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"Caos" cripto chega ao DeFi: Plataforma descentralizada congela "wallet" baleia para garantir sobrevivência

Depois da Binance e da Celsius foi a vez de a Solend tomar o controlo sobre as operações dos seus utilizadores. A decisão, confirmada em votação pela comunidade da exchange, surge numa altura em que o mercado enfrenta um novo "inverno cripto".

O mar vermelho que invadiu os ativos de risco não passou ao largo dos criptoativos.
Dado Ruvic/Reuters
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O "crash" cripto chegou ao segmento de finanças descentralizadas (na sigla inglesa DeFi). Depois da Celsius e da Binance foi a vez da plataforma Solande tomar a decisão de controlar "wallets" (em português carteiras), ou seja um portefólio com vários criptoativos, que uma vez vendidos poderiam colocar em risco a liquidez da exchange.

Segundo a própria plataforma de empréstimos DeFi, fundamentada sobre a tecnologia blockchain da Solana, a medida foi fundamentada na possibilidade não só de esta carteira poder prejudicar a exchange como "influenciar significativamente os movimentos do mercado", que já está a ser assolado por um "sell-off" generalizado, devido ao advento de políticas monetárias restritivas.

A conta em questão depositou 5,7 milhões de solanas na Solend, representando mais de 95% dos depósitos. Além disso, estava a emprestar 108 milhões de dólares em USDC, uma stablecoin, e em ethreum, a segunda moeda mais cotada do mercado cripto.

Face ao risco patente, no domingo, a Solend aprovou uma proposta que concede poderes extraordinários para assumir o poder de contas "baleias", uma decisão sem precedentes num segmento, cujo propósito é ser decentralizado, ou seja depender o mínimo possível de uma autoridade centralizada como acontece em outras plataformas cripto "mainstream" como a Binance ou a Coinbase.

Perante esta contrariedade, na segunda-feira, os utilizadores da Solend votaram esta medida, tendo a esmagadora maioria (99,8%) da comunidade aprovado a decisão.

Esta não é a primeira vez que uma plataforma cripto se vê obrigada a controlar as contas dos utilizadores cripto para impedir uma catástrofe. 

Na passada segunda-feira, a Celsius Network, uma das principais empresas de empréstimos de criptomoedas, congelou todos os levantamentos, Swap e transferências entre contas, devido à alta volatilidade que se vive no mercado cripto.

Na semana passada, também a Binance interrompeu por cerca de três largas horas a possibilidade de levantamentos através da rede bitcoin.  Tal é a crise que se vive neste mercado, que mais tarde, no comunicado que dava conta do regresso normalidade destas operações, a maior plataforma decidiu deixar o que chamou de "aviso sobre o risco".

"A negociação sobre criptomoedas está sujeita a alto risco de mercado. Por favor, faça seus negócios com cautela. A Binance não é responsável pelo prejuízo resultante das suas operações", pode ler-se na nota publicada na Exchange liderada por Chanpeng Zhao.

O mercado cripto não tem sido imune à conjuntura económica mundial adversa - com a alta da inflação e o apertar da política monetária pelos bancos centrais - e segue a registar perdas acentuadas. Este fim de semana a bitcoin foi atirada abaixo do patamar dos 20 mil dólares, tendo recuperado entretanto.

A capitalização do conjunto de perto de 20 mil criptoativos caiu para menos de 1 bilião de dólares, mais concretamente para  887 mil milhões de dólares, renovando mínimos de janeiro de 2021.

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