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BdP: Democratização dos "fininfluencers" tem o "revés da exclusão”

A administradora do Banco de Portugal Francisca Guedes de Oliveira acredita que as ferramentas digitais têm a grande vantagem de disponibilizar quantidade de informação, mas deixam de fora os 30% de portugueses que não têm acesso à internet. Apenas metade da população acede ao "home banking", lembra.

20 de Fevereiro de 2025 às 12:16
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A nova era dos "fininfluencers" tem tomado conta das redes sociais e tem-se revelado uma ferramenta cada vez mais presente para ajudar a população a saber mais sobre finanças.  

Uma das grandes vantagens dos influenciadores financeiros no espaço digital é a quantidade de informação disponível nestas contas, admitiu administradora do Banco de Portugal, Francisca Guedes de Oliveira, no BdP Podcast desta quinta-feira.  

A democratização desta realidade - já que "a grande maioria desta informação vem sem custos" - é outro fator positivo, dado que a torna acessível a todos, ajudada pela linguagem "pouco formal" que ajuda na compreensão destas matérias. 

"Mas todas estas vantagens têm o revés da medalha", garante a administradora. "Temos que ter filtros, temos que ter capacidade crítica, temos que saber validar a informação e temos que saber ir buscar as fontes que são fidedignas e não são fidedignas. A democratização tem o revés da exclusão, isto para quem não tem acesso. No relatório à Literacia Portuguesa Financeira Digital 2023, via-se que 76 % das pessoas em Portugal usam a internet, o que significa que quase 30% não usam", adiantou.  

Aliás, os dados do Banco de Portugal dão a entender que 49% da população usa "home banking", "portanto, também exclui". 

No podcast, Francisca Guedes de Oliveira fala ainda da sensação de proximidade que os "fininfluencers" transmitem aos mais jovens, que são quem mais os ouve. Esta proximidade "gera uma confiança que, muitas vezes, não, é de um modo geral artificial e que pode levar a decisões erradas, a decisões que não são adequadas ao perfil, a decisões que surgem do ‘peer pressure’, que nas redes sociais é tremenda", considera a administradora, que dá o exemplo das criptomoedas.  

A representante do Banco de Portugal acredita, ainda assim, que mais fácil que estes influenciadores funcionem "a favor do público e não contra o público". O Banco de Portugal tem o poder de supervisionar e fiscalizar a comercialização de produtos e serviços financeiros, particularmente bancários.

No entanto, "há uma parte de produtos que não são supervisionados por nós: tudo o que tem a ver com alguns produtos e serviços de investimento, que são remetidos para a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários e para a ASF, dos seguros", esclarece.

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