Os principais índices da Europa Ocidental registaram o primeiro ganho semanal desde que a Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro, com as perspetivas de crescimento económico e as conversações entre Moscovo e Kiev em foco. Nos Estados Unidos, a tendência ainda se manteve no vermelho.

O índice de referência português esteve entre as maiores subidas desta semana, com uma valorização superior a 5%. A animar a negociação do PSI estiveram sobretudo as cotadas do setor da energia renovável.

A EDP Renováveis e a Greenvolt foram as cotadas do PSI que mais subiram, numa altura em que se procura alternativas aos combustíveis fósseis depois de os preços do petróleo, gás e eletricidade terem disparado desde o início da ofensiva na Ucrânia.

A empresa britânica de soluções educacionais Pearson, que enfrentou dificuldades na pandemia quando as aulas on-line levaram a uma forte queda na venda de livros, foi animada esta semana pela oferta preliminar de compra feita pela Apollo, no valor de 8,5 mil milhões de dólares.

A Etsy foi a cotada que mais caiu no S&P 500, depois de o Deutsche Bank ter dito que a retalhista norte-americana de comércio eletrónico quase duplicou a sua base de utilizadores desde o início da covid, mas que o efeito novidade vai passar, o que cria riscos para as suas receitas nos próximos trimestres.

A moeda única europeia conseguiu recuperar das quedas face à nota verde, terminando a semana com um ganho marginal de 0,01%. Isto numa altura em que o dólar tem beneficiado do seu estatuto de valor-refúgio devido à ofensiva na Ucrânia e ao aumento generalizado da inflação.

Os preços do Brent desceram 5,72%, depois de nas duas primeiras sessões da semana terem disparado fortemente, à conta do conflito na Ucrânia e das sanções contra a Rússia, que no caso dos EUA passam por deixar de lhe comprar energia. A expectativa de uma evolução favorável nas conversações entre Moscovo e Kiev ditou a inversão de tendência.

Os juros da dívida soberana na Europa e nos Estados Unidos subiram, numa altura em que os receios em torno da escalada da inflação a nível global se intensificam. Apesar de as obrigações serem um tradicional valor-refúgio, levando a que o reforço neste investimento faça descer as “yields”, o dólar e o ouro têm estado a ser alvo de maior procura do que a dívida soberana.