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Bush diz aumento de preços do petróleo «não justifica uma emergência nacional»

O aumento de preços do petróleo não constitui uma crise e não é razão para se deixar de fornecer a Reserva Estratégica de Petróleo dos Estados Unidos da América, disse o presidente do país, George W.Bush, em conferência de imprensa ontem realizada na Casa

21 de Maio de 2004 às 12:11
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O aumento de preços do petróleo não constitui uma crise e não é razão para se deixar de fornecer a Reserva Estratégica de Petróleo dos Estados Unidos da América, disse o presidente do país, George W.Bush, em conferência de imprensa ontem realizada na Casa Branca.

Segundo mesma fonte, citada pela Bloomberg, esta subida «não justifica a declaração de uma emergência nacional». Para o presidente da maior economia do Mundo, a razão pela qual os preços do petróleo estão a aumentar é a subida da procura, acrescentando que os consumidores estão, em parte, a pagar um «prémio de risco» devido às preocupações com o terrorismo e consequente falta de fornecimentos do Iraque.

Os preços recorde da gasolina nos Estados Unidos da América de mais de dois dólares por galão tornaram-se um assunto central da campanha presidencial do país e as transportadoras aéreas, nomeadamente a American Airlines e a Continental, aumentaram os preços perante a subida do petróleo.

O concorrente da oposição de Bush, o senador democrata John Kerry, disse ontem ao actual presidente para parar de fornecer a reserva. Esta última tem a capacidade máxima de 700 milhões de barris e detém no momento 658 milhões de barris.

Na opinião de Bush, baixar a reserva poderia encorajar os terroristas a tentarem impedir fornecimentos de energia e o crescimento económico: esta atitude «iria dar-lhes razões adicionais para atacar», explicou.

O presidente acrescentou que está à procura de outras medidas para ajudar a baixar os preços da gasolina e petróleo.

O crude já subiu 11% este mês com preocupações não só pelo facto dos inventários de gasolina nos Estados Unidos da América serem insuficientes, mas também porque a tensão e violência no Médio Oriente poderá impedir os fornecimentos.

Durante este ano o crude já valorizou 26%, tendo atingido o valor máximo de 21 anos no dia 17 de Maio, com a expansão económica dos Estados Unidos da América a conduzir ao maior crescimento da procura de petróleo desde 1988.

A procura global de petróleo vai aumentar em 1,95 milhões de barris por dia, ou seja o máximo desde 1988, disse a Agência Internacional de Energia (AIE) a semana passada.

O presidente da OPEP, Purnomo Yusgiantoro acha que o actual valor do crude é demasiado elevado e que o preço máximo do barril de crude deverá ser 34 dólares (28,3 euros), elevando dos actuais 28 dólares (23,31 euros) de preço máximo.

G7 poderá pedir à OPEP aumento de produção este fim-de-semana

Neste sentido, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) poderá aprovar o plano da Arábia Saudita de aumentar as quotas de produção, já esta semana, com os preços recorde do petróleo a ameaçar o crescimento económico mundial.

Os 11 ministros da OPEP vão discutir a proposta da Arábia Saudita de aumentar a produção em 1,5 milhões de barris por dia, ou 6,4%, durante um encontro, com início no sábado, em Amesterdão, disse ontem presidente do grupo Purmono Yusgiantoro.

Quanto a um eventual aumento da produção, o presidente da OPEP explicou que será necessária a presença de todos os países membros para que haja mudanças.

A OPEP tem estado a estudar a possibilidade de aumentar a produção de petróleo, hipótese sugerida pela Arábia Saudita, e de elevar o seu intervalo de preços como forma de baixar os valores a que o petróleo cota actualmente.

O presidente do cartel petrolífero afirmou também que não deverá haver alterações ao intervalo de preços durante este fim-de-semana, em que os membros da OPEP se deverão reunir à margem de um fórum de energia na Holanda.

Durante este fim-de-semana, o G7 vai também reunir-se e «sobre a mesa» deverá colocar este assunto, sendo que o grupo poderá pedir à OPEP um aumento de produção para contrariar a subida dos preços, que está a prejudicar o crescimento económico.

A última vez que o G7 pediu um aumento nos fornecimentos da OPEP foi em Setembro de 2000, sendo que, um mês depois a organização decidiu aumentar a produção pela quarta vez nesse ano.

Analistas defendem «aumento de produção com pouco impacto nos preços»

O plano da Arábia Saudita para que a OPEP aumente as suas quotas de produção poderá ter pouco impacto nos preços recorde que se têm verificado, uma vez que os membros do grupo já estão a produzir acima do limite para fazerem face à procura.

«Nem todos os membros da OPEP podem produzir neste momento acima das suas quotas. Apenas a Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos e talvez o Kuwait poderão aumentas a quota», explicou Adam Sieminski, analista no Deutsche Bank á agência noticiosa norte-americana.

Para o analista do Man Financial, Edward Meir, «é um verdadeiro problema de procura», acrescentando que «é a primeira vez que estou a ver todas as economias mundiais a crescer ao mesmo tempo».

Já David Sadler, analista na Sucden, em Londres, «aquilo que precisamos da OPEP no momento é abafar a especulação que causa o aumento dos preços».

O contrato de crude [cl1] com entrega em Junho desvalorizava 0,69% para os 40,52 dólares (33,95 euros) na New York Mercantile Exchange (Nymex), enquanto os futuros do ‘brent’ [co1] caíam 0,46% para os 37,09 (31,08 euros) na International Petroleum Exchange (IPE) em Londres.

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