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Euro renova mínimos de mais de dois anos em véspera de reunião do BCE

A moeda única europeia está em mínimos de Agosto de 2012 devido ao aumento de pressão dos investidores para que a instituição liderada por Mario Draghi reforce as medidas para combater a deflação na Zona Euro.

Bloomberg
Diogo Ferreira Nunes diogonunes@negocios.pt 03 de Dezembro de 2014 às 12:43

Desde 20 de Agosto de 2012 que o euro não negociava num valor tão baixo: 1,2323 dólares. Esta quarta-feira, 3 de Dezembro, a moeda única da Zona Euro está a renovar mínimos de mais de dois anos em véspera da última reunião mensal de 2014 do Banco Central Europeu (BCE). Os investidores estão a colocar mais pressão sobre a instituição liderada por Mario Draghi (na foto) após a divulgação de dados económicos.

 

O índice de gestores de compras recuou de 52,1 para 51,1 pontos em Novembro. Trata-se da leitura mais baixa dos últimos 16 meses pela Markit Economics. A previsão de crescimento económico para a Zona Euro é de 0,1%, de acordo com os dados divulgados esta quarta-feira. Este dado económico veio reforçar os receios de que o programa de combate à deflação não está a ter os resultados desejados. O que aumenta a expectativa em relação à reunião de amanhã do BCE.

 

Nas últimas semanas, vários dirigentes do supervisor bancário da Zona Euro manifestaram a disponibilidade para agir novamente no mercado. Mario Draghi e Vítor Constâncio, actual vice-presidente do BCE, reforçaram a intenção de aumentar a concessão de liquidez caso as medidas actuais se revelem insuficientes. Constâncio sugeriu mesmo que a autoridade monetária está a considerar a compra de dívida soberana, no próximo trimestre, de forma proporcional à dimensão da economia de cada Estado-membro.

 

Draghi disse ser preciso mais tempo para as actuais medidas de estímulo do BCE. No discurso realizado a 27 de Novembro, na Finlândia, o presidente do banco central disse que já tem "indicações que este pacote de crédito está a surtir efeito, mas é preciso tempo para os efeitos positivos se materializarem por completo".

 

Uma das medidas tem passado pela compra de instrumentos de dívida titularizados (ABS, na sigla anglo-saxónica). Na primeira semana, o BCE adquiriu 368 milhões de euros deste tipo de mecanismo, de acordo com os dados divulgados na segunda-feira, 1 de Dezembro.

 

O programa de compra de activos, iniciado a 20 de Outubro, tem acelerado nas últimas semanas. Apenas na última semana, a instituição liderada por Mario Draghi adquiriu um total de 5,446 mil milhões de euros em títulos de dívida, o maior valor desde que começou o programa.

 

Aquando do início do programa, Mario Draghi traçou o objectivo de expandir o balanço do banco central em 1 bilião de euros até ao final de 2016. Um alvo que, a este ritmo, fica muito difícil de alcançar. Em média, o BCE comprou cerca de 3,03 mil milhões de euros em activos nas últimas seis semanas. A continuar, este ritmo levará a instituição a acumular um total de 327,24 mil milhões de euros, bem abaixo, por isso, do objectivo traçado pelo próprio presidente.

 

Actualmente, o euro está a desvalorizar 0,45% para 1,2327 dólares. 

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