Notícia
Chinesa Country Garden dispara mais de 30% no regresso à bolsa
Country Garden tinha a cotação na Bolsa de Valores de Hong Kong suspensa desde abril do ano passado, por ter falhado em apresentar atempadamente os resultados de 2023.
A Country Garden, que chegou a ser a maior promotora imobiliária da China, disparou mais de 31%, esta terça-feira, após voltar a cotar as ações na Bolsa de Valores de Hong Kong, cuja negociação estava suspensa há mais de nove meses.
Segundo o El Economista, os títulos da empresa registaram ganhos de 17,53% na sessão, apesar de a subida se traduzir num aumento para apenas 0,56 dólares de Hong Kong (0,071 euros) por ação, dado que sofreu um tombo superior a 96% desde que tocou o máximo histórico no início de 2018.
A empresa, maior promotora imobiliária da China entre 2017 e 2022, garante que cumpre já com os requisitos que lhe foram impostos pelo regulador para voltar ao mercado, incluindo a publicação dos resultados atrasados, a correção de irregularidades assinaladas pelos auditores ou a demonstração de que conta com recursos financeiros suficientes e negócios para sustentar as suas operações. A Country Garden tinha até outubro para prestar contas e, por não o ter feito, foi expulsa do mercado.
Finalmente, na semana passada, publicou os resultados do exercício de 2023 e do primeiro semestre de 2024. E, segundo o jornal espanhol, somou prejuízos acumulados superiores a 26.000 milhões de dólares - registando perdas em 2023 quase 30 vezes superiores ao apurado no ano anterior.
A Country Garden, outrora considerada uma das promotoras mais bem geridas da China, entrou em incumprimento em outubro de 2023 depois de se ver mergulhada numa grave crise de liquidez. Em fevereiro do ano passado, um credor apresentou um pedido de liquidação contra a empresa em Hong Kong, abrindo um processo similar ao que a Evergrande enfrentou. Esta segunda-feira, indica o El Economista, obteve um quarto adiamento, até 26 de maio, da audiência judicial sobre esse pedido, com um dos seus advogados a indicar que se espera alcançar um acordo com os credores relativamente ao plano de reestruturação no próximo mês.
A situação financeira de muitas empresas imobiliárias chinesas agravou-se depois de Pequim ter anunciado, em agosto de 2020, restrições ao acesso ao financiamento bancário para os promotores que tinham acumulado um elevado nível de dívida.