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Digitalização vai permitir individualizar oferta de produtos financeiros

O desenvolvimento de inovações no setor financeiro deverá promover uma maior personalização do aconselhamento financeiro.

Mariline Alves 
03 de Outubro de 2019 às 15:28
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A rápida inovação tecnológica tem levantado algumas preocupações junto dos reguladores. Mas, para já, a postura é de esperar para ver e apenas agir caso seja necessário, não travando a inovação nos serviços financeiros. Apesar dos riscos, os responsáveis destacam que a digitalização traz muitas oportunidades, nomeadamente ao nível do aconselhamento financeiro, permitindo personalizar a oferta de produtos.

"Hoje em dia o que temos é uma massificação. Quando vou ao banco, o gestor vai propor-me uma oferta padrão para um determinado perfil. A digitalização vai individualizar a oferta", explicou Isabel Ucha, numa conferência organizada pela CMVM, no âmbito da semana mundial do investidor, onde a responsável discursou num painel sobre a digitalização no mercado de serviços financeiros. Para a presidente da Euronext Lisbon, a digitalização vai permitir um desenvolvimento do mercado de capitais, através de soluções como o robot-advisor, gestão de carteiras ou blockchain.

A Euronext Lisbon tem, aliás, duas iniciativas na área do blockchain, através das quais pretende eliminar barreiras à negociação de títulos. "O blockchain pode trazer uma grande alteração. Hoje em dia para comprar uma ação são precisos 15 ou 20 intermediários (brokers de ambos os lados, bancos de custódia, etc", enquanto numa rede de partilha de informação se vai eliminar muitos destes intermediários.

A gestora da bolsa de Lisboa lançou o LiquidShare, um projeto de blockchain que pretende simplificar a custódia de títulos de menor dimensão e reduzir os custos para estas entidades. Mas, Isabel Ucha lembra que "estes processos não são fáceis e não vão ser rápidos".

Em termos de ofertas inovadoras, as fintech têm tomado a dianteira, sobretudo na área dos pagamentos. "As fintech estão a pensar o que o cliente quer e o banco está a pensar o que o regulador quer", destaca Stephan Morais, da Indico Capital Partners.

A representar o setor da banca no painel, Pedro Pimenta, do Abanca, realçou que "a confiança ainda é o grande ativo dos bancos" e o que o setor tem vindo a fazer é apostar num "modelo de especialização". Mais do que produzir produtos de forma industrial, o responsável defende um salto qualitativo, com soluções à medida do cliente.

Mesmo sem travar a inovação, Álvaro Nascimento, da Universidade Católica do Porto, argumenta que o desafio é se o sistema regulatório vai conseguir injetar confiança junto dos clientes para proteger todo o sistema.

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