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IMF – Fed mais otimista, Europa retomou administração da vacina da AstraZeneca e Eur/Usd recuou
Banco Central da Noruega sinalizou subida de taxas ainda este ano, Eur/Nok em mínimo de 1 ano; Fed mais otimista, Europa retomou administração da vacina da AstraZeneca e Eur/Usd recuou; Petróleo registou pior semana desde outubro; Ouro atinge máximos de 2 semanas
22 de Março de 2021 às 12:30
| Banco Central da Noruega sinalizou subida de taxas ainda este ano; Eur/Nok em mínimo de 1 ano
O Banco Central da Noruega manteve a sua política monetária inalterada, com a taxa de juro de referência em 0%. Não obstante, numa altura em que vários bancos centrais reiteram o compromisso de manter a política acomodatícia por mais algum tempo (com a Fed a reiterar que não pretende aumentar as taxas antes de 2024), a instituição norueguesa justificou o seu estatuto hawkish, ao antecipar o calendário do que será provavelmente o primeiro ciclo de subida de taxas entre as principais economias europeias e até mesmo mundiais, prevendo fazê-lo já no final deste ano. Para além disso, está a equacionar duas subidas em 2022, o que levaria a taxa a 0,75% até ao final desse ano. Estas previsões resultam dos planos de vacinação contra a Covid-19, que estão a decorrer consideravelmente bem na Noruega, sendo esperado que toda a população adulta seja vacinada antes do final do Verão. Este cenário suporta as previsões do ministério de economia, que prevê um crescimento do PIB este ano, seguido de um crescimento de 3,6% em 2020. É importante notar que estes números são particularmente positivos, tendo em conta que em 2020 a economia norueguesa registou uma contração de "apenas" 1,4%, bastante abaixo do que o verificado, por exemplo, na Zona Euro (-6,8%). A decisão do Norges Bank cimentou ainda mais a postura atrativa da coroa norueguesa, que já vinha a apresentar uma postura bastante bullish, como resultado dos ganhos dos preços do petróleo nos últimos meses. Assim, o Eur/Nok segue numa tendência de queda, cotando em mínimos de um ano, em torno dos 10,11 noks.
Tecnicamente, o Eur/Nok vem a apresentar uma perspetiva claramente bearish desde outubro de 2020, à medida que transaciona dentro do canal de tendência descendente (vermelho), alcançando mínimos de mais de um ano. Atualmente o par encontrou suporte no nível dos 10 noks, mas as perspetivas para o curto/médio-prazo continuam a sugerir uma queda do par.
| Fed mais otimista, Europa retomou administração da vacina da AstraZeneca e Eur/Usd recuou
Após o BCE, foi agora a vez da Fed manter a sua política monetária inalterada. A instituição liderada por Jerome Powell reiterou a sua promessa de manter as taxas próximas de zero pelo menos até 2023, apesar de ter revisto em alta as perspetivas para a economia dos EUA e dos recentes receios em torno da inflação. Agora, 18 membros esperam uma subida de juros em 2023, face a 5 no passado dezembro. A Fed projeta um crescimento do PIB de 6,5% este ano (que a confirmar-se seria o mais expressivo desde 1984) e uma queda da taxa de desemprego para 4,5% até dezembro, face aos 6,2% atuais. Isto em comparação com as projeções de dezembro de 4,2% de crescimento do PIB e 5% de desemprego. Sobre a inflação, espera-se que os preços excedam a meta de 2%, atingindo 2,4% até ao final do ano, antes de desacelerarem novamente em 2022. Para além disto, a FED manteve as compras de ativos a um ritmo mensal de $120 mM, numa altura em que os juros soberanos do Tesouro a dez anos se encontram em máximos de mais de um ano, acima dos 1,6%. Em território europeu, o destaque passou pela vacina contra o Covid-19 da AstraZeneca. Após um conjunto de países europeus terem suspendido a administração da inoculação da farmacêutica britânica, um esclarecimento por parte da Agência Europeia de Medicamentos (EMA, na sigla em inglês), de que esta é segura e eficaz, levou a vários dos países a retomarem a administração. Esta decisão é de grande importância para manter o ritmo de vacinação, numa altura em que vários países europeus começam a vivenciar uma terceira vaga pandémica, nomeadamente na Alemanha e França. Ainda assim, os comentários da EMA não foram suficientes para convencer alguns países escandinavos, com a Suécia, Dinamarca e Noruega a manterem a suspensão, enquanto aguardam por revisões das respetivas autoridades de saúde locais, que deverão apresentar os seus resultados nesta semana. Em termos cambiais, a passada semana foi negativa para o Eur/Usd, cotando abaixo dos $1,19 na sexta-feira.
A nível técnico, mesmo com as perdas do final da última semana, o Eur/Usd continua a apresentar uma perspetiva neutra para o curto-prazo. O MACD não apresenta um sinal claro, suportando esta perspetiva. É esperada assim uma consolidação entre o intervalo dos $1,1850 e $1,20 no curto-prazo.
| Petróleo registou pior semana desde outubro
Os preços do petróleo recuaram dos máximos de 2 anos e meio atingidos há duas semanas, tendo registado uma queda semanal de cerca de 7% - a mais expressiva desde outubro. A valorização do dólar, após a Fed ter revisto em alta as previsões para o crescimento económico dos EUA, assim como o abrandamento em alguns programas de vacinação contra a Covid-19, após vários países europeus terem suspendido o uso da vacina da Astrazeneca, que pode afetar a procura do petróleo, foram os principais fatores a pressionar os preços da matéria-prima. Por último, o aumento de 2,4 milhões de barris de crude nas reservas norte-americanas na semana anterior – quarta semana consecutiva de subida dos inventários, também contribuiu para a queda dos preços do petróleo.
Tecnicamente, o crude não conseguiu afastar consideravelmente o limite superior do canal de tendência ascendente, acabando por corrigir em baixa. Não obstante, a perspetiva bullish mantém-se para o curto prazo, sendo possível um teste ao nível dos $70.
| Ouro atingiu máximos de 2 semanas
O ouro registou uma variação semanal positiva, ainda que ligeira, acabando por atingir máximos de 2 semanas. A decisão da Fed ofereceu algum suporte aos preços do ouro. Contudo, os receios em torno da inflação, numa altura em que os rendimentos das obrigações soberanas continuam elevados, limitaram ganhos mais expressivos do metal-precioso.
Tecnicamente, o ouro continua a apresentar uma perspetiva mais bullish para o curto-prazo, seguindo a testar o limite superior do canal de tendência descendente (vermelho tracejado), em torno dos $1750. O MACD apresenta um sinal de compra, suportando esta perspetiva. É esperado que o ouro dê seguimento aos ganhos, com a próxima resistência a situar-se em torno dos $1800.
As análises técnicas aqui publicadas não pretendem, em caso algum, constituir aconselhamento ou uma recomendação de compra e venda de instrumentos financeiros, pelo que os analistas e o Jornal de Negócios não podem ser responsáveis por eventuais perdas ou danos que possam resultar do uso dessas informações. Caso pretenda ver esclarecida alguma dúvida acerca da Análise Técnica, por favor contactar a IMF ou o Jornal de Negócios.
O Banco Central da Noruega manteve a sua política monetária inalterada, com a taxa de juro de referência em 0%. Não obstante, numa altura em que vários bancos centrais reiteram o compromisso de manter a política acomodatícia por mais algum tempo (com a Fed a reiterar que não pretende aumentar as taxas antes de 2024), a instituição norueguesa justificou o seu estatuto hawkish, ao antecipar o calendário do que será provavelmente o primeiro ciclo de subida de taxas entre as principais economias europeias e até mesmo mundiais, prevendo fazê-lo já no final deste ano. Para além disso, está a equacionar duas subidas em 2022, o que levaria a taxa a 0,75% até ao final desse ano. Estas previsões resultam dos planos de vacinação contra a Covid-19, que estão a decorrer consideravelmente bem na Noruega, sendo esperado que toda a população adulta seja vacinada antes do final do Verão. Este cenário suporta as previsões do ministério de economia, que prevê um crescimento do PIB este ano, seguido de um crescimento de 3,6% em 2020. É importante notar que estes números são particularmente positivos, tendo em conta que em 2020 a economia norueguesa registou uma contração de "apenas" 1,4%, bastante abaixo do que o verificado, por exemplo, na Zona Euro (-6,8%). A decisão do Norges Bank cimentou ainda mais a postura atrativa da coroa norueguesa, que já vinha a apresentar uma postura bastante bullish, como resultado dos ganhos dos preços do petróleo nos últimos meses. Assim, o Eur/Nok segue numa tendência de queda, cotando em mínimos de um ano, em torno dos 10,11 noks.
| Fed mais otimista, Europa retomou administração da vacina da AstraZeneca e Eur/Usd recuou
Após o BCE, foi agora a vez da Fed manter a sua política monetária inalterada. A instituição liderada por Jerome Powell reiterou a sua promessa de manter as taxas próximas de zero pelo menos até 2023, apesar de ter revisto em alta as perspetivas para a economia dos EUA e dos recentes receios em torno da inflação. Agora, 18 membros esperam uma subida de juros em 2023, face a 5 no passado dezembro. A Fed projeta um crescimento do PIB de 6,5% este ano (que a confirmar-se seria o mais expressivo desde 1984) e uma queda da taxa de desemprego para 4,5% até dezembro, face aos 6,2% atuais. Isto em comparação com as projeções de dezembro de 4,2% de crescimento do PIB e 5% de desemprego. Sobre a inflação, espera-se que os preços excedam a meta de 2%, atingindo 2,4% até ao final do ano, antes de desacelerarem novamente em 2022. Para além disto, a FED manteve as compras de ativos a um ritmo mensal de $120 mM, numa altura em que os juros soberanos do Tesouro a dez anos se encontram em máximos de mais de um ano, acima dos 1,6%. Em território europeu, o destaque passou pela vacina contra o Covid-19 da AstraZeneca. Após um conjunto de países europeus terem suspendido a administração da inoculação da farmacêutica britânica, um esclarecimento por parte da Agência Europeia de Medicamentos (EMA, na sigla em inglês), de que esta é segura e eficaz, levou a vários dos países a retomarem a administração. Esta decisão é de grande importância para manter o ritmo de vacinação, numa altura em que vários países europeus começam a vivenciar uma terceira vaga pandémica, nomeadamente na Alemanha e França. Ainda assim, os comentários da EMA não foram suficientes para convencer alguns países escandinavos, com a Suécia, Dinamarca e Noruega a manterem a suspensão, enquanto aguardam por revisões das respetivas autoridades de saúde locais, que deverão apresentar os seus resultados nesta semana. Em termos cambiais, a passada semana foi negativa para o Eur/Usd, cotando abaixo dos $1,19 na sexta-feira.
A nível técnico, mesmo com as perdas do final da última semana, o Eur/Usd continua a apresentar uma perspetiva neutra para o curto-prazo. O MACD não apresenta um sinal claro, suportando esta perspetiva. É esperada assim uma consolidação entre o intervalo dos $1,1850 e $1,20 no curto-prazo.
| Petróleo registou pior semana desde outubro
Os preços do petróleo recuaram dos máximos de 2 anos e meio atingidos há duas semanas, tendo registado uma queda semanal de cerca de 7% - a mais expressiva desde outubro. A valorização do dólar, após a Fed ter revisto em alta as previsões para o crescimento económico dos EUA, assim como o abrandamento em alguns programas de vacinação contra a Covid-19, após vários países europeus terem suspendido o uso da vacina da Astrazeneca, que pode afetar a procura do petróleo, foram os principais fatores a pressionar os preços da matéria-prima. Por último, o aumento de 2,4 milhões de barris de crude nas reservas norte-americanas na semana anterior – quarta semana consecutiva de subida dos inventários, também contribuiu para a queda dos preços do petróleo.
Tecnicamente, o crude não conseguiu afastar consideravelmente o limite superior do canal de tendência ascendente, acabando por corrigir em baixa. Não obstante, a perspetiva bullish mantém-se para o curto prazo, sendo possível um teste ao nível dos $70.
| Ouro atingiu máximos de 2 semanas
O ouro registou uma variação semanal positiva, ainda que ligeira, acabando por atingir máximos de 2 semanas. A decisão da Fed ofereceu algum suporte aos preços do ouro. Contudo, os receios em torno da inflação, numa altura em que os rendimentos das obrigações soberanas continuam elevados, limitaram ganhos mais expressivos do metal-precioso.
Tecnicamente, o ouro continua a apresentar uma perspetiva mais bullish para o curto-prazo, seguindo a testar o limite superior do canal de tendência descendente (vermelho tracejado), em torno dos $1750. O MACD apresenta um sinal de compra, suportando esta perspetiva. É esperado que o ouro dê seguimento aos ganhos, com a próxima resistência a situar-se em torno dos $1800.
As análises técnicas aqui publicadas não pretendem, em caso algum, constituir aconselhamento ou uma recomendação de compra e venda de instrumentos financeiros, pelo que os analistas e o Jornal de Negócios não podem ser responsáveis por eventuais perdas ou danos que possam resultar do uso dessas informações. Caso pretenda ver esclarecida alguma dúvida acerca da Análise Técnica, por favor contactar a IMF ou o Jornal de Negócios.