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Tecnológicas pressionam Nasdaq devido à subida dos juros da dívida

Os principais índices do outro lado do Atlântico encerraram a registar uma tendência mista, com o Dow e o S&P 500 a ganharem terreno e o Nasdaq a perder fôlego.

O início do ano está a ser marcado por         um crescimento das ordens sobre ações e títulos de dívida.
Lucas Jackson/Reuters
23 de Novembro de 2021 às 21:16
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O índice industrial Dow Jones fechou a somar 0,55%, para 35.813,80 pontos. No passado dia 8, recorde-se, tocou nos 36.565,73 pontos pela primeira vez na sua história.

 

Por seu lado, o Standard & Poor’s 500 subiu 0,17% para 4.690,70 pontos. Durante a sessão de ontem estabeleceu o valor mais alto de sempre, nos 4.743,83 pontos.

  

Já o tecnológico Nasdaq Composite desvalorizou 0,50% para se fixar nos 15.775,14 pontos. Isto depois de, na negociação intradiária de ontem, ter atingido um novo máximo histórico nos 16.212,23 pontos.

 

Os investidores começaram a posicionar-se para a possibilidade de aumentos dos juros diretores em 2022, depois de Jerome Powell ter sido reconduzido para um segundo mandato à frente da Fed. Apesar do otimismo ontem revelado após este anúncio, já que a manutenção de Powell reduz a incerteza, hoje os intervenientes de mercado começaram a digerir melhor a notícia e a apontar para novas subidas dos juros mais cedo do que o esperado.

 

Isto levou a que os juros da dívida soberana voltassem a subir, o que pesou especialmente nas ações tecnológicas, pressionando sobretudo o Nasdaq mas também o S&P 500. Já as cotadas da banca alargaram os ganhos da véspera, pois saem a ganhar com um aumento das taxas diretoras.

 

"É possível que as taxas de juro subam mais cedo do que o previsto", comentou à CNN um estratega da Cherry Lane Investments, Rick Meckler. A acontecer, isso "será positivo para os títulos da banca, mas não para o restante mercado acionista, particularmente as tecnológicas, que negoceiam com múltiplos preço/lucros bastante altos", acrescentou.

 

Também Marco Silva, analista da ActivTrades, alude a essa possibilidade. "Foram evidentes os indícios de que o mercado assumiu a elevada probabilidade de haver uma ou mesmo duas subidas de juros em 2022, podendo a primeira chegar no verão, assim que terminar a redução do programa de compras de activos. Foi por isso que as tecnológicas deslizaram, um movimento que foi o inverso da acção nos juros das obrigações soberanas dos EUA. Sabendo que as tecnológicas sofrem com o aumento dos juros, o resultado acabou por ser natural", sublinha na sua análise diária


"Mas se o trabalho da Fed em tempos de pandemia foi complicado, a próxima fase promete ser ainda mais difícil, visto que nos próximos meses terá de estimular a economia ao mesmo tempo que controla a corrida desenfreada da inflação, portanto não pode ser muito dovish nem hawkish. Será um trabalho muito minucioso que envolve preparar os investidores para as decisões a tomar, mas com menos tempo para esse trabalho importante no sentido de evitar uma convulsão acentuada em Wall Street, que pode ir de um extremo ao outro num curto espaço de tempo se o sentimento de confiança for abalado", acrescenta Marco Silva.
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