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Palavras de Bernanke dão alento a Wall Street
Presidente da Reserva Federal afirmou que não há nenhum calendário pré-definido para a redução do valor do programa de compra de títulos de dívida, uma declaração que foi bem recebida nas bolsas.
Os mercados accionistas reagiram em alta às aguardadas palavras de Ben Bernanke, uma vez que o presidente da Reserva Federal afirmou que “não há de modo algum qualquer calendário pré-definido” para a retirada de estímulos à economia.
“Se a perspectiva para o desemprego ficar menos favorável, se a inflação não caminhar em direcção aos 2%, ou as condições financeiras forem consideradas não acomodatícias o suficiente para nos permitir atingir os objectivos do nosso mandato, o actual ritmo de compra [de títulos de dívida] pode ser mantido por mais tempo”, disse o presidente da Fed.
Foi o que os mercados queriam ouvir. As bolsas europeias estavam em terreno negativo e passaram a registar ganhos em torno de 1%. Em Lisboa aconteceu o mesmo com o PSI-20 agora a subir 1,01%.
Na abertura de Wall Street o sinal também foi verde. O S&P 500, que ontem interrompeu um ciclo de oito sessões sempre a subir, abriu a ganhar 0,2% para 1.680,36 pontos. O Dow Jones sobe 0,25% para 15.490,48 pontos e o Nasdaq avança 0,23% para 3.606,6 pontos.
“Os mercados estão a reagir ao facto de a Fed assegurar que não vai criar nenhuma definição arbitrária para definir quando e em quanto vai começar a reduzir o programa de compra de dívida”, afirmou um analista à Bloomberg.
Bernanke acrescentou que, por outro lado, se a economia crescer de forma mais rápida que o esperado e a inflação acelerar, “o ritmo de compra de obrigações pode ser reduzido de forma mais rápida”.
O presidente da Fed, na comunicação inicial perante o senado, deixou claro que os estímulos à economia só vão ser reduzidos quando a economia der sinais de crescimento mais forte, o que justifica a reacção positiva dos mercados. Os investidores temiam que a “saída de cena” da Fed representasse uma ameaça à retoma.
Bernanke adiantou ainda que a Fed vai manter no balanço os títulos de dívida que tem vindo a comprar nos últimos meses, reinvestindo os reembolsos dos títulos que chegarem à maturidade, com vista a manter pressão sobre os juros de longo prazo das obrigações.