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Navigator, Semapa e Altri têm margem para subir para o BPI e BBVA
O sector do papel foi alvo de notas de análise, sendo que a Semapa é a cotada que maior potencial de subida. Mas 2019 deverá ser um ano de ganhos para as três cotadas nacionais.
BPI e BBVA publicaram notas de análise sobre o sector do papel. Navigator, Altri e Semapa têm margem para valorizar, com a Semapa a ser a que tem maior potencial e a Altri o menor, o que poderá justificar-se com o desempenho destas cotadas desde o início do ano.
Esta é a primeira vez este ano que o BPI/Caixa Bank analisa também o próximo ano, traçando as perspectivas que tem para cada cotada em 2019.
O BPI publicou uma nota de análise sobre a indústria do papel, onde aumentou a sua avaliação da Navigator e da Semapa e desceu em 10% o "target" da Altri. Ainda assim, as três empresas contam com um potencial de valorização.
Já o BBVA reduziu o preço-alvo da Navigator e aumentou o da Altri, com as revisões a serem mais ligeiras. O Negócios não teve acesso a esta nota do BBVA, pelo que não consegue explicar os pressupostos da nota.
Assim, o BPI avalia a Navigator em 5,25 euros, um aumento inferior a 1% face ao anterior preço-alvo. Este "target" confere às acções da empresa liderada por Diogo da Silveira um potencial de valorização de quase 40% face à actual cotação (3,782 euros).
"Aliviámos o impacto das tarifas dos EUA, que mais do que ofuscou a nossa perspectivas mais conservadora sobre os volumes e custos" da empresa, explicam os analistas do BPI José Rito e Bruno Bessa, que assinam a nota de análise. Por outro lado, a Navigator está a negociar com um desconto de 7% face aos pares.
A Semapa também viu a sua avaliação aumentar em 1,4% para 24,8 euros, mais 74% do que o valor actual das acções (14,26 euros).
A contribuir para a melhoria da avaliação da Semapa está a melhoria do "target" da Navigator. Os analistas do BPI explicam que a subida do preço-alvo da Semapa "incorpora a revisão da avaliação da Navigator (com impacto de 1%) e a redução da dívida da Secil (dados do terceiro trimestre)". Além disso, a "Semapa negoceia com múltiplos competitivos", sublinham.
Já em relação à Altri, o BPI decidiu cortar o preço-alvo em 10% para 8,45 euros. Com esta descida, o potencial de subida das acções da empresa co-liderada por João Borges e Paulo Fernandes (também CEO da Cofina – dona do Negócios) é de cerca de 28%, o menor dos três. Ainda assim, a Altri é a única cotada portuguesa do sector do papel que segue com ganhos desde o início do ano (27%), enquanto a Navigator e a Semapa acumulam perdas de 11% e 20%, respectivamente.
"O forte momento da indústria do de pasta de papel e a apreciação do dólar este ano minou o sentimento" em relação às acções da Altri, referem os analistas do BPI que realçam que, ainda assim, esta cotada está a ter um desempenho superior ao dos congéneres, como a espanhola Ence.
"Cortámos o nosso preço-alvo em 10% depois de assumir volumes mais baixos e maiores cortes de custos depois dos resultados do terceiro trimestre do ano", adiantam José Rito e Bruno Bessa.
O BBVA também publicou uma nota sobre a indústria do papel, tendo reduzido a avaliação da Navigator em 1,8% para 5,40 euros, enquanto melhorou o "target" da Altri em 3,5% para 8,60 euros.
O sector do papel tem estado sob pressão nas últimas semanas. Depois dos máximos históricos atingidos entre Junho e Julho, as cotadas portuguesas têm vindo a perder valor, à semelhança das cotadas que operam nesta indústria na Europa.
As quedas, desde os picos, ascendem a 28% (Altri), 40% (Navigator) e 41% (Semapa).
Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de "research" emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.