de muitas empresas imobiliárias chinesas agravou-se depois de Pequim ter anunciado, em agosto de 2020, restrições ao acesso ao financiamento bancário para os promotores que tinham acumulado um elevado nível de dívida, incluindo a Evergrande, com um passivo de quase 330 mil milhões de dólares.
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