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Acções da Brisa já anularam ganhos obtidos com anúncio da OPA

A Brisa está a negociar no valor mais baixo desde que foi apresentado o anúncio preliminar da OPA do Grupo Mello e do fundo Arcus. A concessionária de auto-estradas cai hoje 5% na bolsa e está a 10% abaixo do preço da OPA. A espera pelo registo da OPA continua a penalizar os títulos.

06 de Julho de 2012 às 16:02
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As acções da Brisa caíram hoje para o valor mais baixo desde que foi anunciada a Oferta Pública de Aquisição (OPA) pelo grupo Mello e o fundo Arcus.

Os títulos da concessionária de auto-estradas seguem a cair 4,98% para os 2,402 euros. A Brisa já esteve a cotar nos 2,382 euros, o preço por acção mais baixo desde que foi anunciada a OPA sobre a cotada nacional, a 29 de Março.

Nessa data, a empresa encerrou nos 2,346 euros, num dia em que chegou a cotar nos 2,39 euros. Ou seja, as acções da Brisa até já estiveram a negociar abaixo do preço mais alto da sessão anterior ao anúncio da OPA. A Brisa já anulou, assim, o ganho que conseguiu após a divulgação do documento em que confirma o negócio.

A 29 de Março, foi apresentado, após o fecho da sessão, o anúncio preliminar da OPA à Brisa pelo Tagus, um veículo que junta as posições do Grupo José de Mello e do fundo britânico Arcus. O Grupo José de Mello detém 30,48% do capital da Brisa, enquanto o Arcus tem 19,09%. Juntos superam o mínimo de 33% que obriga ao lançamento de uma aquisição.

Os títulos da empresa presidida por Vasco Mello (na foto) logo dispararam, na sessão seguinte, para uma cotação acima da contrapartida da OPA de 2,66 euros por acção. O que assinala que, tendo em conta o valor de hoje, as acções da Brisa já se afastaram desse preço, estando agora 9,7% abaixo da contrapartida.

Demora no registo da OPA castiga acções

A justificar aquela que é desvalorização mais expressiva da Brisa desde o final de Janeiro está o momento negativo que se vive na Europa, com o PSI-20 a ceder aproximadamente 2%.

Ainda assim, a tendência da Brisa tem sido de quebra já há várias semanas, com os investidores a mostrarem alguma impaciência pela demora no registo da OPA. A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) tem levantado algumas dúvidas, que parecem permanecer nesta altura. Em Junho, a reguladora assinalava dois motivos para as suas indecisões.

A CMVM avaliava, nessa altura, a “a imputação no tempo de participações qualificadas com consequências sobre a OPA em curso” e “a legalidade e equidade da contrapartida”. A segunda maior accionista da Brisa, a Abertis, pretende que seja um auditor independente a fixar o preço da contrapartida da OPA.

"A CMVM está a desenvolver todos para esforços para, num prazo tão curto quanto possível, tomar as deliberações necessárias à salvaguarda dos interesses de todos os acionistas da Brisa, com os únicos critérios que resultam do estrito cumprimento da Lei", dizia a reguladora a 6 de Junho.

As dúvidas parecem não se ter dissipado e o registo da OPA, anunciada há mais de três meses, continua. A OPA da Cimpor, anunciada um dia depois do negócio da Brisa, ficou concluída há duas semanas. De qualquer modo, a OPA, como é obrigatória, não pode ser retirada, pelo que terá mesmo de seguir em frente, como já relembrou a CMVM.

A destacar na sessão de hoje, além da cotação, está, igualmente o volume. Foram negociadas já mais de 2,6 milhões de acções, quando a média dos últimos seis meses é de 962 mil títulos por sessão. Ontem, só tinham sido negociadas perto de 436 mil títulos. Após o anúncio preliminar da OPA, só em três sessões foram negociados mais títulos do que hoje.

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