Notícia
CPR altera a tendência para negativa, à AI/CAM
A passagem da tendência de estável para negativa reflecte o agravamento da situação económico-financeira nacional e a deterioração da performance do Banif Grupo Financeiro
26 de Abril de 2011 às 18:49
A Companhia Portuguesa de Rating, S.A. (CPR) é de opinião que a capacidade da Auto-Industrial, S.A. (AI) e da CAM - Camiões Automóveis e Motores, S.A. (CAM) honrarem atempadamente os compromissos financeiros de curto prazo sujeitos a follow-up mantém-se forte (A-2), mas, dado o agravamento da situação económico-financeira nacional e a deterioração da performance do Banif Grupo Financeiro, passa a tendência de estável para negativa. Na medida em que as emissões de papel comercial realizadas ao abrigo dos programas de 7,5 M€ e de 5,0 M€ beneficiam de garantia de reembolso integral e atempado prestada pelo BES, a capacidade de pagamento atempado das emissões de papel comercial realizadas ao abrigo destes programas mantém-se muito forte (A-1), mas a tendência passa de estável para negativa.
Vendas no 1º Trimestre em queda As vendas nacionais de veículos automóveis novos aumentaram 34,6%, para 269,2 mil veículos, em 2010, destacando-se no contexto europeu, que decresceu 3,8%. Esta recuperação face ao pior ano da década fundamentou-se sobretudo no incremento das vendas de veículos ligeiros de passageiros (embora se tenha continuado a assistir a um empobrecimento do mix de vendas), e é explicada pela melhoria da situação económica, da confiança dos consumidores e das condições de acesso ao financiamento, bem como pela recuperação das compras por parte de frotistas e rent-a-cars e pelo efeito de antecipação de compras devido às alterações fiscais impostas pelo Orçamento de Estado para 2011. O primeiro trimestre de 2011 foi marcado pela retoma da degradação da situação económica e de confiança dos consumidores portugueses promovida pelas medidas impostas no Orçamento de Estado para 2011 e propostas no PEC IV, pela constante subida das taxas de juro da dívida pública portuguesa e pelo agravamento das condições de financiamento de toda a economia. Este contexto, no caso concreto do sector automóvel, levou a uma quebra nas vendas de 14,8%, para 54,3 mil veículos.
O Grupo AI registou performances opostas em 2010 e no primeiro trimestre de 2011. Em 2010, o Grupo AI superou o comportamento positivo do mercado português, com um crescimento de 39,3%, mais 4,7 pontos percentuais (pp) do que o mercado nacional, atingindo os 10,4 mil veículos e uma quota de mercado de 3,7% (mais 0,1 pp do que em 2009), mas no primeiro trimestre de 2011 registou um decréscimo de vendas de 32,4%, para 1 524 unidades. Esta diferença face ao mercado no primeiro trimestre de 2011 decorre do aumento da concorrência em distribuidores Opel que ocorreu em Lisboa ainda em 2010, da sua maior exposição a algumas marcas com pouco peso no mercado de rent-a-car e pouca exposição a algumas das marcas com melhor comportamento, e ao facto de que a performance do mercado, ao ser medida em matrículas e não em vendas efectivas, ter sido afectada por um conjunto de factores que levam à percepção de que a evolução reportada para o primeiro trimestre subestima a quebra real de vendas.
O Grupo continuou a implementar a sua estratégia de desenvolvimento de plataformas multimarca, optimizando a utilização das suas instalações e conseguindo poupanças de custos significativas com o aproveitamento das sinergias que este modelo de organização permite, e a diversificação das marcas que representa e das localidades em que as representa (reduzindo assim o risco de concentração). Desde o início de 2010 destaca-se a inclusão da Seat, Kia, Skoda e Hyundai na carteira de marcas representadas e o alargamento da representação da Fiat às Caldas da Rainha.
Volume de Negócios cresceu 27,6% O volume de negócios do Grupo AI aumentou 27,6% em 2010, fixando-se em 340,1 M€, impulsionado pela forte recuperação das vendas de veículos automóveis, sobretudo novos, e tractores. Este crescimento foi acompanhado pelo aumento dos bónus e prémios de objectivos de vendas, dos proveitos financeiros do investimento no Banif Grupo Financeiro e pela redução dos custos financeiros, reflectindo as reduções dos indexantes das taxas de juro e do endividamento médio, que mais do que compensaram os efeitos dos aumentos generalizados e muito significativos nos spreads das taxas de juro, levando a que o resultado consolidado líquido do Grupo tenha mais do que duplicado, para 8,5 M€ (com uma rendibilidade do capital próprio de 7,9%).
Entre o fim de 2009 e o fim de 2010 o total do activo do Grupo AI, com a participação e os VMOCs da Banif SGPS valorizados a preços de mercado, baixou 17,8 M€, para 298,1 M€, reflectindo fundamentalmente o impacto da desvalorização da participação no Banif SGPS, apesar do investimento de 16,9 M€ em aquisições no mercado de acções do Banif SGPS e no aumento do respectivo capital, e os efeitos do incremento de actividade e do recebimento de 15,1 M€ de crédito sobre o Banif Grupo Financeiro que o Grupo AI possuía no fim de 2009 (relativos ao processo de troca de participações). A autonomia financeira do Grupo AI no fim de 2010 era de 36,3% e a dívida financeira ascendia a 71,3 M€ (menos 2,0 M€ do que no fim de 2009). Note-se que, as contas oficiais do Grupo AI, que tratam a participação na Banif SGPS pelo método de equivalência patrimonial, apresentaram um crescimento de 24,1 M€ no seu activo.
2011: Ano negativo A situação económico-financeira nacional apresenta um nível muito elevado de incerteza, sendo certo que serão adoptadas novas medidas de austeridade no âmbito do processo de obtenção de ajuda externa da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional, com impacto no rendimento disponível dos consumidores portugueses e, eventualmente, na fiscalidade do sector automóvel. Neste contexto, o cenário mais provável é o de que a tendência de quebra de vendas no mercado automóvel nacional que se tem verificado nos primeiros meses de 2011 se acentue e 2011 repita um nível de vendas próximo do de 2009 (cerca de 200 mil veículos ligeiros). O Grupo AI deverá continuar a apresentar resultados positivos em 2011, embora menores face a 2010, dada a quebra de vendas e a previsível redução dos proveitos obtidos com os títulos da Banif SGPS, e, neste cenário, continuará a nortear a sua acção pela grande prudência, nomeadamente em termos de gestão de existências, de forma a preservar a sua saúde económico-financeira, tendo já dado mostras em 2009 de que a sua estrutura está bem preparada para suportar o impacto de crises severas (e até para aproveitar as oportunidades que decorrem das dificuldades de operadores com menor capacidade). Para além disso, a diversificação que caracteriza a carteira de negócios do Grupo confere-lhe uma resiliência superior neste momento tão conturbado.
Vendas no 1º Trimestre em queda As vendas nacionais de veículos automóveis novos aumentaram 34,6%, para 269,2 mil veículos, em 2010, destacando-se no contexto europeu, que decresceu 3,8%. Esta recuperação face ao pior ano da década fundamentou-se sobretudo no incremento das vendas de veículos ligeiros de passageiros (embora se tenha continuado a assistir a um empobrecimento do mix de vendas), e é explicada pela melhoria da situação económica, da confiança dos consumidores e das condições de acesso ao financiamento, bem como pela recuperação das compras por parte de frotistas e rent-a-cars e pelo efeito de antecipação de compras devido às alterações fiscais impostas pelo Orçamento de Estado para 2011. O primeiro trimestre de 2011 foi marcado pela retoma da degradação da situação económica e de confiança dos consumidores portugueses promovida pelas medidas impostas no Orçamento de Estado para 2011 e propostas no PEC IV, pela constante subida das taxas de juro da dívida pública portuguesa e pelo agravamento das condições de financiamento de toda a economia. Este contexto, no caso concreto do sector automóvel, levou a uma quebra nas vendas de 14,8%, para 54,3 mil veículos.
O Grupo continuou a implementar a sua estratégia de desenvolvimento de plataformas multimarca, optimizando a utilização das suas instalações e conseguindo poupanças de custos significativas com o aproveitamento das sinergias que este modelo de organização permite, e a diversificação das marcas que representa e das localidades em que as representa (reduzindo assim o risco de concentração). Desde o início de 2010 destaca-se a inclusão da Seat, Kia, Skoda e Hyundai na carteira de marcas representadas e o alargamento da representação da Fiat às Caldas da Rainha.
Volume de Negócios cresceu 27,6% O volume de negócios do Grupo AI aumentou 27,6% em 2010, fixando-se em 340,1 M€, impulsionado pela forte recuperação das vendas de veículos automóveis, sobretudo novos, e tractores. Este crescimento foi acompanhado pelo aumento dos bónus e prémios de objectivos de vendas, dos proveitos financeiros do investimento no Banif Grupo Financeiro e pela redução dos custos financeiros, reflectindo as reduções dos indexantes das taxas de juro e do endividamento médio, que mais do que compensaram os efeitos dos aumentos generalizados e muito significativos nos spreads das taxas de juro, levando a que o resultado consolidado líquido do Grupo tenha mais do que duplicado, para 8,5 M€ (com uma rendibilidade do capital próprio de 7,9%).
Entre o fim de 2009 e o fim de 2010 o total do activo do Grupo AI, com a participação e os VMOCs da Banif SGPS valorizados a preços de mercado, baixou 17,8 M€, para 298,1 M€, reflectindo fundamentalmente o impacto da desvalorização da participação no Banif SGPS, apesar do investimento de 16,9 M€ em aquisições no mercado de acções do Banif SGPS e no aumento do respectivo capital, e os efeitos do incremento de actividade e do recebimento de 15,1 M€ de crédito sobre o Banif Grupo Financeiro que o Grupo AI possuía no fim de 2009 (relativos ao processo de troca de participações). A autonomia financeira do Grupo AI no fim de 2010 era de 36,3% e a dívida financeira ascendia a 71,3 M€ (menos 2,0 M€ do que no fim de 2009). Note-se que, as contas oficiais do Grupo AI, que tratam a participação na Banif SGPS pelo método de equivalência patrimonial, apresentaram um crescimento de 24,1 M€ no seu activo.
2011: Ano negativo A situação económico-financeira nacional apresenta um nível muito elevado de incerteza, sendo certo que serão adoptadas novas medidas de austeridade no âmbito do processo de obtenção de ajuda externa da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional, com impacto no rendimento disponível dos consumidores portugueses e, eventualmente, na fiscalidade do sector automóvel. Neste contexto, o cenário mais provável é o de que a tendência de quebra de vendas no mercado automóvel nacional que se tem verificado nos primeiros meses de 2011 se acentue e 2011 repita um nível de vendas próximo do de 2009 (cerca de 200 mil veículos ligeiros). O Grupo AI deverá continuar a apresentar resultados positivos em 2011, embora menores face a 2010, dada a quebra de vendas e a previsível redução dos proveitos obtidos com os títulos da Banif SGPS, e, neste cenário, continuará a nortear a sua acção pela grande prudência, nomeadamente em termos de gestão de existências, de forma a preservar a sua saúde económico-financeira, tendo já dado mostras em 2009 de que a sua estrutura está bem preparada para suportar o impacto de crises severas (e até para aproveitar as oportunidades que decorrem das dificuldades de operadores com menor capacidade). Para além disso, a diversificação que caracteriza a carteira de negócios do Grupo confere-lhe uma resiliência superior neste momento tão conturbado.
Notas: Contas sujeitas a ajustamentos efectuados pela CPR para efeitos de análise. |
(a) Inclui viaturas todo-o-terreno. |
As contas apresentadas a partir de 2009 estão de acordo com Normas contabilísticas e de Relato Financeiro. |
* Em 2009 a AI permutou a sua participação na Tecnicrédito SGPS por uma participação na Banif SGPS. |
** A partir de 2010 em resultados líquidos do Grupo AI reflecte-se a equivalência patrimonial da participação na Banif SGPS e a |
remuneração dos VMOCs da Banif SGPS. |
*** Além desta participação o Grupo AI detém 59,4 milhões de VMOCs da Banif SGPS, cuja conversão |
em acções passaria a participação para cerca de 21,2%. Estes VMOCs têm uma remuneração igual |
ao dividendo por acção acrescido de 0,03 euros. |
Fontes: BdP / ACAP. |
Grupo Auto-Industrial. |
Relatórios e Contas da Banif SGPS, S.A.. |