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Bitcoin perde força depois de Banco da Turquia proibir pagamentos com criptomoedas
O banco turco vai proibir, a partir de 30 de abril, o uso de criptomoedas no país, uma vez que considera que apresentam um grande risco para o país. A falta de regulação está entre os maiores problemas apontados pelo banco.
O Banco Central da Turquia vai banir o uso de criptomoedas no país e o recurso a cripto-ativos para fazer pagamentos, por considerar que que podem causar danos "irreparáveis" e riscos de transação, numa altura em que o país vive uma nova crise inflacionista e de desvalorização da moeda. Como consequência, a bitcoin e outras criptomoedas perdem força nesta sexta-feira.
A bitcoin, moeda digital mais famosa do mundo - que sozinha tem um valor de mercado superior a todas as outras juntas -, devaloriza quase 5% hoje para o patamar dos 60 mil dólares por unidade, depois de ter superado os 65 mil dólares nos últimos dias. Outras moedas mais pequenas, como a XRP ou a Ether (da Ethereum) perdem entre 6 a 12%.
No mesmo documento, a instituição acrescenta que entre os maiores riscos de segurança que este tipo de ativo comporta está o facto de moedas como a bitcoin "não estarem sujeitas a quaisquer mecanismos de regulação e supervisão, nem a uma autoridade reguladora central".
A decisão pode pressionar o mercado de criptomoedas em Ancara, que, à imagem do que acontece em todo o mundo, está em franca expansão. De acordo com os dados da Chainalysis, citados pela Reuters, o volume de transações de criptomoedas na Turquia atingiu os 27 mil milhões de dólares entre fevereiro e março deste ano, o equivalente a 218 mil milhões de liras turcas.
Neste momento - e após a demissão de Naci Agbal, o terceiro governador do banco da Turquia ser dispensado no espaço de menos de dois anos - a lira turca vive uma nova crise, depois de ter "crashado" novamente frente ao dólar norte-americano no final de março e agora após esta demissão. No mês passado, a inflação atingiu os 16%.
Agbal, no cargo há cinco meses, anunciou um aumento das taxas de juro diretoras em dois pontos percentuais (de 17 para 19%) para conter a subida da inflação do país (atualmente em 15,6%), uma opção que foi aplaudida pelos mercados internacionais, mas que parece não ter agradado ao presidente da Turquia, Erdogan, conhecido por se opor a quaisquer subidas de taxas de juro.
Esta semana, a Royal Motors - que distribui carros Rolls-Royce e Lotus na Turquia - tornou-se a primeira empresa no país a aceitar pagamentos em criptomoedas.