Notícia
Bolsa nacional cai pressionada por forte queda da Altri
A bolsa nacional acompanhou a tendência das congéneres europeias, que vivem mais um dia de quedas. A diminuição das expectativas em torno de um acordo comercial entre Washington e Pequim e os receios em torno de uma recessão económica nos EUA são os principais responsáveis.
O PSI-20 fechou o dia a cair 0,35% para 4.921,15 pontos, com nove cotadas em queda, seis em alta e três inalteradas. Entre os congéneres europeus a tendência também foi de quedas, num dia em que as bolsas dos EUA estão encerradas por ser dia de luto nacional, em homenagem ao ex-presidente George H. W. Bush, que faleceu na passada sexta-feira, 30 de Novembro. O Stoxx600, índice que agrega as 600 maiores cotadas euroeias, segue a perder 1,07%.
A contribuir para as quedas das bolsas estão essencialmente dois factores. Por um lado, os investidores reduziram as suas expectativas em torno de um acordo comercial entre os EUA e a China. As declarações proferidas no fim-de-semana animaram os investidores, que aplaudiram a suspensão por 90 dias da guerra comercial entre os dois países. Mas Donald Trump fez uma publicação na sua página de Twitter que deitou por terra o optimismo. O presidente dos EUA escreveu que "se este acordo não acontecer, lembrem-se…. Sou um Homem de Tarifas".
Estas palavras foram suficientes para reduzir as expectativas.
Mas não é "apenas" a guerra comercial a pressionar. A inversão da curva de rendimentos está a fazer soar os alarmes. A queda dos juros nos EUA tem sido mais pronunciada nos prazos mais longos, o que resultou numa inversão da curva das yields no arranque desta semana, aumentando os receios de que a próxima recessão já esteja à espreita.
Porque, como sublinham os analistas consultados pela Bloomberg, foi precisamente isso que aconteceu nos últimos 40 anos: cada vez que se registou uma inversão da curva de rendimentos, os Estados Unidos entraram em recessão pouco tempo depois. As duas últimas ocorreram no final da década de 1990 e em 2008, o ano que marcou o início da última grande crise financeira.
Na bolsa nacional, o grande destaque foi a Altri, cujas acções afundaram 7,15% para 6,10 euros, depois de ontem ter sido revelado que um dos seus accionistas decidiu sair da cotada. A espanhola Indumenta Pueri, através da Global Portfolio Investments, vendeu a participação de 3,1% que detinha na Altri, sendo que na operação concluída esta manhã, a dona da cadeia de roupa infantil Mayoral encaixou cerca de 37 milhões de euros. O preço da operação corresponde a 6,0 euros, o que representava um desconto de 7,5% face ao valor de fecho das acções na última sessão.
A pressionar esteve ainda a Jerónimo Martins, ao recuar 0,8% para 10,515 euros, enquanto a rival Sonae SGPS sobe 0,85% para 0,8295 euros.
A Nos também fechou a descer mais de 1,5% para 5,39 euros, contribuindo assim para a desvalorização do índice.
Do lado oposto esteve o BCP, ao subir 0,57% para 0,2489 euros, bem como a Semapa, que apreciou 1,88% para 14,08 euros.
Em queda fechou também a Galp Energia, ao cair 0,64% para 14,765 euros, num dia em que os preços do petróleo sobem mais de 1%.
(Notícia actualizada às 16:49 com mais cotações)