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“Amazon de África” dispara 75% na mega-estreia em bolsa
A maior plataforma de comércio online do continente africano estreou-se em bolsa na sexta-feira, com uma subida de mais de 75%. O valor de mercado ascende a quase 4 mil milhões de dólares.
A Jumia Technologies, já apelidada de "Amazon de África", estreou-se na bolsa de Nova Iorque esta sexta-feira. E com um forte desempenho. As ações da maior operadora africana de comércio eletrónico dispararam mais de 75%, tendo fechado o dia a valer 25,46 dólares, depois de se terem estreado a 14,50 dólares.
A empresa, que foi o primeiro unicórnio africano a entrar em bolsa, tem uma capitalização de cerca de 3,9 mil milhões de dólares.
De acordo com o registo do IPO, a Jumia Technologies tinha 4 milhões de clientes ativos no quarto trimestre de 2018, e operações em 14 países do continente africano, incluindo Gana, Quénia, Costa do Marfim, Marrocos e Egito.
Em dezembro, a plataforma de comércio eletrónica fundada em 2012, acumulava prejuízos de quase mil milhões de dólares.
À CNBC, o CEO da Jumia Technologies, Sacha Poignonnec, explicou que o grande obstáculo ao comércio eletrónico em África é para os vendedores, por causa das infraestruturas ineficientes da região. Para os consumidores, garante, é uma grande mais-valia.
A empresa "oferece muita inclusão aos consumidores que não têm necessariamente direito de acesso ao retalho", disse Poignonnec.
Poignonnec acrescentou ainda que há uma grande oportunidade em África porque muitas pessoas ainda não experimentaram as compras online.
"Quando perguntamos às pessoas que nunca usaram as compras online, o principal motivo é por não saberem fazer compras online", explicou. "Isso já não tem a ver com infraestruturas, mas com hábitos de consumo".
A Jumia, sediada na Alemanha, trabalha com empresários locais e empresas de logística para entregar os produtos. Metade das entregas é para as grandes cidades e a outra metade para as cidades secundárias e rurais.
Alguns dos maiores clientes da Jumia são a Apple, HP e Huawei.