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Wall Street em ebulição: o recorde do S&P 500, as garantias de Powell e os dois biliões da Microsoft
As bolsas do outro lado do Atlântico encerraram em alta, com o Standard & Poor’s 500 a estabelecer um novo recorde e a Microsoft a juntar-se à Apple no clube das "two-trillion-dollar babies" de capitalização bolsista. A negociação foi animada pelas palavras tranquilizadoras do presidente da Fed.
O Dow Jones fechou a somar 0,20%, para se fixar nos 33.945,58 pontos, depois de ontem ter registado a sessão mais robusta em mais de três meses.
Já o Standard & Poor’s 500 avançou 0,51%, para 4.246,44 pontos. Na negociação intradiária fixou um novo máximo histórico, nos 4.555,84 pontos. O seu anterior recorde tinha sido atingido a 14 de junho, quando tocou nos 4.255,59 pontos
O S&P 500, que inclui a banca, energia e outros setores sensíveis à evolução da economia, tem liderado os ganhos bolsistas este ano nos EUA.
Por seu lado, o tecnológico Nasdaq Composite valorizou 0,79% para 14.253,27 pontos, o que constituiu um novo máximo de fecho. Durante a sessão, tocou nos 14.269,77 pontos, territoório nunca antes pisado.
Entre as cotadas que mais puxaram pelo índice esteve uma vez mais a Microsoft, que subiu 1,10% para 265,51 dólares, com uma capitalização bolsista de dois biliões de dólares.
A 19 de agosto do ano passado, recorde-se, a Apple tornou-se a primeira "two-trillion-dollar baby" na história de Wall Street. E agora a Microsoft junta-se ao clube.
Durante a sessão, a Microsoft atingiu um máximo de sempre, nos 265,64 dólares, superando assim o recorde de 263,52 dólares marcado ontem.
A tecnológica comandada por Satya Nadella, que já lidera a computação na nuvem (a par com a Amazon e a Alphabet), está a expandir as suas capacidades na "cloud" e na inteligência artificial (IA) depois da aquisição da Nuance, fornecedora de relevo de IA conversacional e de inteligência clínica ambiental com base na nuvem para os prestadores de cuidados de saúde.
O impulso de Powell
A animar a negociação de uma forma geral esteve o testemunho do presidente da Fed, Jerome Powell, perante o subcomité da crise do coronavírus, da Câmara dos Representantes, sobre a resposta do banco central à covid-19.
Powell disse que a economia norte-americana continua a dar mostras de "melhoria sustentada" face ao impacto da pandemia, com o mercado laboral a sinalizar uma boa progressão.
Quanto à inflação, que tem estado no radar dos receios dos investidores, o presidente do banco central dos EUA disse que esta aumentou de forma notável nos últimos meses mas adiantou que retomará os níveis previstos pela Fed assim que forem corrigidos os problemas na oferta, derivados da rápida recuperação económica.
Jerome Powell sublinhou que a Fed não irá subir os juros diretores de forma preventiva, o que animou os investidores.
Há algum tempo que se receia que, devido à retoma económica no país e à subida dos preços no consumidor, a Fed se decida por começar a subir os juros, mas o banco central e Powell têm referido que o atual nível da taxa diretora se manterá em mínimos históricos durante mais algum tempo.
Na passada sexta-feira, as bolsas de Wall Street foram abaladas pelos comentários do presidente da Fed de St. Louis, James Bullard, que disse na CNBC que vê um aumento inicial da taxa diretora a acontecer no final de 2022. Isto depois de a Fed ter dito dois dias antes que em finais de 2023 poderia subir os juros diretores duas vezes – o que já tinha desanimado o mercado, uma vez que em março o banco central tinha apontado para 2024 o início do aumento da taxa dos fundos federais.
Agora, o facto de Powell ter afastado um aumento preventivo da taxa dos fundos federais acabou por dissipar os temores que se tinham gerado com as palavras de Bullard.