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Mais de 90% dos portugueses preocupados com euro digital. Maioria não sabe o que é
Entre os inquiridos pela Cetelem, 62% explica que a segurança é o principal ponto que levanta alguma inquetação. A sonagem revela ainda que o desconhecimento sobre este projeto se mantém, já que 86% dos inquiridos não sabe o que é o euro digital.
Mais de 90% dos portugueses estão preocupados com a potencial adoção do euro digital, ou seja uma moeda digital emitida pelo Banco Central Europeu (BCE). O projeto ainda está em fase de preparação, pelo que a acontecer, só deverá entrar em vigor depois de 2025, mas a sondagem levada a cabo pelo Observador Cetelem revela que já existe algum temor entre 93% dos inquiridos. A sondagem revela ainda que o desconhecimento sobre este projeto se mantém, já que 86% dos inquiridos não sabe o que é o euro digital.
Paralelamente, 62% explica que a segurança é o principal ponto que levanta alguma inquetação. Além disso, 44% dos respondentes teme o risco de exclusão digital, 35% a dependência excessiva do digital e 31% menor privacidade.
As dúvidas sobre se o euro digital será tão seguro como o dinheiro físico é bem clara e apenas 20% dos inquiridos acreditam que a nova forma de pagamento eletrónico será tão segura como o dinheiro físico.
Estas inquietações já tinham sido antecipadas tanto pelo BCE como pela Comissão Europeia, sendo que a primeira instituição é responsável pela criação técnica deste projeto e por avaliar o seu impacto na política monetária e na estabilidade financeira enquanto a segunda está responsável pelo diploma de enquadramento do potencial euro digital.
Assim, nos relatórios que têm sido elaborados por ambas as instituições há duas garantias: a de privacidade e segurança e outra de que o euro digital poderá ser acedido em offline.
A sondagem revela ainda que metade dos portugueses é contra a substituição total do dinheiro físico pelo euro digital – algo que não faz parte dos planos de implementação das instituições europeias. Ainda assim, 14% admitem que seriam a favor dessa substituição integral no futuro.
No que respeita ao impacto do euro digital na sociedade, um em cada três inquiridos considera que será moderado na inclusão financeira dos cidadãos. A par disso, o estudo reflete que há a perceção de que o sector bancário e financeiro (45%) serão os mais impactados pelo euro digital, seguido pelos cidadãos (39%) e comerciantes (30%).
Paralelamente, 49% dos portugueses apontam a conveniência como maior vantagem do euro digital.
Além da conveniência, os inquiridos apontam como maiores vantagens a menor dependência do dinheiro físico e de cartões (45%); e mais segurança nas transações financeiras (29%).
No entanto, os inquiridos calculam que haverá desafios na adaptação ao novo método de pagamento, como risco de exclusão digital (57%), segurança cibernética (55%) e adaptação tecnológica (50%).
Quando questionados sobre onde tencionam poder vir a usar esta forma de pagamento eletrónico, 57% utilizarão para fazer compras online, 45% para pagamento de gastos no estrangeiro e 39% para a realização de pagamentos em lojas físicas.
Sobre o montante a gastar com o novo método de pagamento, a maioria utilizaria o euro digital para pagar valores até 250 euros e os dispositivos móveis tenderão a ser os preferidos para a sua utilização (39%). Por fim, quando o tema é relacionado com o crédito, 38% consideram que o euro digital poderia simplificar o pedido e a utilização do crédito. Refira-se que um dos montantes mais apontados como limite para a detenção do euro digital cifra-se nos três mil euros.
Por outro lado, se fosse disponibilizado, apenas um em cada cinco diz que pediria um financiamento em euro digital; 57% talvez o fizesse-se e 19% recusa fazê-lo.
A sondagem levada a cabo pelo Cetelem, detida pelo banco BNP Paribas, questionou 1000 pessoas entre os 18 e 74 anos em Portugal continental. O erro máximo associado à amostra é de mais 3,1 pontos percentuais para um intervalo de confiança de 95%.